sábado, 7 de fevereiro de 2009

1.326 Cidadãos Exigem Vigilância 24 Horas

Movimento Proparque
Queremos Segurança no Parque Ecológico Rio Branco
Abaixo-Assinado protolado no Gabinete da Prefeita sob o número 13492/09, em 05.02.09.

Nós, cidadãos de Fortaleza, membros do Movimento Proparque ou apoiadores deste Movimento, vimos reivindicar da Exma. Sra. Luizianne Lins, Prefeita de Fortaleza, que coloque vigilância 24 horas no Parque Ecológico Rio Branco, com o objetivo de aumentar a segurança das pessoas e evitar as constantes depredações como quebra de árvores e equipamentos de uso coletivo. Fortaleza, 1º de outubro de 2008.
NOME ou ASSINATURA DOCUMENTO

Seguem-se 1.326 assinaturas.
As assinaturas foram colhidas em diferentes manifestações do Movimento Proparque desde 2007 como Festa da Vida e Manhã Verde. O Movimento demorou a entregar, levando em conta as negoicações em andamento com a Prefeitura Municipal de Fortaleza.

OPINIÃO DE LEITORA DO BLOG

Como frequentadora do Parque Rio Branco, onde faço caminhadas diariamente, causou-me estranheza que nesse protesto ninguém tenha mencionado os balanços infantis feitos de pneus. Em plena campanha contra a dengue e no período chuvoso, isso é no mínimo um coantrasenso, já que o pneu velho tornou-se um símbolo da dengue. Seria bastante sensato que a prefeitura substituísse os pneus por balanços de madeira. Outra coisa que me incomoda bastante, é a presença de gatos espalhados por todo o parque. Sei que muitos os acham bonitinhos e inofensivos, mas todos sabemos que gatos são transmissores de doenças, e esses então, ainda sujam o parque com sua fezes. Há pessoas que insistem em alimentá-los. Trazem comida de casa, a qual é jogada no chão do parque, atraíndo não só os gatos mas outros bichos, como ratos, baratas, moscas e mosquitos. Também é bastante comum nos depararmos com gatinhos mortos, exalando mau cheiro, já que ninguém os enterra ou recolhe. Seria ótimo se a prefeitura recolhesse esses animais e os levassem para algum outro local, onde haja infestação de ratos, por exemplo. Ou então que as pessoas que gostam deles os adotassem e os levassem para suas casas. Fica aqui a sugestão.

NOSSO ESCLARECIMENTO

Talvez a senhora não tenha percebido que todos os pneus usados nos brinquedos do parque foram furados. Assim, não acumulam água.
Quanto aos gatos, qualquer pessoa pode denunciar a presença deles ao Centro de Controle de Zoonozes do município. E já foi feita a denúncia. Qualquer pessoa pode adotar um daqueles animais, se assim o desejar.
Agradecemos à pessoa que enviou a mensagem anônima com as sugestões. Participar deste debate já é um bom início. Bom seria se a senhora se juntasse a nosso Movimento Proparque na busca das soluções para os problemas que ainda persistem em nosso parque. Será muito bem recebida. Fica o convite.

PROFESSOR DENUNCIA PERSEGUIÇÃO EM ARACATI

Olá companheir@s,

Venho através deste levar a público o problema que eu estou enfrentando de pesseguição política aqui no Cumbe, em Aracati.
Sou funcionário público municipal há 14 anos e sempre exerci
o cargo de professor municipal na minha comunidade, onde tenho
realizado várias ações de defesa e respeito a minha terra.
Só que o prefeito de Aracati, Expedito Ferreira da Costa, junto com
a secretária de Educação Ana Maria, me transferiram da escola
que trabalho para uma outra que fica a 70 km de onde moro na extrema de Mossoró - RN.
Saio para trabalhar as 4hs da manhã e retorno as 6hs da noite.
Chegando na comunidade onde trabalho, ando a pé 30 minutos para chegar à escola. Já levei o caso ao ministério público mais não deu em nada. Peço que divulguem ao máximo.
O motivo seria eu ter votado na principal concorrente dele à prefeitura de Aracati, e outra, eu teria denunciado as fazendas de carcinicultura dele, onde ele teria recebido uma multa muito grande, e nas usina de energia eólica. Isso seria uma forma de me afastar dos movimentos de que participo.

