quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Desmandos

Cena 1: Sem qualquer tipo de segurança, o Parque Rio Branco é alvo da ação de delinquentes e malfeitores, que vez por outra causam temor e constrangimento às pessoas que usam aquele espaço público para fazer atividades físicas.

Cena 2: Por ser uma área com nascentes e córregos, uma espécie de cobra conhecida popularmente como "jiboia" tem ali o seu habitat.

Cena 3: Por desconhecimento de que em uma área verde é normal e até desejável a presença de animais, mesmo aqueles que nos causam repulsa, como as cobras, as pessoas costumam pedir à prefeitura "a limpeza" do parque. "Cortar esses matos", para certas pessoas, também afasta ladrões, como se os ladrões precisassem de mato para se esconder...

Cena 4: A prefeitura contrata uma empresa terceirizada para fazer "a limpeza" do parque, esta manda um caminhão com homens de facão na mão e nenhum conhecimento de poda e a desgraça está feita. Há mais de 20 anos esta cena se repete no Parque Rio Branco. Até quando, SEUMA? Cadê o plano de manejo anunciado no começo do ano em cerimônia pomposa? Afinal, vocês têm ou não têm palavra em que se possa acreditar?



domingo, 25 de maio de 2014

Arborização precária em Fortaleza reduz qualidade de vida na Cidade

[via Diário do Nordeste]


Arborização precária em Fortaleza reduz qualidade de vida na Cidade

25.05.2014

Enquanto a OMS recomenda 12m² de área verde por habitante, na Capital, a média é de apenas 4m²

