Comunidades do Cumbe e Canavieira (Aracati, Ceará, Brasil) protestam mais uma vez contra os impactos provocados pelas usinas eólicas.
Os/As moradores/as das comunidades do Cumbe e Canavieira, no município de Aracati, estão em vigília fechando a estrada de acesso para a usina eólica Bons Ventos, desde o dia 08 de setembro. A população está ocupando a via, pela terceira vez consecutiva, para protestar contra o desrespeito e abusos cometidos pela empresa durante o processo de instalação de parques eólicos.
Desde o início da instalação de usinas eólicas em Aracati, em 2008, as comunidades do Sítio Cumbe e Canavieira vêm denunciando os impactos socioambientais que a instalação de um parque de energia eólica no local poderia provocar. No entanto, a despeito das contestações realizadas pelas comunidades, a instalação das usinas tem sido realizada sem o diálogo necessário e desrespeitando o patrimônio natural e cultural dessas populações.
Num ato de protesto contra o desrespeito com o qual estão sendo tratados, no dia 08 de setembro, cerca de 200 moradores/as do Cumbe bloquearam a estrada que dá acesso a empresa para impedir o tráfego de veículos na mesma. A proposta é permanecer no local até que sejam discutidas as demandas da comunidade e a construção de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da empresa. Os comunitários tiveram sua vida e rotina completamente alteradas desde o início das obras. Na estrada que dá acesso a empresa o trânsito de veículos pesados ocorre dia e noite, a poeira e a lama invadem as casas e o barulho ensurdecedor é constante. Além disso, estruturas de casa e de prédios importantes para a comunidade, como a igreja e a escola local, foram gravemente afetados.
O Representante do Governo do Estado Eduardo Diogo, Diretor de Desenvolvimento Setorial esteve na comunidade, no dia 12 de setembro último, para negociar com os/as moradores/as, mas nenhum acordo foi estabelecido uma vez que nenhuma proposta concreta foi apresentada para solucionar os problemas. Diante disso, a comunidade não teve outra alternativa que não fosse a continuação do protesto.
Até o momento, a empresa e a prefeitura municipal de Aracati não estabeleceram nenhum diálogo formal com a comunidade, mas numa entrevista em rádio de sua propriedade (FM Canoa), o prefeito proferiu ameaças a comunidade ao estabelecer o dia 13 de setembro como prazo limite para a liberação da estrada. Caso a estrada não seja liberada, a ameaça é de que a polícia seja acionada para retirar os comunitários a força. O pronunciamento do prefeito, que acusou a comunidade de estar fazendo “terrorismo”, expressa claramente a repressão ao direito de livre manifestação e a tentativa de criminalizar as comunidades e os movimentos sociais envolvidos com a luta pela justiça socioambiental. Em apoio às comunidades do Cumbe e Canavieira redes, fóruns, movimentos e organizações sociais divulgaram nota pública: Carta Aberta dos movimentos sociais, redes e fóruns socioambientalistas. (Leia texto reproduzido a seguir)
Sobre os impactos da “energia limpa” no Cumbe
Há aproximadamente dois anos a comunidade do Cumbe foi surpreendida com a instalação, em seu campo de dunas, de três parques de energia eólica - BONS VENTOS, CANOA QUEBRADA E ENACEL -, cujos donos são portugueses. Propagada como fonte de energia alternativa limpa, as eólicas estão recebendo grandes investimentos do Governo para serem implantadas em larga escala na Zona Costeira do Ceará. No entanto, é urgente aprofundar o debate sobre a forma como esses empreendimentos estão sendo difundidos e os métodos que usam para se instalar em territórios onde secularmente vivem comunidades tradicionais.