Peço ajuda a quem possa me ajudar a denunciar essa imoralidade que está acontecendo em Aracati comigo e mais 70 professores que votaram no outro candidato a prefeito de Aracati.

Meu contato: celular (85) 9624 2107

Um abraço.

João Luís Joventino do Nascimento

Governo aumenta agropecuária na Amazônia

Medida aprovada por 13 ministérios reduz de 80% para 50% área de reserva florestal em propriedades rurais

Catarina Alencastro

BRASÍLIA. O governo federal aprovou ontem uma medida que, na prática, vai ampliar as áreas de agricultura e pecuária na Amazônia e diminuir as exigências de replantio de floresta em áreas degradadas. A Comissão Coordenadora do Zoneamento Ecológico-Econômico do Território Nacional, uma câmara interministerial composta por 13 ministérios, modificou a área de reserva legal no entorno da BR-163, que liga Santarém (PA) a Cuiabá (MT), e da Rodovia Transamazônica, a BR-230.

Pela decisão, as propriedades rurais da região próxima às rodovias terão sua reserva legal reduzida de 80% (exigido em todo o bioma amazônico) para 50%. Ou seja: quem já desmatou terras no entorno das rodovias não será mais obrigado a reflorestar 80% da propriedade, como determina a legislação ambiental, e sim, 50% da fazenda. Com isso, cerca de 700 mil hectares deixarão de ser replantados com árvores nativas da Amazônia e poderão ser usados para a agricultura.

Minc defende mudança, mas não participa de votação

A decisão ainda terá de ser aprovada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e depois virar um decreto presidencial. Mas a aprovação na câmara interministerial foi unânime e teve parecer favorável elaborado pelo próprio Ministério do Meio Ambiente. A área sujeita à mudança corresponde a 30% dos 33,4 milhões de hectares que estão sob influência da BR-163, em 19 municípios do Pará.

Um representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior admitiu que a decisão "abre um precedente muito positivo", que pode acabar sendo replicado em outras áreas. Para o Meio Ambiente, porém, a mudança impedirá o avanço do desmatamento.

- Aparentemente é uma flexibilização, mas, objetivamente, você ganha mais condições de cumprir a lei - alegou Roberto Vizentin, diretor de Zoneamento Territorial do ministério.

A nova área de reserva legal já foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Pará e virou lei estadual sancionada pela governadora Ana Júlia Carepa (PT). O Código Florestal permite essa possibilidade, desde que o estado já tenha feito o Zoneamento Econômico-Ecológico e que a área já esteja bastante degradada. O Mato Grosso, na outra ponta da BR-163, ainda está fazendo o zoneamento, mas também reivindicou a diminuição da reserva legal no norte do estado, dentro do bioma amazônico.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participou apenas da primeira parte da reunião, mas deixou a discussão quando este assunto entrou na pauta e não votou. Ele defende a implantação de um distrito florestal antes que a obra saia, e lembra que o anúncio do asfaltamento da BR-163 triplicou o desmatamento na região. No entanto, Minc também acredita que a diminuição da reserva será um ganho ambiental:

- Nessas áreas, o desmatamento é de 90%. Quando você diz que essas áreas podem usar 50% para produção, que para ficar legal tem que reflorestar, ele vai ter que demarcar APP (Área de Preservação Permanente, como encostas de morros e beiras de rios) e replantar 40% com nativas.

A regra só valerá para quem desmatou até 2005, ano em que o Pará aprovou a lei de macrozoneamento.
Fonte: O Globo - 06/02/2009

sábado, 31 de janeiro de 2009

Diálogo sobre Utopia e Intervenção na Sociedade

Dois amigos trocaram mensagens comigo via e-mail. Questinamentos sobre utopias desconstruídas ou ameaçadas, partidos políticos a escandalizar seus militantes, desafio de a cidadania não esmorecer. Ocultei os nomes dos amigos. Abaixo, a reprodução das mensagens com seus anexos. Entre os anexos, uma entrevista com o bispo católico Dom Pedro Casaldáliga e um texto de Agostinho Neto.

