Dois amigos trocaram mensagens comigo via e-mail. Questinamentos sobre utopias desconstruídas ou ameaçadas, partidos políticos a escandalizar seus militantes, desafio de a cidadania não esmorecer. Ocultei os nomes dos amigos. Abaixo, a reprodução das mensagens com seus anexos. Entre os anexos, uma entrevista com o bispo católico Dom Pedro Casaldáliga e um texto de Agostinho Neto.
PRIMEIRA MENSAGEM
Salve, Amigo! Salve, Ademir!
Boa retomada de nossas "conversas" nesse ano novo (já não tão novo...).
Muito boa a entrevista de Dom Pedro. Mas fica uma pergunta: qual é o partido político hoje capaz de conduzir a bandeira da utopia, das transformações estruturais radicais que o país tanto demanda. O caminho individual/coletivo do "cada um faz a sua parte" pode aliviar pressões pontuais, mas não será suficiente para transformar as utopias em realidade para a sociedade como um todo (mudança de sistema).
Não concordam?
Assinado, seu Amigo.
ENTREVISTA DE DOM PEDRO CASALDÁLIGA ao jornal
Brasil de Fato - de 1º a 7 de janeiro de 2009 - edição 305
ONDE NÃO HÁ UTOPIA, NÃO HÁ FUTURO
ENTREVISTA: Para dom Pedro Casaldáliga, somente a
construção de um mundo só (e não dois ou três ou quatro)
poderá salvar a humanidade. Segundo ele, é utopia, mas uma
utopia "necessária como o pão de cada dia"
Nilton Viana,
da Redação
DOM PEDRO Casaldáliga tem sido uma voz firme na defesa de que, para o socialismo novo, a utopia continua. E esclarece: a utopia de que falamos, a compartimos com milhões de pessoas que nos recederam, dando inclusive o seu sangue, e com milhões que hoje vivem e lutam e marcham e cantam. Para ele, esta utopia está em construção, somos operários da utopia.
Mesmo convivendo com o "irmão Parkinson", como ele mesmo define a doença de Parkinson - uma enfermidade neurológica que afeta os movimentos da pessoa, causa tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio, além de alterações na fala e na escrita - carinhosamente respondeu às nossas perguntas. E, nesta entrevista ao Brasil de Fato, Casaldáliga fala do "absurdo criminal de constituir a sociedade em duas sociedades de fato: a oligarquia privilegiada, intocável, e todo o imenso resto de humanidade jogada à fome, ao sem-sentido, à violência enlouquecida". Defende que, hoje, só a participação ativa, pioneira, de movimentos sociais pode retificar o rumo de uma política de privilégio para uns poucos e de exclusão para a desesperada maioria. E adverte: “o latifúndio continua a ser um pecado estrutural no Brasil e em toda Nossa América”.
Brasil de Fato - Como o senhor tem visto a devastadora crise que já afeta todos os países e principalmente a classe trabalhadora?
Dom Pedro Casaldáliga - Com muita indignação e revolta; com uma sensação de impotência e ao mesmo tempo a vontade radical de denunciar e combater os grandes causadores dessa crise. Esquecemos fácil demais que a crise fundamentalmente é provocada pelo capitalismo neoliberal. Irrita ver governantes e toda a oligarquia justificando que as economias nacionais devam servir ao capital financeiro. Os pobres devem salvar economicamente os ricos. Os bancos substituem a mesa da família, as carteiras da escola, os equipamentos dos hospitais...
Eu estava comentando ontém [19 de dezembro] com uns companheiros de missão que a avalanche de demissões acabará justificando uma avalanche de assaltos, por desespero. Está crescendo cada dia mais o absurdo criminal de constituir a sociedade em duas sociedades de fato: a oligarquia privilegiada, intocável, e todo o imenso resto de humanidade jogada à fome, ao sem-sentido, à violência enlouquecida. Fecham-se as empresas, quando não conseguem um lucro voraz, e se fecha o futuro de um trabalho digno, de uma sociedade verdadeiramente humana.
Como o senhor analisa o papel dos movimentos sociais frente à atual conjuntura?