Para compreender os impactos provocados e a metodologia de implantação dos projetos em curso, o caso do Cumbe — comunidade já fortemente impactada pela instalação da carcinicultura (criação de camarão em cativeiro) — é exemplar. No campo de dunas em que está se dando a implantação dos aerogeradores foi constatada, através de estudos realizados pelo Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em 2004, a presença de sítios arqueológicos. Frente a esta constatação, iniciou-se um processo junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) para que fossem tomadas as medidas legais de proteção ao patrimônio, porém, até o momento o processo não avançou e a comunidade continua esperando as medidas cabíveis por parte do Estado.
Além de contestar a necessidade de proteção dos sítios arqueológicos a empresa usa o tradiconal argumento da geração de emprego e renda para a comunidade, como forma de invisibilizar os vários impactos socioambientais que essa atividade, da forma como está sendo realizada, traz. Um discurso que historicamente tem se apresentado como uma falácia para as comunidades costeiras. Os empregos prometidos ou não existem ou são provisórios e precários, se restringindo muitas vezes ao período da instalação da infra-estrutura dos empreendimentos. Além disso, outras promessas como a pavimentação da estrada que dá acesso a comunidade, o aumento de investimentos públicos para a construção de escolas, creches e posto de saúde também nunca se concretizaram.
Portanto, no Cumbe e em Canavieiras a energia limpa chega de forma suja. Pois, ao fazermos um balanço da relação benéfico/custo desse emprendimento para as comunidades, temos de um lado lucros para meia dúzia de empresários, apoiados pelos governos nas esferas, locais, estadual e nacional e de outro impactos socioambientais irreparáveis para as comunidades costeiras, totalmente negligenciadas pelo Estado — caracterizando um claro processo processo de injustiça ambiental. No caso em questão tais impactos se expressam na destruição dos sítios arqueológicos, no aterramento das lagoas interdunares e na terraplanagem das dunas que tem comprometido o abastecimento de água do Cumbe, pois o parque eólico está sendo construído sobre o aqüífero que abastece o município de Aracati.
Além disso, as casas da comunidade, a escola e a igreja, estão com as estruturas físicas comprometidas e os/as moradores/as expostos a poluição sonora, a poeira e a lama produzidas pelo o movimento de caçambas, caminhões, tratores e equipamentos pesados que circulam constantemente pela comunidade no processo de implantação dos aerogeradores, provocando um aumento de problemas de saúde nas referidas comunidades.
As usinas eólicas e o ZEE (Zoneamento Ecológico Econômico da Zona Costeira do Ceará)
Diante dos problemas apresentados, quando da instalação das usinas eólicas em comunidades da Zona Costeira do Ceará, faz-se urgente aprofundar o debate sobre o futuro da instalação desses empreendimentos no Estado, sobretudo, vinculando esse debate com o que está sendo proposto pelo decreto do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE), em vias de regulamentação.
O texto atual do ZEE prevê a liberação de 100% das dunas móveis para a implantação de aerogeradores. No entanto, a realidade associada à implantação de geradores de energia eólica nos campos de dunas do Ceará demonstra a insustentabilidade da proposta. Segundo o documento de análise da minuta do decreto realizado por movimentos ambientalistas “as usinas que estão operando e as em fase de instalação revelam que toda a área ocupada pelos aerogeradores é gravemente degradada — terraplanada, fixada, fragmentada, desmatada, compactada, alteradas a morfologia, topografia e fisionomia do campo de dunas —, pois se faz necessário manter uma rede de vias de acesso para cada um dos aerogeradores e resguardar a base dessas estruturas da erosão eólica, resultando em generalizado e aleatório processo de fixação artificial das dunas.”
É, então, urgente refletir que, embora a produção de energia eólica seja fundamental para enfrentar as consequências do aquecimento global, ela não pode continuar sendo implementada nos moldes atuais, visando apenas favorecer os investidores e as grandes empreiteiras responsáveis por sua instalação. É necessário que os estudos sobre os impactos ambientais sejam aprofundados, que alternativas locacionais sejam previstas e que o respeito às comunidades que vivem na Zona Costeira sejam premissas básicas. Enquanto essas questões não forem revistas não é possível afirmar que a energia eólica é uma alternativa limpa e sustentável.