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No bairro Aldeota, a Rua Monsenhor Catão, no cruzamento com a Rua Beni de Carvalho, chama a atenção pela grande quantidade de árvores que cobrem a via
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Uma das principais vias da Capital, a Avenida Santos Dumont, que recentemente teve árvores retiradas para que fossem realizadas obras do binário, conta com pouca arborização no sentido praia
FOTOS: FERNANDA SIEBRA
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Na Avenida Washington Soares, no trecho entre o Salinas e o Fórum Clóvis Beviláqua, o cenário é completamente diferente. Frondosas árvores proporcionam sombra a transeuntes, em virtude de ações de iniciativa privada
De fundamental importância para os grandes centros urbanos, a arborização, além de proporcionar conforto climático, contribui para diminuir a poluição sonora, visual e do ar, oferecendo uma melhor qualidade de vida à população. É também um convite para que as pessoas ocupem os espaços públicos, sejam eles parques, praças ou as próprias ruas, que tornam-se menos inóspitas.
Em Fortaleza, porém, leitos de rios, margens de lagoas, dunas fixas e manguezais vêm perdendo espaço, em uma velocidade assustadora, para a expansão urbana. Frondosas árvores de ruas e avenidas também estão desaparecendo para que sejam realizadas obras de mobilidade urbana, tornando ainda mais árido o clima da Capital.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o índice mínimo de 12 m² de área verde por habitante na área urbana. Em Fortaleza, no entanto, a média está bem abaixo do preconizado. De acordo com a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), são apenas 4 m² de área verde por habitante. Já o Mapeamento Arbóreo de Fortaleza, estudo elaborado pela Universidade Estadual do Ceará (Uece) e divulgado pela Prefeitura em dezembro de 2012, aponta que a Capital conta com 100,7 km² de área verde, o que representa cobertura de 32,43% do território.
Com aproximadamente 49,53% de cobertura arbórea, a Secretaria Executiva Regional VI (SER) é a com maior área verde da Capital. É nela também que se localiza o bairro mais arborizado, no caso o Edson Queiroz. Já a Secretaria Regional do Centro apresenta 12,41% - a menor taxa registrada.
Compensação
Acostumada a percorrer a cidade a pé, sobretudo no bairro em que mora, na Parquelândia, a estudante Gabriela Fonseca, 19, reclama da falta de árvores em Fortaleza, o que prejudica as suas caminhadas em decorrência do forte sol da cidade. E apesar de afirmar que medidas realmente têm que ser tomadas para melhorar o trânsito da cidade, afirma que não observa, por parte do poder público, nenhuma forma de compensar as árvores que estão sendo retiradas.
Na visão de José Borzacchiello, professor titular do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza é demasiadamente precária em termos de arborização. "O verde privado, aprisionado em quintais e áreas institucionais criava a impressão de uma cidade mais verdejante. Atualmente, contudo, o processo acelerado de ocupação do solo e as mudanças de uso têm favorecido a derrubada de frondosas mangueiras, imensos coqueirais, pés de seriguelas, sapotizeiros, entre outros".
As mudanças fazem com que a paisagem de muitos bairros seja desoladora. "Os quintais foram impermeabilizados. Na arborização urbana, as poucas ruas com cobertura vegetal ostentam árvores raquíticas e esquálidas que enunciam a falta de controle e cuidado público. A paisagem criada é de uma aridez única, típicas de cidade de clima frio que vivem em busca do sol. Imagine aquela enorme massa asfáltica fervilhando sob o nosso sol escaldante e nenhum abrigo. E as pobres das árvores, aquelas raquíticas de tão maltratadas, certamente morrem ou morrerão de maus tratos ou desgosto".
O especialista defende que, antes de tudo, Fortaleza deve contar com um Plano Diretor de Arborização que traduza a governança ambiental. "Imagine nossas ruas arborizadas com árvores de floração diferenciada no calendário, garantindo ruas floridas o ano todo", idealiza. Borzacchiello reforça que um bom plano e paisagistas competentes podem transformar esta cidade, de aparência inóspita, em um verdadeiro jardim.
Fernanda Rocha, arquiteta, urbanista e professora da Universidade de Fortaleza (Unifor) salienta que a Capital não tem muito do que se orgulhar com relação à arborização. Ela observa que a cidade tem perdido em quantidade crescente e o pouco que se tem feito é de qualidade bastante questionável. "É sempre constrangedor admitir o quanto os nossos dirigentes são omissos e pouco comprometidos com este tema", critica.
Bem-estar
No que diz respeito ao paisagismo nas condições climática de Fortaleza, destaca a arquiteta e urbanista, as árvores são um elemento essencial, não apenas por questões estéticas, mas, principalmente, como elementos que estruturam ambientes, promovendo o encontro e a socialização, repercutindo positivamente no bem-estar dos cidadão.