PRIMEIRA MENSAGEM
Salve, Amigo! Salve, Ademir!
Boa retomada de nossas "conversas" nesse ano novo (já não tão novo...).
Muito boa a entrevista de Dom Pedro. Mas fica uma pergunta: qual é o partido político hoje capaz de conduzir a bandeira da utopia, das transformações estruturais radicais que o país tanto demanda. O caminho individual/coletivo do "cada um faz a sua parte" pode aliviar pressões pontuais, mas não será suficiente para transformar as utopias em realidade para a sociedade como um todo (mudança de sistema).
Não concordam?
Assinado, seu Amigo.

ENTREVISTA DE DOM PEDRO CASALDÁLIGA ao jornal
Brasil de Fato - de 1º a 7 de janeiro de 2009 - edição 305

ONDE NÃO HÁ UTOPIA, NÃO HÁ FUTURO

ENTREVISTA: Para dom Pedro Casaldáliga, somente a
construção de um mundo só (e não dois ou três ou quatro)
poderá salvar a humanidade. Segundo ele, é utopia, mas uma
utopia "necessária como o pão de cada dia"
Nilton Viana,
da Redação

DOM PEDRO Casaldáliga tem sido uma voz firme na defesa de que, para o socialismo novo, a utopia continua. E esclarece: a utopia de que falamos, a compartimos com milhões de pessoas que nos recederam, dando inclusive o seu sangue, e com milhões que hoje vivem e lutam e marcham e cantam. Para ele, esta utopia está em construção, somos operários da utopia.
Mesmo convivendo com o "irmão Parkinson", como ele mesmo define a doença de Parkinson - uma enfermidade neurológica que afeta os movimentos da pessoa, causa tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio, além de alterações na fala e na escrita - carinhosamente respondeu às nossas perguntas. E, nesta entrevista ao Brasil de Fato, Casaldáliga fala do "absurdo criminal de constituir a sociedade em duas sociedades de fato: a oligarquia privilegiada, intocável, e todo o imenso resto de humanidade jogada à fome, ao sem-sentido, à violência enlouquecida". Defende que, hoje, só a participação ativa, pioneira, de movimentos sociais pode retificar o rumo de uma política de privilégio para uns poucos e de exclusão para a desesperada maioria. E adverte: “o latifúndio continua a ser um pecado estrutural no Brasil e em toda Nossa América”.

Brasil de Fato - Como o senhor tem visto a devastadora crise que já afeta todos os países e principalmente a classe trabalhadora?

Dom Pedro Casaldáliga - Com muita indignação e revolta; com uma sensação de impotência e ao mesmo tempo a vontade radical de denunciar e combater os grandes causadores dessa crise. Esquecemos fácil demais que a crise fundamentalmente é provocada pelo capitalismo neoliberal. Irrita ver governantes e toda a oligarquia justificando que as economias nacionais devam servir ao capital financeiro. Os pobres devem salvar economicamente os ricos. Os bancos substituem a mesa da família, as carteiras da escola, os equipamentos dos hospitais...

Eu estava comentando ontém [19 de dezembro] com uns companheiros de missão que a avalanche de demissões acabará justificando uma avalanche de assaltos, por desespero. Está crescendo cada dia mais o absurdo criminal de constituir a sociedade em duas sociedades de fato: a oligarquia privilegiada, intocável, e todo o imenso resto de humanidade jogada à fome, ao sem-sentido, à violência enlouquecida. Fecham-se as empresas, quando não conseguem um lucro voraz, e se fecha o futuro de um trabalho digno, de uma sociedade verdadeiramente humana.

Como o senhor analisa o papel dos movimentos sociais frente à atual conjuntura?

Já faz um bom tempo que, sobretudo no Terceiro Mundo (concretamente no nosso Brasil, na Nossa América), se vem proclamando por cientistas sociais e dirigentes populares que hoje só a participação ativa, pioneira, de movimentos sociais pode retificar o rumo de uma política de privilégio para uns poucos e de exclusão para a desesperada maioria. Os partidos e os sindicatos têm ainda sua vez; devem conservá-la ou reivindicá-la. Sindicato e partido são mediações políticas indispensáveis; mas o movimento social organizado, presente no dia-a-dia do povo, é sempre mais urgente, como uma espécie de "vanguarda coletiva".

Diante deste cenário, na sua avaliação, quais são as alternativas para os pobres do mundo hoje?