SERVIÇO
Mais informações
Associação de Moradores do Cumbe – Aracati
(85)9624.2107
Solidariedade às comunidades do Cumbe e Canavieira, Aracati
Carta Aberta dos movimentos sociais, redes e fóruns socioambientalistas.
Por meio da presente, nós que integramos as diversas redes, fóruns e movimentos sociais, que constroem reflexões e ações no campo socioambiental, subscritas ao final, tornamos de conhecimento público nossa preocupação com a segurança dos/as moradores/as das comunidades do Cumbe e Canavieira, reconhecidas por suas lutas — inicialmente contra a carcinicultura e agora contra os parques eólicos —, e que desde o dia 08 de setembro de 2009 se encontram em vigília, interditando um trecho para impedir o acesso às usinas eólicas da empresa Bons Ventos.
A empresa, de propriedade portuguesa, colocou em curso a instalação de três parques eólicos no campo de dunas das referidas comunidades. A exemplo da carcinicultura, os parques eólicos — atualmente vendidos como a grande tecnologia para produzir energia limpa — seguem uma matriz desenvolvimentista e economicista cuja principal marca é a produção de grandes lucros para poucos, às custas da degradação socioambiental, ou em outras palavras, da produção de riscos ambientais. No Cumbe e em Canavieira estes riscos se expressam na privatização dos espaços de uso coletivo, na destruição dos sítios arqueológicos, no aterramento das lagoas interdunares e na terraplanagem das dunas, que resulta no comprometimento do abastecimento de água para os comunitários, pois o parque eólico está sendo construído sobre o aqüífero que, a mais de trinta anos, abastece a população de Aracati, só para citar alguns.
Esta equação, lucros para os empresários igual a riscos ambientais para as comunidades, se configura como um exemplo claro de injustiça ambiental, contra a qual aproximadamente 200 comunitários/as do Cumbe, junto com representantes de outros movimentos sociais, como o Movimento dos Sem Terra (MST), estão lutando. Ao impedir o tráfego dos automóveis da empresa, exceto aqueles que transportam os vigilantes, até que sejam discutidas as demandas da comunidade de construção de ajustamento de conduta da empresa, as comunidades e os movimentos sociais querem pôr em debate a matriz de desenvolvimento que o governo brasileiro tem colocado em curso na Zona Costeira cearense, redefinindo lugares de falas e de decisão para que as comunidades tenham poder para participar e influenciar nos processos de gestão e uso de seu território.
No entanto, em resposta ao protesto das comunidades, a prefeitura de Aracati, sem estabelecer nenhum diálogo formal com a comunidade, colocou como data limite para desocupação da estrada, o dia 13 de setembro, sob a ameaça do envio da polícia para retirada, à força, do movimento. Entendendo que o Estado brasileiro não pode criminalizar a ação de quem levanta a voz para defender os direitos das comunidades tradicionais, que têm sido ameaçadas pela implementação de grandes obras de infraestrutura, promovidas como sendo grandes “projetos de desenvolvimento”, denunciamos a ação da prefeitura e da empresa, que não podem recorrer ao aparato policial para amedrontar pessoas e/ou grupos que lutam em defesa da justiça socioambiental. Em um regime que se diz democrático, a liberdade de falas, posicionamentos e expressões políticas devem ser respeitadas e acolhidas, e não reprimidas.
Nesse contexto, à nossa preocupação somamos a solidariedade com a luta da comunidade do Sítio Cumbe e Canavieira, ao tempo em que exigimos agilidade do poder público no encaminhamento das denúncias referentes aos conflitos gerados pela empresa Bons Ventos e na exigência da efetivação do ajuste de conduta da empresa nesta comunidade.