Já faz um bom tempo que, sobretudo no Terceiro Mundo (concretamente no nosso Brasil, na Nossa América), se vem proclamando por cientistas sociais e dirigentes populares que hoje só a participação ativa, pioneira, de movimentos sociais pode retificar o rumo de uma política de privilégio para uns poucos e de exclusão para a desesperada maioria. Os partidos e os sindicatos têm ainda sua vez; devem conservá-la ou reivindicá-la. Sindicato e partido são mediações políticas indispensáveis; mas o movimento social organizado, presente no dia-a-dia do povo, é sempre mais urgente, como uma espécie de "vanguarda coletiva".
Diante deste cenário, na sua avaliação, quais são as alternativas para os pobres do mundo hoje?
A alternativa é acreditar mesmo que "Outro Mundo é Possível" e se entregar individualmente e em comunidade ou grupo solidário e ir fazendo real esse "mundo possível". O capitalismo neoliberal é raiz dessa crise e somente há um caminho para a justiça e a paz reinarem no mundo: socializar as estruturas contestando de fato a desigualdade socioeconômica, a absolutização da propriedade e a própria existência de um Primeiro Mundo e um Terceiro Mundo, para ir construindo um só Mundo, igualitário e plural. Com frequência respondo a jornalistas e amizades do Primeiro Mundo que somente a construção de um mundo só (e não dois ou três ou quatro) poderá salvar a humanidade. É utopia, uma utopia "necessária como o pão de cada dia". Onde não há utopia não há futuro.
No próximo mês de janeiro o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) completa 25 anos. O senhor, como incansável defensor dos camponeses pobres e inspirador do movimento, vê hoje a luta pela terra de que maneira?
O MST completa, então, seus 25 anos de luta, de enxada, de poesia, de profecia ao pé da estrada e da rua. Segundo muitos analistas o MST está sendo o movimento popular melhor organizado e mais eficaz "de fato". Sabe muito bem o MST que "a terra é mais que terra", e por isso está se volcando, pertinaz, esperançado, na conquista comunitária da terra, na educação de qualidade, na saúde para todos, numa atitude permanente de solidariedade, em colaboração gratuita e fraterna com todos os outros movimentos populares.
Que mensagem o senhor diria hoje para os milhares de trabalhadores e militantes do MST espalhados por todo o país?
Os 25 anos do MST são uma data a celebrar, dando graças ao povo da terra e ao Deus da terra e da vida, reafirmando os princípios que norteiam o objetivo e a prática do MST. Recordando a palavra de Jesus de Nazaré: "não podeis servir a Deus e ao dinheiro"; não podeis servir ao latifúndio e à reforma agrária. O latifúndio continua a ser um pecado estrutural no Brasil e em toda Nossa América.
O senhor tem dito que "Para um socialismo novo, a utopia continua". Quais devem ser os caminhos (ou o caminho) para seguirmos na construção desse socialismo novo e garantir sempre que a utopia continue?
Que o MST continue a ser um abanderado desse "socialismo novo" e de uma verdadeira reforma agrária e agrícola, inserido na Via Campesina, na procura e no feitio de uma nova América. Que mantenha viva e produtiva de esperança a memória dos nossos mártires, sangue fecundo, os melhores companheiros e companheiras da caminhada. Que siga entrando, plantando, cantando, contestando, com aquela esperança que não falha porque tem inclusive a garantia do Deus da Terra, da Vida, do Amor.
"O latifúndio continua a ser um pecado estrutural no Brasil e em toda Nossa América".
(Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia)
SEGUNDA MENSAGEM
Amigo,
D. Pedro Casaldáglia, com quem tive a honra de compartilhar a militância na Comissão Pastoral da Terra, e, portanto, tendo conhecido pessoalmente, aponta pistas interessantes. A utopia é a solidariedade dos movimentos sociais, e que deve ser traduzida em ideologia. Quanto ao partido portador desta ideologia, seria o PT, mas foi acometido de mal súbito e está convaslecente numa UTI. Portanto, os próprios movimentos sociais tem que retomar a tarefa de construir um partido que transforme a utopia da solidariedade na principal ideologia da nação brasileira.
TERCEIRA MENSAGEM
Prezado Amigo,
A utopia, para nós, é como a linha do horizonte (ou como a estrela-guia), para quem navega. O navegante não chega àquela linha, tampouco à estrela. Mas aos portos a que se dirige. Nada mal, se não “realizamos” as utopias. Nem por isso elas seriam descartáveis, como nos querem fazer crer os seguidores do neoliberalismo (última máscara do capitalismo selvagem, a cair agora). Contanto que elas nos impulsionem a dar os passos possíveis no aqui-agora. Por estes, cada um de nós responde, “sós e sem desculpas”, como nos escreveu Sartre, em seu cortante realismo.