A alternativa é acreditar mesmo que "Outro Mundo é Possível" e se entregar individualmente e em comunidade ou grupo solidário e ir fazendo real esse "mundo possível". O capitalismo neoliberal é raiz dessa crise e somente há um caminho para a justiça e a paz reinarem no mundo: socializar as estruturas contestando de fato a desigualdade socioeconômica, a absolutização da propriedade e a própria existência de um Primeiro Mundo e um Terceiro Mundo, para ir construindo um só Mundo, igualitário e plural. Com frequência respondo a jornalistas e amizades do Primeiro Mundo que somente a construção de um mundo só (e não dois ou três ou quatro) poderá salvar a humanidade. É utopia, uma utopia "necessária como o pão de cada dia". Onde não há utopia não há futuro.

No próximo mês de janeiro o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) completa 25 anos. O senhor, como incansável defensor dos camponeses pobres e inspirador do movimento, vê hoje a luta pela terra de que maneira?

O MST completa, então, seus 25 anos de luta, de enxada, de poesia, de profecia ao pé da estrada e da rua. Segundo muitos analistas o MST está sendo o movimento popular melhor organizado e mais eficaz "de fato". Sabe muito bem o MST que "a terra é mais que terra", e por isso está se volcando, pertinaz, esperançado, na conquista comunitária da terra, na educação de qualidade, na saúde para todos, numa atitude permanente de solidariedade, em colaboração gratuita e fraterna com todos os outros movimentos populares.

Que mensagem o senhor diria hoje para os milhares de trabalhadores e militantes do MST espalhados por todo o país?

Os 25 anos do MST são uma data a celebrar, dando graças ao povo da terra e ao Deus da terra e da vida, reafirmando os princípios que norteiam o objetivo e a prática do MST. Recordando a palavra de Jesus de Nazaré: "não podeis servir a Deus e ao dinheiro"; não podeis servir ao latifúndio e à reforma agrária. O latifúndio continua a ser um pecado estrutural no Brasil e em toda Nossa América.

O senhor tem dito que "Para um socialismo novo, a utopia continua". Quais devem ser os caminhos (ou o caminho) para seguirmos na construção desse socialismo novo e garantir sempre que a utopia continue?

Que o MST continue a ser um abanderado desse "socialismo novo" e de uma verdadeira reforma agrária e agrícola, inserido na Via Campesina, na procura e no feitio de uma nova América. Que mantenha viva e produtiva de esperança a memória dos nossos mártires, sangue fecundo, os melhores companheiros e companheiras da caminhada. Que siga entrando, plantando, cantando, contestando, com aquela esperança que não falha porque tem inclusive a garantia do Deus da Terra, da Vida, do Amor.

"O latifúndio continua a ser um pecado estrutural no Brasil e em toda Nossa América".
(Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia)

SEGUNDA MENSAGEM
Amigo,
D. Pedro Casaldáglia, com quem tive a honra de compartilhar a militância na Comissão Pastoral da Terra, e, portanto, tendo conhecido pessoalmente, aponta pistas interessantes. A utopia é a solidariedade dos movimentos sociais, e que deve ser traduzida em ideologia. Quanto ao partido portador desta ideologia, seria o PT, mas foi acometido de mal súbito e está convaslecente numa UTI. Portanto, os próprios movimentos sociais tem que retomar a tarefa de construir um partido que transforme a utopia da solidariedade na principal ideologia da nação brasileira.

TERCEIRA MENSAGEM
Prezado Amigo,

A utopia, para nós, é como a linha do horizonte (ou como a estrela-guia), para quem navega. O navegante não chega àquela linha, tampouco à estrela. Mas aos portos a que se dirige. Nada mal, se não “realizamos” as utopias. Nem por isso elas seriam descartáveis, como nos querem fazer crer os seguidores do neoliberalismo (última máscara do capitalismo selvagem, a cair agora). Contanto que elas nos impulsionem a dar os passos possíveis no aqui-agora. Por estes, cada um de nós responde, “sós e sem desculpas”, como nos escreveu Sartre, em seu cortante realismo.

Não nos cabe a desculpa de que os partidos perderam a ideologia-utopia. Porque estará sempre aberta a cada um de nós a possibilidade de “criar” o partido necessário ou de “refundar” o partido no qual militemos, ou de criticar o partido no qual votamos, de modo a “forçá-lo” a mudar de rumo. Temos instrumentos para isso. E clima democrático para tal.