Assinam esta carta:
Fórum em Defesa da Zona Costeira do Ceará – FDZCC
Rede de Educação Ambiental do Litoral Cearense – REALCE
Articulação de Mulheres Brasileiras - AMB
Articulação de Mulheres Pescadoras do Ceará - AMP/CE
Fórum Cearense de Mulheres - FCM
Fórum de Pescadores e Pescadoras do Litoral Cearense - FPPLC
Fundação Brasil Cidadão - FBC
G-10 da Resex de Canavieiras
Movimento Nacional de Pescadores – MONAPE
Movimento Proparque (Rio Branco) – Fortaleza CE
domingo, 13 de setembro de 2009
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Passeio à Serra da Ibiapaba
Convite
Vamos às cidades de São Benedito, Viçosa, Tianguá e Ubajara dia 17 e 18 de outubro e o Movimento Proparque convida você, seus familiares e amigos. Sairemos sábado e voltaremos domingo, passando também pela Bica do Ipu. A passagem dá direito ao ônibus Gertaxi e hospedagem com café da manhã, além de dois lanches no ônibus. Preços por pessoa até 20 de setembro: R$ 180,00 em quarto para 3 e R$ 200,00 em quarto para duas pessoas. Depois desta data, cada preço tem acréscimo de R$ 20,00. Almoço e jantar estão fora desses preços. Compre logo seu lugar, para garantir a viagem. Caso não se forme o grupo com pelo menos 30 pessoas, devolveremos seu dinheiro. É necessário se formar o grupo logo, para garantir os preços do ônibus e do hotel. As passagens serão vendidas até 15 de outubro.
O Movimento Proparque realiza esses passeios desde 1998. Os objetivos são: conhecer ecossistemas do Ceará, promover diversão sadia e recolher algum recurso para manter a independência de nossa ong.
Mais Informações com Luísa Vaz: 3254.1203 e 88381203
e-mail: movimentoproparque@bol.com.br
Vamos às cidades de São Benedito, Viçosa, Tianguá e Ubajara dia 17 e 18 de outubro e o Movimento Proparque convida você, seus familiares e amigos. Sairemos sábado e voltaremos domingo, passando também pela Bica do Ipu. A passagem dá direito ao ônibus Gertaxi e hospedagem com café da manhã, além de dois lanches no ônibus. Preços por pessoa até 20 de setembro: R$ 180,00 em quarto para 3 e R$ 200,00 em quarto para duas pessoas. Depois desta data, cada preço tem acréscimo de R$ 20,00. Almoço e jantar estão fora desses preços. Compre logo seu lugar, para garantir a viagem. Caso não se forme o grupo com pelo menos 30 pessoas, devolveremos seu dinheiro. É necessário se formar o grupo logo, para garantir os preços do ônibus e do hotel. As passagens serão vendidas até 15 de outubro.
O Movimento Proparque realiza esses passeios desde 1998. Os objetivos são: conhecer ecossistemas do Ceará, promover diversão sadia e recolher algum recurso para manter a independência de nossa ong.
Mais Informações com Luísa Vaz: 3254.1203 e 88381203
e-mail: movimentoproparque@bol.com.br
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
POEMAS VIOLADOS NO LUAU LITERÁRIO

Será uma noite maravilhosa. Mais uma, dia 4 de setembro, no Parque Ecológico Rio Branco, com a retomada dos luaus que o Movimento Proparque realiza desde 2003. Sempre das 19 às 21 horas. Músicas e poesias ficam por conta do grupo Poemas Violados, sob a coordenação de Nilza Costa e Silva.
O Movimento Proparque está convidando as pessoas. Toda Fortaleza. Especialmente os moradores do Joaquim Távora (Piedade), Tauape e Fátima, os bairros circunvizinhos ao parque. A segurança é garantida pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal, mas principalmente pela seleta pratéia que se junta nessas ocasiões. Nunca tivemos qualquer sobressalto, pois nossas atividades são queridas e aplaudidas por pessoas de todas as idades, classes sociais, crenças e etinias.
