sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Movimento Faz Reunião com Secretários: Soluções para o Parque Rio Branco











A situação atual do Parque Ecológico Rio Branco foi colocada para quatro secretários da Prefeitura Municipal de Fortaleza, hoje, dia 7 de agosto de 2009, sexta-feira, em reunião das 9 às 12 horas, no anfiteatro do parque. Os secretários se comprometeram a buscar soluções junto com a comunidade representada pelo Movimento Proparque. Foi uma retomada dessas reuniões. A última ocorreu em dezembro de 2008.

Estiveram presentes o Secretário da SER II, Sr. Humberto Carvalho Júnior, e o Secretário da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam), Deodato Ramalho. O Presidente da Emlurb, Roberto Rodrigues, foi representado pelo Chefe do Departamento de Urbanismo da Emlurb, Sr. José Wilmar da Silveira Neto. O Comandante da Guarda Municipal, Dr. Arimá Rocha, enviou o Chefe do Pelotão da Guarda Comunitária, Subinspetor Antonio José de Sousa Vieira. A reunião foi presidida pela coordenadora do Movimento Proparque, Luísa Vaz.

Regularização jurídica do parque. O Movimento Proparque deseja que o parque volte a ter os limites do decreto de 1992. Dessa forma, seriam readmitidas no parque áreas como o início da R. Frei Vidal, a oficina da Av. Visconde do Rio Branco, 3497; R. Castro Alves, 210 e 298A, a Vila Manduca (R. Castro Alves, 288); e o terreno murado, próximo à nascente do riacho. O Secretário Humberto Júnior comprometeu-se a estudar com sua equipe a situação do parque, levar o Movimento Proparque para uma audiência com a prefeita Luizianne Lins, elaborar uma minuta de decreto e levar para a prefeita assinar. Ele colocou sua equipe à disposição para um diálogo com o Movimento Proparque em busca das soluções para as questões colocadas na pauta (compostagem, contenção de ribanceiras, reflorestamento, por exemplo).

Humberto Júnior telefonou na hora para a Secretária de Educação, Ana Maria Fontenele, que disse estar disposta a incentivar escolas a que usem o parque em suas atividades pedagógicas. Ele demonstrou a vontade de ocupar o parque com eventos, para o que fará parceria com a Fundação Cultural (Funcet) de Fortaleza. Quer, entretanto, que a ideia seja "refinada" em reuniões do Movimento Proparque com a equipe da SER II.

Plano de manejo do parque -- A reivindicação é que o plano contemple, dentre outros, os seguintes aspectos:
* Cortes de castanholeiras, feitos sem critério. No último, dia 20 de julho, ao ser derrubada, uma árvore quebrou o piso e uma ponte.
* Plantio e aguação de árvores no parque.
* Capinas que, em geral, matam também mudas plantadas por nós.
* Colocação de lixo, à noite, no riacho que desagua no parque pela R. Pe. Antonino.
* Impedimento, por exemplo, na R. Pe. Antonino com R. Castro Alves, de modo que não seja possível jogar lixo no parque e que assaltantes ali se refugiem na vegetação, com objetos roubados.
* Tratamento a ser dado às margens dos riachos, para evitar a erosão que desmancha as barreiras de contenção e descobre as raízes das árvores.
* Formas de aproveitar as folhas das árvores, por exemplo, em processo de compostagem, de modo que elas contribuam para fertilizar o solo. A simples retirada delas, como feita hoje, compacta o solo e causa erosão.
* Segurança, para evitar mortes como a da madrugada de 24.08.2009.

Os secretários haviam recebido a pauta com antecedência. Eles e seus representantes disseram as propostas que trouxeram. Humberto Júnior disse que tudo deve ser discutido primeiro na comunidade, para depois levar à Secretaria Executiva Regional II (SER II), para decisão, após análise dos aspectos técnicos e legais. Entre as sugestões apresentadas na hora, uma de colocar brinquedo de uma pessoa no parque, mediante pagamento. O secretário sugeriu que o Movimento Proparque faça um levantamento de empresas que poderiam firmar parcerias com o poder público para melhorias e manutenção do parque.