Para fazer frente a esta realidade, Fernanda defende que seria necessário atuar em diversas frentes. Por meio de ações educativas que ajudem a sensibilizar os cidadãos de todas as idades para a sua importância, de respeito aos instrumentos legais que a cidade dispõe, buscando aprimorá-los cada vez mais e, principalmente, cobrando de gestores e órgãos da administração municipal e estadual o compromisso de cumprí-los.
Duas mil mudas deixaram de ser doadas
Empreendimentos que envolvem a derrubada de árvores na Capital devem, antes de fazer o corte, pedir autorização da Prefeitura. Até dez espécies, a solicitação pode ser feita à respectiva Regional, acima dessa quantidade à Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma). Após dada entrada no pedido, a Prefeitura irá indicar quantas árvores devem ser replantadas ou doadas ao Município, como forma de compensação. Neste ano, porém, o órgão verificou que várias compensações não estavam sendo cumpridas e, pelo menos, duas mil mudas não foram doadas à Prefeitura.
Águeda Muniz, titular da Seuma, diz que o órgão já começou a cobrar essas árvores. Ela informa que elas vão para o horto, fortalecer o banco de árvores de Fortaleza. Em relação ao estudo divulgado em 2012, sobre o Mapeamento Arbóreo de Fortaleza, a secretária destaca ele está servindo como ponto de partida para que a atual gestão realize um inventário arbóreo propriamente dito, para que sejam traçadas políticas públicas.
Plano de Arborização
No último dia 23, a Prefeitura realizou a primeira oficina de Plano de Arborização de Fortaleza - instrumento de planejamento das ações relacionadas à cobertura vegetal da cidade.
Águeda destaca que o plano será feito com a colaboração da população. "São as pessoas que vão dizer onde realmente está precisando de áreas verdes", salienta. Paralelamente a ação, ela afirma que está sendo elaborado o inventário. "A proposta é de que, no fim de 2015, esse inventário esteja disponibilizado para o cidadão com o quantitativo, a tipificação, as tipologias e os portes dessa vegetação", garante.
Entre as áreas mais críticas da cidade, a secretária cita a Regional I, sobretudo o Vila do Mar, que é uma das áreas prioritárias de arborização. "Aquela região é muito árida, as pessoas que moram ali precisam melhorar a qualidade de vida delas, por isso vamos prezar pelo Vila do Mar", esclarece. No Centro, algumas vias estão sendo priorizadas, a exemplo das avenidas Tristão Gonçalves e Imperador. Na Regional II, será priorizada a Avenida Rogaciano Leite, que conta com pouca arborização por ser relativamente nova. Na Regional IV, a Avenida Dr. Silas Munguba e, na Regional V, a Avenida Osório de Paiva.
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
"É preciso mais compromisso e amor às árvores"
Uma cidade só pode ser agradável, boa de estar, morar, trabalhar, se for uma cidade onde o meio ambiente é respeitado, onde as atividades humanas busquem o menor dano possível à natureza, o que não é fácil, mas perfeitamente possível. A arborização urbana traz inúmeros benefícios desde a sombra que ameniza significativamente o desconforto térmico, notadamente em terras equatoriais como a nossa, embeleza os logradouros, pacifica, tranquiliza os ânimos acirrados, possibilita encontros, filtra o ar, o barulho, acolhe. Árvores abrigam pássaros e abelhas, alegram os dias modorrentos, mantém a biodiversidade. Árvore é vida em abundância.
Em Fortaleza, faltam compromisso, ética, amor às árvores, ao patrimônio natural, respeito à coisa pública. Predominam os interesses egocêntricos, capitalistas, a ambição, uma visão curta, míope, estulta.
Não temos um órgão especifico com profissionais que tratem da parte viva da paisagem, e não se pode esperar alguma mudança de quadro. Palavras não arborizam. Não se conhece quais as espécies de árvores da cidade, nunca foi feito um inventário arbóreo, primeiro passo para um Plano de Arborização. É essencial a criação de um departamento de parques jardins e áreas verdes com profissionais das áreas de biologia, agronomia e afins, capacitados, motivados e com orçamento compatível, com atividades voltadas aos parques, jardins, canteiros centrais, passeios, suas plantas, seus animais, bem como seu desenho paisagístico.
A cidade precisa acordar deste pesadelo da destruição de tudo o que é natural. Somos natureza, então estamos destruindo a nós próprios. Precisamos de uma cidade verde.
Antonio Sérgio Farias Castro
Engenheiro Agrônomo e Botânico
SAIBA MAIS
Relação de árvores nativas para arborização da Capital:
Pequeno porte - Peroba, pau-branco, catingueira, jucá, araticum-do-brejo, sabonete, pereiro, côco-babão.
Médio porte - Caraúba, ipê-roxo, ipê-amarelo, ipê-verde, oiticica, trapiá, xixá, cajueiro, juazeiro, jatobá, caroba, pitomba, ingazeira, ingaí.
Grande porte - Timbaúba, oiti, cedro, gameleira, cassia-rosa, barriguda, pau-pombo, angelim, mirindiba, macaúba, carnaúba.
Fonte: Movimento Pró-Árvore
Luana Lima
Repórter