Durante o luau, há sorteio de obras literárias. Pessoas do povo, se quiserem, recitam poesias. Fica um clima de descontração e confraternização à luz da lua.
Na foto, o Poemas Violados em apresentação na Festa da Vida de 2008.
sábado, 22 de agosto de 2009
Passeio Ecológico à Serra da Ibiapaba

Uma viagem para a serra da Ibiapada com 46 pessoas interessadas em conhecer a Bica do Ipu, a Gruta de Ubajara e as cidades circunvizinhas. O passeio será dias 17 e 18 de outubro, em ônibus executivo da Gertaxi, com ar condicionado, realização do Movimento Proparque.
Sairemos de Fortaleza às 6h do dia 17, passando por Canindé, na Basílica de São Francisco. Pararemos na Bica do Ipu para breve visitação. O almoço será em S. Benedito, mais ou menos às 13h, onde nos hospedaremos na Pousada São Benedito. Ainda no primeiro dia seguiremos até Viçosa, a "capital da cultura", terra de Clóvis Beviláqua, onde, além das belezas naturais, podem-se degustar deliciosas iguarias típicas da serra. O domingo será dedicado a conhecer a Gruta de Ubajara, pela manhã, e Tianguá, onde almoçaremos. Após o almoço, passeio à tarde e retorno a Fortaleza.
Pretendemos vender todas as passagens até, no máximo, 20 de setembro, ao preço de R$ 180 por pessoa para apartamento triplo, e R$ 200,00 para quem se acomodar em apartamento duplo. De 21 de setembro a 15 de outubro, os preços serão R$ 200,00 por pessoa em apartamento tripo e R$ 220 por pessoa em apartamento duplo. Estes valores incluem pousada com café da manhã, translado em ônibus da Gertaxi e lanche a bordo, um na ida e outro no retorno. Durante a viagem, as refeições ficam por conta de cada participante. A organização do passeio fará contato antes com restaurantes e lanchonetes para oferecer opções aos participantes.
RESSALVAS IMPORTANTES: Caso o grupo não se forme até 20 de setembro, os valores já pagos serão devolvidos, sem juros ou correção. Após esta data (20/09/09), não será aceita desistência de participantes. Na saída e no retorno, o atraso máximo tolerado será de 10 minutos. Após esta espera, o ônibus sai e o passageiro não terá direito a ressarcimento. Nas paradas de visitações, o grupo estabelece de comum acordo o tempo de espera.
Os Passeios Ecológicos Proparque são realizados desde 1998, sempre em clima de harmonia entre os participantes, em geral pessoas afinadas com as causas socioambientais, ativistas ou não. Público-alvo: profissionais liberais, estudantes e pessoas da terceira idade. Ao mesmo tempo que conhecemos paisagens diferentes do Ceará, formam-se amizades entre os participantes, e o Movimento Proparque difunde a ideia de conservação e preservação do meio ambiente sadio para todos. Do passeio, retiradas as despesas totais, fica uma porcentagem para o Movimento Proparque realizar suas atividades.
RESERVE SUA PASSAGEM -- Para a sua reserva, entre em contato conosco pelos seguintes meios: telefone (85)3254.1203, Celular 8838.1203; e-mails luisa_revisa@hotmail.com ou movimentoproparque@bol.com.br.
Jornalista responsável: Ademir Costa
Registro CE00673JP Fenaj
ademircosta@ibest.com.br
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Movimento Faz Reunião com Secretários: Soluções para o Parque Rio Branco
A situação atual do Parque Ecológico Rio Branco foi colocada para quatro secretários da Prefeitura Municipal de Fortaleza, hoje, dia 7 de agosto de 2009, sexta-feira, em reunião das 9 às 12 horas, no anfiteatro do parque. Os secretários se comprometeram a buscar soluções junto com a comunidade representada pelo Movimento Proparque. Foi uma retomada dessas reuniões. A última ocorreu em dezembro de 2008.