Haverá, sempre, a possibilidade de cada um de nós se “sentar no trono de seu apartamento, com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar”, raulzitamente falando. “Ou não”, caetanamente. Tenho dito. kkk!!
Ademir Costa

QUARTA MENSAGEM
Ademir,
Gostei de suas ponderações.
Apenas acho que essas mesmas utopias que (nos) alimentaram os sonhos daqueles que militaram (militamos) nos partidos de esquerda nos idos da luta pela redemocratização do país faziam parte dos discursos dos que hoje estão no comando (poder) nos vários níveis (federal, estadual e municipal). E o possível que acaba prevalescendo no exercício do poder pelos "companheiros" está excessivamente cercado de vícios herdados daqueles a quem tanto combatíamos (mensalão, reforma agrária "zero", Henrique Meirelles, Stephanes...).
A reflexão (provocação) que faço, portanto, não tem a intensão de desqualificar ou acomodar a militância mas, pelo contrário, alertar para o fato de que os sonhadores, quando se colocam no comando do barco, "acordam" para outros horizontes e outras estrelas que não levam para os portos da dignidade humana, da solidariedade e de coerência com os sonhos daqueles que continuam sonhando. Como o barco navega conforme os rumos definidos pelo timoneiro, a tripulação pode fazer a sua parte, buscando remar em direção à "sua" estrela, mas o barco continuará embicando para os portos do "velho mundo".
O partido político tem, nessas metáforas todas, o sentido de organizar o motim, e a nossa conversa tem o propósito de indagar: " e depois do motim, como levar o barco no rumo da estrela que norteia nossos sonhos, sem se deixar enfeitiçar pelas estrelas tergiversantes?"
Nossa jornada poderia ser bem menos penosa - eu continuo remando, a estrela continua brilhando, mas o barco continua teimando em pender pra direita...
Bom, Raulzito também cantava "um sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas um sonho que se sonha junto é realidade".
Abraços "náuticos e astronômicos"!
Seu Amigo

QUINTA MENSAGEM

Prezados Amigos,
Antes de tudo, quero dizer que estou de acordo com as mensagens que vocês enviaram, com seus pensamentos. O que vai aqui é apenas reflexão que esta conversa provoca. Até para convencer-me a mim mesmo.
Vamos a outras imagens: é preciso garantir o feijão sem desistir do sonho. Feijão às vezes pouco pra tantas bocas, de qualidade duvidosa e preço caro... Às vezes, alguns se contentam com este feijão. Ou com “trinta moedas”. É da condição humana. Entretanto, como já cantou o poeta, “desesperar, jamais!”
Vamos a outros autores: “Não há luta pura” (Simone de Beauvoir, no livro “Moral da Ambiguidade”). O feijão está, aqui-acolá, “bichado”. Ou, conforme o Mestre maior, “joio e trigo crescem juntos”. Parecidos, é perigoso separar um do outro no tempo errado.
Vamos a outro parâmetro: o tempo, da imagem agrícola citada acima. Às vezes não vivemos o suficiente para ver o resultado de nossos atos. Francisco cantava “Irmão Sol, Irmã Lua, Irmão lobo tu és meu irmão”. “Irmão vento, irmão fogo, irmã água...” Ele não viu, 8 séculos depois, os avanços no conhecimento da Ecologia, a lhe darem razão...

O líder africano Agostinho Neto fala com mais propriedade do que estou (estamos) falando. O texto a seguir é conhecido. Talvez clássico, para nós que “acabamos” de passar dos 20 e poucos anos.
Gosto muito deste texto. Fruto da vida. Realista: sem ufanismos, porém, ainda assim, pra cima. Acho legal ele ter convivido com gente mal caráter e mantido a “fé no que virá”. Esta postura quase profética me fala fundo. É para mim algo inquietante. O texto vai depois de minha assinatura.

"Vamos lá fazer o que será"

Ademir Costa

A Nossa Causa

NÃO BASTA QUE SEJA PURA E JUSTA
A NOSSA CAUSA.
É NECESSÁRIO QUE A PUREZA E A JUSTIÇA
EXISTAM DENTRO DE NÓS.