O representante da Emlurb, Sr. José Wilmar da Silveira Neto, explicou que as castanholeiras foram retiradas por oferecerem risco de cair sobre as pessoas. Informou que há a diretriz de cortar as castanholeiras pequenas, por serem árvores invasoras e predominantes no parque, para que não proliferem mais. Disse ser necessário plantar árvores nativas que exigem pouca água, como umbuzeiro e ipê, e que há o capim da praia, apropriado para contenção das margens dos riachos que cortam o parque.

Em reuniões futuras o Movimento Proparque vai argumentar contra a derrubada de outras castanholeiras adultas. Há uma decisão do Ministério Público contra essa prática. Em 2003, ficou determinado que a prefeitura plantaria novas árvores, antes de derrubar a vegetação mais velha. O representante da Emlurb saiu antes que se estabelecesse o diálogo com o grupo.

O Secretário de Meio Ambiente, Deodato Ramalho, colocou a Coordenadoria de Políticas Ambientais à disposição para acerto de intervenções do poder público especialmente no campo da educação ambiental. Deixou os contatos e solicitou que uma reunião fosse marcada o quanto antes. O representante da Guarda Municipal, subinspetor Antonio José de Sousa Vieira, falou do trabalho do Pelotão Comunitário no parque e reclamou da dificuldade de entrada da viatura. O Movimento Proparque explicou que a decisão de colocar os pelotis nas cinco entradas do parque foi acertada em Assembleia do Povo, dia 30 de junho de 2007, sob orientação do Corpo de Bombeiros. Segundo os bombeiros informaram naquela ocasião, na eventualidade de socorro a uma vítima, uma viatura pode ficar na entrada e os socorristas pegarem a pessoa em qualquer local do parque. De qualquer entrada até o centro do parque dá menos de 500 metros. E esta é uma norma internacional de socorro: atender com maca até a distância de 500 metros.

Debate das propostas. Os presentes disseram outras melhorias que devem ser feitas no parque, como aguação, plantio, necessidade de fechar o parque todas as noites, mas não houve tempo para debate.

Sobre o corte das castanholeiras, o Proparque fará estudo de caso para fazer frente à informação de que as referidas plantas devem ser cortadas por não serem da flora brasileira. Até onde chega a nossa compreensão, mesmo não sendo plantas nacionais, as castanholeiras são importantes na melhoria do clima do parque com o sombreado que promovem. Contudo, para encarar o debate em condições de igualdade, faremos uma pesquisa junto a autoridades no assunto. Um detalhe que chama a atenção é que a Emlurb, até agora, não plantou nada no lugar onde foram derrubadas as castanholeiras.

Legendas para as fotos, de cima para baixo:
Foto 1: Luísa Vaz, Subinspetor Antonio José de Sousa Vieira, José Wilmar da Silveira Neto, Francisco Humberto Carvalho Júnior e Cláudia da equipe da SER II
Foto 2: Eudes Costa (administrador do parque), José Wilmar da Silveira Neto, Cláudia e Paola (SER II) e Deodato Ramalho, secretário da SEMAM
Foto 3: Visão geral da mesa de trabalhos, no decorrer da reunião
Foto 4: Gabriela (Funci/Projeto Crescer com Arte Rio Branco), Eudes Costa, José Wilmar da Silveira Neto e Francisco Humberto Carvalho Júnior, secretário da SER II
Foto 5: Populares prestigiaram a reunião e participaram, dando opiniões.

Um comentário:

Carlos Magno - Compromisso com Você disse...

È de grande valia para a natureza,e para futuro da humanidade a preservação de áreas verdes em fortaleza, que está virando uma selva de pedras. Quem ganha realmente é a coletividade em geral. Parabéns!