Estiveram presentes o Secretário da SER II, Sr. Humberto Carvalho Júnior, e o Secretário da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam), Deodato Ramalho. O Presidente da Emlurb, Roberto Rodrigues, foi representado pelo Chefe do Departamento de Urbanismo da Emlurb, Sr. José Wilmar da Silveira Neto. O Comandante da Guarda Municipal, Dr. Arimá Rocha, enviou o Chefe do Pelotão da Guarda Comunitária, Subinspetor Antonio José de Sousa Vieira. A reunião foi presidida pela coordenadora do Movimento Proparque, Luísa Vaz.
Regularização jurídica do parque. O Movimento Proparque deseja que o parque volte a ter os limites do decreto de 1992. Dessa forma, seriam readmitidas no parque áreas como o início da R. Frei Vidal, a oficina da Av. Visconde do Rio Branco, 3497; R. Castro Alves, 210 e 298A, a Vila Manduca (R. Castro Alves, 288); e o terreno murado, próximo à nascente do riacho. O Secretário Humberto Júnior comprometeu-se a estudar com sua equipe a situação do parque, levar o Movimento Proparque para uma audiência com a prefeita Luizianne Lins, elaborar uma minuta de decreto e levar para a prefeita assinar. Ele colocou sua equipe à disposição para um diálogo com o Movimento Proparque em busca das soluções para as questões colocadas na pauta (compostagem, contenção de ribanceiras, reflorestamento, por exemplo).
Humberto Júnior telefonou na hora para a Secretária de Educação, Ana Maria Fontenele, que disse estar disposta a incentivar escolas a que usem o parque em suas atividades pedagógicas. Ele demonstrou a vontade de ocupar o parque com eventos, para o que fará parceria com a Fundação Cultural (Funcet) de Fortaleza. Quer, entretanto, que a ideia seja "refinada" em reuniões do Movimento Proparque com a equipe da SER II.
Plano de manejo do parque -- A reivindicação é que o plano contemple, dentre outros, os seguintes aspectos:
* Cortes de castanholeiras, feitos sem critério. No último, dia 20 de julho, ao ser derrubada, uma árvore quebrou o piso e uma ponte.
* Plantio e aguação de árvores no parque.
* Capinas que, em geral, matam também mudas plantadas por nós.
* Colocação de lixo, à noite, no riacho que desagua no parque pela R. Pe. Antonino.
* Impedimento, por exemplo, na R. Pe. Antonino com R. Castro Alves, de modo que não seja possível jogar lixo no parque e que assaltantes ali se refugiem na vegetação, com objetos roubados.
* Tratamento a ser dado às margens dos riachos, para evitar a erosão que desmancha as barreiras de contenção e descobre as raízes das árvores.
* Formas de aproveitar as folhas das árvores, por exemplo, em processo de compostagem, de modo que elas contribuam para fertilizar o solo. A simples retirada delas, como feita hoje, compacta o solo e causa erosão.
* Segurança, para evitar mortes como a da madrugada de 24.08.2009.
Os secretários haviam recebido a pauta com antecedência. Eles e seus representantes disseram as propostas que trouxeram. Humberto Júnior disse que tudo deve ser discutido primeiro na comunidade, para depois levar à Secretaria Executiva Regional II (SER II), para decisão, após análise dos aspectos técnicos e legais. Entre as sugestões apresentadas na hora, uma de colocar brinquedo de uma pessoa no parque, mediante pagamento. O secretário sugeriu que o Movimento Proparque faça um levantamento de empresas que poderiam firmar parcerias com o poder público para melhorias e manutenção do parque.