DOS QUE VIERAM
E CONOSCO SE ALIARAM
MUITOS TRAZIAM SOMBRAS NO OLHAR,
INTENÇÕES ESTRANHAS.

PARA ALGUNS DELES A RAZÃO DA LUTA
ERA SÓ ÓDIO: UM ÓDIO ANTIGO
CENTRADO E SURDO
COMO UMA LANÇA.

PARA ALGUNS OUTROS ERA UMA BOLSA
BOLSA VAZIA (QUERIAM ENCHÊ-LA)
QUERIAM ENCHÊ-LA COM COISAS SUJAS,
INCONFESSÁVEIS.

OUTROS VIEMOS.
LUTAR PARA NÓS É VER AQUILO
QUE O POVO QUER REALIZADO.
É TER A TERRA ONDE NASCEMOS.
É SERMOS LIVRES PARA TRABALHAR.

É TER PARA NÓS O QUE CRIAMOS.
LUTAR PARA NÓS É UM DESTINO -
É UMA PONTE ENTRE A DESCRENÇA
E A CERTEZA DO MUNDO NOVO.

NA MESMA BARCA NOS ENCONTRAMOS.
TODOS CONCORDAM - VAMOS LUTAR.
LUTAR PRA QUE?
PRA DAR VAZÃO AO ÓDIO ANTIGO?
OU PRA GANHARMOS A LIBERDADE
E TER PRA NÓS O QUE CRIAMOS?

NA MESMA BARCA NOS ENCONTRAMOS.
QUEM HÁ DE SER O TIMONEIRO?
AH! AS TRAMAS QUE ELES TECERAM!
AH! AS LUTAS QUE AÍ TRAVAMOS!

MANTIVEMO-NOS FIRMES: NO POVO
BUSCÁRAMOS A FORÇA E A RAZÃO,
INEXORAVELMENTE.
COMO UMA ONDA QUE NINGUÉM TRAVA,
VENCEMOS.

O POVO TOMOU A DIREÇÃO DA BARCA.
MAS A LIÇÃO LÁ ESTÁ, FOI APRENDIDA:
NÃO BASTA QUE SEJA PURA E JUSTA A NOSSA CAUSA.
É NECESSÁRIO QUE A PUREZA E A JUSTIÇA EXISTAM DENTRO DE NÓS.

Agostinho Neto,
Líder da Frente Nacional para a Libertação de Angola

domingo, 4 de janeiro de 2009

Grupos Reagem a Agressões ao Meio Ambiente

Autoridades interrogam os responsáveis por desmonte de dunas

A Polícia Federal e o MPF interrogarão os responsáveis por desmonte de dunas, vegetação e recursos hídricos no Parque do Cocó, pois há possibilidade das empresas Unit e Flora, tidas como proprietárias do terreno e construtoras do loteamento, serem apenas laranjas de um grande e conhecido grupo econômico do Ceará. As novidades serão postadas no blog dos Amigos do Cocó cujo endereço é http://amigosdococo.blogspot.com.

O crime ocorreu dia 20 de dezembro, em área pertencente ao Parque Ecológico Cocó. Juíza, Procuradores da República, advogados manifestaram-se contra, na hora, e moradores dos concomínios das imediações postaram-se frente às máquinas. A mobilização dos cidadãos continua, para desespero dos agressores. (Com informações da advogada Nayanna Freitas)

PRESERVAÇÃO DA FOZ DO RIACHO MACEIÓ
O movimento ecológico luta há 20 anos para preservar a foz do Riacho
Maceió, na Beira-Mar, e vem conseguindo. A última grande luta em relação a
isso foi conseguir minar o projeto da NORPAR (do Grupo Pinheiro Landim),
de operação consorciada com a PMF, para construir edifícios residencias e
flats na área. Essa última luta, há 5 anos, teve o apoio importante
da então deputada Luizianne Lins.

Agora, surpresa!!!! O projeto volta, envolto na mais completa aceitação da
Prefeotira Municipal de Fortaleza, e a população já foi inclusive expulsa do local. (Com informações da Profa. Vanda Claudino Sales).