quinta-feira, 22 de maio de 2014

CONVITE PARA A FESTA DA VIDA


Senhores e Senhoras,
CONVITE PARA A FESTA DA VIDA – O Movimento Proparque convida as pessoas e os movimentos/entidades para a Festa da Vida, dia 8 de junho de 2014,  domingo, no Parque Ecológico Rio Branco, das 16h às 19h. Tema: “Terra, estão te maltratando por dinheiro”, extraído da música O Sal da Terra, de Beto Guedes.
Na Festa da Vida as entidades mostram o que fazem pela vida com: exposição de cartazes, fotos e documentos, números artísticos, canto, dança, poesia, distribuição de brindes e manifestações outras. As exposições são feitas debaixo das árvores, com criatividade. No palco, haverá um show a partir das 18h.
Cada entidade arca com suas despesas de transporte e montagem de suas atividades. É bom conhecer o parque antes e escolher o local mais adequado para sua exposição. Mais informações e inscrição grátis pelo e-mail vocefazoproparque@gmail.com e nas reuniões do Movimento Proparque, sempre nas quintas-feiras, das 7 às 8h, no anfiteatro do Parque Rio Branco. Telefones 3254 1203 e 8838.1203 [Luísa] ou 9994.9052 [Ademir]. Todos os credos podem participar. Aguardamos sua resposta.
Realizamos a Festa da Vida desde 1998. O Movimento Proparque vai distribuir 5.000 convites. Em 2010 tivemos cerca de 1.000 pessoas na festa. Pedimos que sua entidade também ajude na divulgação, inclusive junto à imprensa. Somos independentes em relação a partidos e governos.
Sem mais, apresentamos nossas cordiais saudações.
Luísa Vaz
Coordenadora do Movimento Proparque
Facebook: Movimento Proparque

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Piquenique, música e grafitagem contra o lixo na entrada do Parque



Mais uma edição do projeto piquenique no parque foi realizada neste domingo, dia 4 de maio. Para animar, mais uma vez o Grupo Rytmos se fez presente, enquanto a novidade foi a grafitagem na entrada do parque pela rua Castro Alves, feita sob a coordenação do artista plástico Narcélio Grud.

Ao final do dia um lindo painel se desenhou e, num apelo de cores e formas, lá permanece lembrando que o lixo não combina com a beleza e a poesia.

Desde 2008 formou-se um ponto de lixo na entrada do parque. Um problema de saúde   pública que infelizmente o poder público ignora e, em certa medida, até alimenta. Um círculo vicioso que fixa uma lógica estúpida: a prefeitura limpa porque o povo suja e o povo suja porque a prefeitura limpa.



Os prejuízos são visíveis: depreciação do parque e proliferação de moscas, ratos e baratas, que deixam a vizinhança e os usuários do parque expostos a doenças.  


O Movimento Proparque apela ao poder público a solução deste problema desde 2008. A Emlurb se satisfaz com a retirada diária do lixo, mas para nós moradores da rua Castro Alves o mais racional seria a prefeitura usar o seu poder e não permitir que fosse colocado lixo naquele local. Por que não faz, eis a questão!



sábado, 22 de março de 2014

Dia Mundial da Água: nossa água de cada dia


O Movimento Proparque foi convidado a participar de uma visita guiada às estações de tratamento de água e esgoto da Cagece, pelo Núcleo de Negócios Aldeota. Foi uma ocasião privilegiada de ouvir dos técnicos da Cagece como funcionam o tratamento e a distribuição de água na cidade, bem como o tratamento de esgotos.

A visita destinou-se a lideranças comunitárias e o objetivo foi apresentar os serviços da Cagece. Visitamos o Açude Gavião, localizado na cidade de Pacatuba, que abastece Fortaleza. Os engenheiros responsáveis pelo processo de tratamento da água mostraram como é feita cada etapa até o monitoramento da qualidade para posterior distribuição. Da mesma forma, na estação de tratamento de esgotos existe um processo ainda mais minucioso e caro antes do lançamento no interceptor oceânico.


Pessoalmente, fiquei muito feliz e orgulhosa ao constatar  “in loco” um serviço bem prestado. Se antes eu bebia água da Cagece por recomendação do meu médico, agora fico mais tranquila ainda. Ao contrário do senso comum de que a água da Cagece é de qualidade inferior às águas que são engarrafadas, as ditas minerais, o processo de purificação da Cagece garante muito mais segurança. Um brinde para nós neste Dia Mundial da Água! 


quinta-feira, 13 de março de 2014

A magia dos quintais


Das lembranças da infância, nada mais singular que aquelas cujos cenários foram os quintais. Colher frutas da época, brincar de guisado, caçar passarinhos (isso porque naquela época ainda não havia a consciência do mal dessa prática...) ou simplesmente apreciar uma planta florada. Em noite de lua, olhar pro céu e sonhar...