O representante da Emlurb, Sr. José Wilmar da Silveira Neto, explicou que as castanholeiras foram retiradas por oferecerem risco de cair sobre as pessoas. Informou que há a diretriz de cortar as castanholeiras pequenas, por serem árvores invasoras e predominantes no parque, para que não proliferem mais. Disse ser necessário plantar árvores nativas que exigem pouca água, como umbuzeiro e ipê, e que há o capim da praia, apropriado para contenção das margens dos riachos que cortam o parque.
Em reuniões futuras o Movimento Proparque vai argumentar contra a derrubada de outras castanholeiras adultas. Há uma decisão do Ministério Público contra essa prática. Em 2003, ficou determinado que a prefeitura plantaria novas árvores, antes de derrubar a vegetação mais velha. O representante da Emlurb saiu antes que se estabelecesse o diálogo com o grupo.
O Secretário de Meio Ambiente, Deodato Ramalho, colocou a Coordenadoria de Políticas Ambientais à disposição para acerto de intervenções do poder público especialmente no campo da educação ambiental. Deixou os contatos e solicitou que uma reunião fosse marcada o quanto antes. O representante da Guarda Municipal, subinspetor Antonio José de Sousa Vieira, falou do trabalho do Pelotão Comunitário no parque e reclamou da dificuldade de entrada da viatura. O Movimento Proparque explicou que a decisão de colocar os pelotis nas cinco entradas do parque foi acertada em Assembleia do Povo, dia 30 de junho de 2007, sob orientação do Corpo de Bombeiros. Segundo os bombeiros informaram naquela ocasião, na eventualidade de socorro a uma vítima, uma viatura pode ficar na entrada e os socorristas pegarem a pessoa em qualquer local do parque. De qualquer entrada até o centro do parque dá menos de 500 metros. E esta é uma norma internacional de socorro: atender com maca até a distância de 500 metros.
Debate das propostas. Os presentes disseram outras melhorias que devem ser feitas no parque, como aguação, plantio, necessidade de fechar o parque todas as noites, mas não houve tempo para debate.
Sobre o corte das castanholeiras, o Proparque fará estudo de caso para fazer frente à informação de que as referidas plantas devem ser cortadas por não serem da flora brasileira. Até onde chega a nossa compreensão, mesmo não sendo plantas nacionais, as castanholeiras são importantes na melhoria do clima do parque com o sombreado que promovem. Contudo, para encarar o debate em condições de igualdade, faremos uma pesquisa junto a autoridades no assunto. Um detalhe que chama a atenção é que a Emlurb, até agora, não plantou nada no lugar onde foram derrubadas as castanholeiras.
Legendas para as fotos, de cima para baixo:
Foto 1: Luísa Vaz, Subinspetor Antonio José de Sousa Vieira, José Wilmar da Silveira Neto, Francisco Humberto Carvalho Júnior e Cláudia da equipe da SER II
Foto 2: Eudes Costa (administrador do parque), José Wilmar da Silveira Neto, Cláudia e Paola (SER II) e Deodato Ramalho, secretário da SEMAM
Foto 3: Visão geral da mesa de trabalhos, no decorrer da reunião
Foto 4: Gabriela (Funci/Projeto Crescer com Arte Rio Branco), Eudes Costa, José Wilmar da Silveira Neto e Francisco Humberto Carvalho Júnior, secretário da SER II
Foto 5: Populares prestigiaram a reunião e participaram, dando opiniões.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
A Casa de Rachel à Espera de Você
A casa, em meio às árvores do Sertão, à espera dos visitantes; a tela com Rachel na sala de visita; e Luísa Vaz na cozinha de estilo antigo.
Luísa Vaz
Coordenadora do
Movimento Proparque
Em meio à vegetação típica do sertão central, a 30km da sede do município de Quixadá, a casa de Rachel de Queiroz parece sair de vários de seus romances: o terreiro varrido com esmero, circundado de várias plantas de aromas distintos, parece aguardar a dona da casa.
No alpendre, a rede armada é um convite ao balanço e à visão do açude em plano inferior à casa. Debaixo do juazeiro um banco de madeira (pra dois) parece guardar segredos de amor.