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Esgoto no Parque Ecológico Rio Branco causa mau cheiro

Há 8 dias de se completarem três anos da denúncia, quem caminha no Parque Ecológico Rio Branco permanece incomodado por esgotos lançados naquele logradouro. O mau cheiro é grande e pode ser constatado hoje. A denúncia foi feita pelo Movimento Proparque em 26.dez.2005, na Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam). Na Célula de Controle Ambiental a denúncia foi protocolada como Ocorrência 544. O fone da Célula é 3452.6925. O geral da Semam é 3452.1910.
O Movimento Proparque suspeita de que algum condomínio das imediações do parque libera fossas para a galeria pluvial que atravessa o parque. A Semam alega que há um convênio com a Cagece para que esta fiscalize ligações de esgotos para galerias pluviais. O Movimento Proparque exige que a Semam faça valer o convênio e que as galerias não sejam poluídas. Estas águas que passam pelo parque vão para a Avenida Aguanambi e seguem pelo Lagamar até o rio Cocó.

NOTÍCIAS POSITIVAS SOBRE O PARQUE
Conquistas do Movimento Proparque em 13 anos de atividades:

Começamos nossas atividades em 1995. Motivo: construtura estava jogando entulho no Parque Ecológico Rio Branco, ao que tudo indicava, com apoio da prefeitura municipal de Fortaleza. De lá para cá, após muito chá de cadeira, abaixo-assinados, manifestações pacíficas no parque e inúmeras denúncias via imprensa, CONSEGUIMOS:

MAIOR circuito de caminhada no parque

NOVO piso nas alamedas

BRINQUEDOS para as crianças

PROJETO Crescer com Arte, para crianças e adolescentes em situação de risco

GUARDA Municipal no parque, durante o dia

SEGURANÇA pela Polícia Militar (prometeu dia 25.NOV.08, intensificar presença)

PLANTIO de mais mudas e sua aguação

VARRIÇÃO diária do parque

FESTAS e reuniões são feitas no parque, com tranquilidade, nunca houve problema

PASSEIOS ecológicos a ambientes de praia, serra e sertão. Desta atividade, fica algum dinheiro para custeio de faixas, cartazes, impressos. Não cobramos taxas de nossos sócios.

APOIO dos usuários do parque, em todas as nossas atividades.

REUNIÕES do Movimento Proparque abertas a todos. Na R. Castro Alves, 180, Joaquim Távora, atrás do parque, se você está na Av. Pontes Vieira. Quintas-feiras, 19h. Junte-se a nós.

OBSERVAÇÃO: O Movimento Proparque não recebe dinheiro de seus sócios, de políticos nem de órgãos públicos, nem de ongs (inter)nacionais. Também não é filiado a religião ou partido específico. Não se submete a qualquer esfera de governo. Nossa atuação é política em sentido amplo, mas não, partidária. Isso não significa rejeição a religiões ou partidos, ou órgãos públicos. Significa, apenas, que o nosso espaço é o espaço da livre expressão dos cidadãos, pressionando por nossos direitos. Agimos dentro da legalidade e entendemos que aos partidos e órgãos públicos cabe atender nossas reivindicações. Sem favor. Por justiça.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Sucesso no Passeio à Casa de Rachel

O passeio ecológico do Movimento Proparque, dia 7 de dezembro para Quixadá, foi um sucesso. Visitamos o sítio Não Me Deixes, da Rachel, hoje reserva onde o Ibama solta pássaros apreendidos em poder dos criminosos. Em seguida, almoçamos na Serra do Estêvão, no mosteiro de São José, local onde Castello Branco dormiu a última noite de sua vida. Após o repouso e o café das 15h, seguimos até o Açude do Cedro, de onde seguimos para o Santuário Rainha do Sertão. Ali fruimos uma vista maravilhosa, às 18h.

A descontração na viagem, o café-surpresa ainda no ônibus, à base de frutas, o local onde Rachel escreveu O Quinze, deitada no chão, foram motivos de alegria e emoção para os 51 participantes do passeio. A viagem ecológica foi organizada pelo Movimento Proparque. No café da tarde, todos cantaram os parabéns pelos aniversários de Luísz Vaz, coordenadora, e do próprio Movimento Proparque, a entidade que há 13 anos luta pelo Parque Ecológico Rio Branco, em Fortaleza. Saimos às 6h30min e retornamos às 21h a Fortaleza.

O próximo passeio ecológico será dia 1º de fevereiro, para Guaramiranga.