terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Luizianne no Parque


No dia primeiro de março o Movimento Proparque realizará reunião da comissão criada pela Prefeita Luizianne Lins para a elaboração de um projeto geral para o Parque Ecológico Rio Branco. A reunião será às 8h30min, no anfiteatro do Parque Ecológico Rio Branco, e foram convidados todos os gestores que integram a Comissão do Parque. Essa comissão foi criada no dia 27 de fevereiro de 2005, na inauguração do Projeto Fortaleza Bela nos Parques, quando a prefeita esteve no parque e manifestou seu desejo de buscar soluções para os impasses, como delimitação da área, pagamento de indenizações pendentes e melhorias na infraestrutura.

Integram a comissão a Emlurb, a Semam, a Regional II, o Gabinete da Prefeita, a Fundação Habitafor, a Guarda Municipal e o Movimento Proparque. A comissão funcionou a contento durante a elaboração do projeto de reforma parcial do parque, em 2008, mas aos poucos foi sendo abandonada pelos titulares das secretarias, o que o Movimento Proparque considera um desrespeito não apenas ao movimento social organizado, com reconhecida ação em favor do parque desde 1995, mas também é um desrespeito à própria prefeita. É verdade que ela não criou a comissão por decreto, mas deve-se considerar o valor da palavra de uma autoridade diante de várias pessoas e da imprensa.

A reunião do dia 1º de março é mais uma tentativa do Movimento Proparque de retomada da comissão e de busca de solução para diversos problemas, como falta de vigilância, delimitação da área do parque, limpeza da nascente e regularização fundiária. Já confirmaram presença o Gabinete da Prefeita, a Regional II e a Semam. Esperamos que os demais deem ao menos uma resposta à carta que protocolamos em suas secretarias, como convém à boa educação.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O Movimento Proparque exerce o trabalho voluntário pelo Parque desde 1995. Esse trabalho é feito com os princípios da cidadania e da participação. Quando iniciamos o nosso movimento o parque estava em situação lastimável. Havia ocupações irregulares, colocação de entulho e lixo na área verde, além de outros problemas. Poucas pessoas caminhavam aqui e o aspecto era de total abandono. Se é verdade que o parque ainda apresenta muitos problemas, também é verdade que muita coisa melhorou por aqui.

A nossa maior vitória é ver muita gente usando o parque hoje. Também contabilizamos como fruto do nosso trabalho a colocação do piso nas trilhas, a reforma das grades de proteção, a retirada de quase todas as ocupações irregulares, o anfiteatro, as quadras de esporte e os demais equipamentos. Isso foi conseguido através do Orçamento Participativo de 2006, quando participamos das eleições de prioridades e conseguimos aprovação para as demandas do parque de então. Para 2012 já temos verba aprovada no Orçamento Participativo. A demanda que apresentamos foi o conserto dos equipamentos do parque e o paisagismo nos canteiros e alamedas.

Não somos filiados a partidos nem fazemos parte de campanhas políticas. Por isso não recorremos a políticos nem a cabos eleitorais. Exigimos o que nos é de direito e não pedimos favor. Nós temos direito ao meio ambiente saudável. Convidamos você a também exercer a sua cidadania em prol do parque. Seja voluntário e sinta a satisfação de construir uma nova realidade para o nosso bem público.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Alfredo Sena, o voluntário

Nosso Parque Ecológico Rio Branco tem vários "anjos da guarda" e um deles é o Sr. Alfredo Sena (Foto). Com dois baldes ele aguou as plantas na época seca de 2011 e com vários instrumentos que ele traz em seu carro, ele poda árvores, revolve e aduba a terra. Sempre distribuindo bom-humor nas conversas com a gente. Ele é o responsável por muitas mudas terem sobrevivido no último ano. Enquanto o pessoal da Emlurb agua as plantas dia sim, dia não, ele colocava água todos os dias. Sem se queixar da falta de pontos de água da empresa pública, sem exigir mangueiras nem se queixar do sol. Sem ganhar um tostão. Voluntário espontâneo, chegou aqui sem que lhe pedíssemos nada. Outro dia queixei-me do administrador por estarem morrendo várias das mudas plantadas em novembro 2011 pela Secretaria de Meio Ambiente [Semam] de Fortaleza. Ele disse que não tinha água, não tinha mangueira, não tinha homens -- mas informou serem 8 funcionários cada dia. Foi quando eu retruquei, perguntando: -- E como o seu Alfredo agua as plantas todos os dias? O administrador ficou sem palavras. Continuei: Rapaz, com oito homens, o seu Alfredo deixaria este parque como um verdadeiro jardim! Além do Sr. Alfredo, outros também cuidam das plantas: Erisvaldo, Graça, Onias, um que não quer o nome citado e eu. A gente planta a semente ou muda de lugar plantas que nascem espontaneamente, coloca água nos tempos de seca, tira as ervas daninhas de perto das mudas e coloca ao seu redor pedras marcá-las. Isso, para que elas não sejam cortadas pelos trabalhadores da capina nem se tornem invisíveis quando chove e a ramagem cresce ao seu redor, encobrindo-as. Dá um trabalho, cansa, faz suar. Grande, porém, é o prazer de vê-las grandes, fazendo sombra e tornando o parque mais bonito. Sim, voltando ao Alfredo. Ele despediu-se de nós. Seguiu para Salvador, chamado por uma empresa. Apesar de aposentado, disse-nos que vai passar um ano trabalhando por lá. Espero que outros sigam o exemplo dele. As plantas já estão com saudades. Que ele volte logo! Ademir Costa

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O beija-flor

A metáfora do beija-flor encontra nova versão no Parque Ecológico Rio Branco através do senhor Alfredo Sena. Quem caminha todo dia ali se surpreende com o gesto desse senhor quase idoso que, com sua ação, demonstra amor especial pelas plantas. Baldes nas duas mãos, ele faz várias visitas a espécies ameaçadas de morte por falta de aguação. Empolgado com o verde que ressurge de galhos retorcidos, ele quis conhecer as plantas, descobrir seus segredos. Foi à internet e viu com alegria que uma planta que ele conseguira salvar é conhecida popularmente como Mulungu, cujo nome científico é Erytrina Velutina.
Essa planta é típica da Mata Atlântica e tem propriedades curativas. Muito usada também em artesanato, é uma das espécies ameaçadas de extinção. Seu Alfredo nos contou que plantou muitas mudas de abacate, ipê roxo e até um pé de chuchu. “Eu comprei uns abacates e fiquei com pena de jogar os caroços fora. Então fiz as mudas e trouxe para o parque. O chuchu eu encontrei no lixo e plantei aqui”, diz mostrando a planta já crescida. O amor pelas plantas é herança de seu pai, conta seu Alfredo. E é tanto amor que num dia de sábado estava eu em casa quando ouvi barulho de enxada no parque. Valha-me Deus, é gente querendo fazer barraco. Corri para ver e qual não foi minha surpresa de ver seu Alfredo todo equipado: tesoura de podar, enxada e, é claro, os baldes cheios de água! Seu Alfredo, é o senhor? “É, eu vim afastar o mato do pé das plantas”. Traduzindo, seu Alfredo não é só de plantar, mas é também de cuidar. Seu Alfredo nos ensina que vale a pena sair do comodismo e agir.