A cozinha, como as do povo simples do sertão em tempos idos, tem ao centro o fogão a lenha e ao lado as panelas areadas com esmero, os potes de barro, as canecas de alumínio.
Na sala, a fotografia de Rachel com seu longo sorriso convida à permanência. Livros, estatuetas, lembranças...
Maria Luiza, a Isinha da Rachel, recebe com alegria os visitantes. Sua generosidade foi tanta que chegou a nos oferecer um lanche, o que recusamos por ser demais. Estar na casa onde Rachel viveu a sua própria história e onde teve inspiração para os seus romances, para mim foi uma emoção sem limite.
A casa simples parece um juramento de Rachel às raízes sertanejas. A mulher brilhante da Academia Brasileira de Letras poderia ter tornado sua casa uma mansão, como fazem os endinheirados, mas não: fez questão de deixar o chão de ladrilho, as paredes dobradas mas não tão altas, o teto sem forro deixando à vista a telha de vidro, como em Dora Doralina.
Ao sair, um aperto de saudade, mas não de dor. Pássaros apreendidos pelo Ibama e colocados na fazenda Não me Deixes fazem sua festança de liberdade nos galhos da vegetação rala. Sua cantoria parece uma exaltação à mulher que soube traduzir a beleza e a simplicidade da vida.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Conheça a Casa de Rachel de Queiroz
O Movimento Proparque fará um passeio a Quixadá, dia 16. Você é convidado e terá direito a ônibus executivo da Gertaxi com ar condicionado, café da manhã na ida, água no trajeto e almoço no mosteiro da Serra do Estêvão. Visitaremos o açude Cedro, passaremos no Santuário Rainha do Sertão e na Casa de Rachel de Queiroz, na Fazenda Não me Deixes, onde ela escreveu vários romances.
O pacote sai por R$ 60,00. Vamos fazer uma viagem tranquila. Partiremos às 6h e sairemos da entrada do Parque Ecológico Rio Branco pela R. Castro Alves. Voltaremos de Quixadá às 16h. O objetivo è chegar em Fortaleza às 19 horas ou antes. Nossas recomendações: evitar bebida alcoólica; o grupo permanecer junto; seguir o roteiro estabelecido pela organização; cumprir os horários acertados; não atrasar o retorno para Fortaleza às 16h.
Os Passeios Ecológicos Proparque começaram em 1978. São momentos para conhecermos diversos ecossistemas do Ceará. Ao participar, você ajuda a ong Movimento Proparque a custear os trabalhos em prol do Parque Ecológico Rio Branco. Aproveite para fazer amigo(a)s. Sobre os próximos passeios e outras notícias, visite nossa página: Para mais informações, o e-mail: movimentoproparque@bol.com.br ou luisa_revisa@hotmail.com, fones 3254.1203 e 8838.1203.
O pacote sai por R$ 60,00. Vamos fazer uma viagem tranquila. Partiremos às 6h e sairemos da entrada do Parque Ecológico Rio Branco pela R. Castro Alves. Voltaremos de Quixadá às 16h. O objetivo è chegar em Fortaleza às 19 horas ou antes. Nossas recomendações: evitar bebida alcoólica; o grupo permanecer junto; seguir o roteiro estabelecido pela organização; cumprir os horários acertados; não atrasar o retorno para Fortaleza às 16h.
Os Passeios Ecológicos Proparque começaram em 1978. São momentos para conhecermos diversos ecossistemas do Ceará. Ao participar, você ajuda a ong Movimento Proparque a custear os trabalhos em prol do Parque Ecológico Rio Branco. Aproveite para fazer amigo(a)s. Sobre os próximos passeios e outras notícias, visite nossa página: Para mais informações, o e-mail: movimentoproparque@bol.com.br ou luisa_revisa@hotmail.com, fones 3254.1203 e 8838.1203.
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