Não nos cabe a desculpa de que os partidos perderam a ideologia-utopia. Porque estará sempre aberta a cada um de nós a possibilidade de “criar” o partido necessário ou de “refundar” o partido no qual militemos, ou de criticar o partido no qual votamos, de modo a “forçá-lo” a mudar de rumo. Temos instrumentos para isso. E clima democrático para tal.
Haverá, sempre, a possibilidade de cada um de nós se “sentar no trono de seu apartamento, com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar”, raulzitamente falando. “Ou não”, caetanamente. Tenho dito. kkk!!
Ademir Costa
QUARTA MENSAGEM
Ademir,
Gostei de suas ponderações.
Apenas acho que essas mesmas utopias que (nos) alimentaram os sonhos daqueles que militaram (militamos) nos partidos de esquerda nos idos da luta pela redemocratização do país faziam parte dos discursos dos que hoje estão no comando (poder) nos vários níveis (federal, estadual e municipal). E o possível que acaba prevalescendo no exercício do poder pelos "companheiros" está excessivamente cercado de vícios herdados daqueles a quem tanto combatíamos (mensalão, reforma agrária "zero", Henrique Meirelles, Stephanes...).
A reflexão (provocação) que faço, portanto, não tem a intensão de desqualificar ou acomodar a militância mas, pelo contrário, alertar para o fato de que os sonhadores, quando se colocam no comando do barco, "acordam" para outros horizontes e outras estrelas que não levam para os portos da dignidade humana, da solidariedade e de coerência com os sonhos daqueles que continuam sonhando. Como o barco navega conforme os rumos definidos pelo timoneiro, a tripulação pode fazer a sua parte, buscando remar em direção à "sua" estrela, mas o barco continuará embicando para os portos do "velho mundo".
O partido político tem, nessas metáforas todas, o sentido de organizar o motim, e a nossa conversa tem o propósito de indagar: " e depois do motim, como levar o barco no rumo da estrela que norteia nossos sonhos, sem se deixar enfeitiçar pelas estrelas tergiversantes?"
Nossa jornada poderia ser bem menos penosa - eu continuo remando, a estrela continua brilhando, mas o barco continua teimando em pender pra direita...
Bom, Raulzito também cantava "um sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas um sonho que se sonha junto é realidade".
Abraços "náuticos e astronômicos"!
Seu Amigo
QUINTA MENSAGEM
Prezados Amigos,
Antes de tudo, quero dizer que estou de acordo com as mensagens que vocês enviaram, com seus pensamentos. O que vai aqui é apenas reflexão que esta conversa provoca. Até para convencer-me a mim mesmo.
Vamos a outras imagens: é preciso garantir o feijão sem desistir do sonho. Feijão às vezes pouco pra tantas bocas, de qualidade duvidosa e preço caro... Às vezes, alguns se contentam com este feijão. Ou com “trinta moedas”. É da condição humana. Entretanto, como já cantou o poeta, “desesperar, jamais!”
Vamos a outros autores: “Não há luta pura” (Simone de Beauvoir, no livro “Moral da Ambiguidade”). O feijão está, aqui-acolá, “bichado”. Ou, conforme o Mestre maior, “joio e trigo crescem juntos”. Parecidos, é perigoso separar um do outro no tempo errado.
Vamos a outro parâmetro: o tempo, da imagem agrícola citada acima. Às vezes não vivemos o suficiente para ver o resultado de nossos atos. Francisco cantava “Irmão Sol, Irmã Lua, Irmão lobo tu és meu irmão”. “Irmão vento, irmão fogo, irmã água...” Ele não viu, 8 séculos depois, os avanços no conhecimento da Ecologia, a lhe darem razão...
O líder africano Agostinho Neto fala com mais propriedade do que estou (estamos) falando. O texto a seguir é conhecido. Talvez clássico, para nós que “acabamos” de passar dos 20 e poucos anos.
Gosto muito deste texto. Fruto da vida. Realista: sem ufanismos, porém, ainda assim, pra cima. Acho legal ele ter convivido com gente mal caráter e mantido a “fé no que virá”. Esta postura quase profética me fala fundo. É para mim algo inquietante. O texto vai depois de minha assinatura.
"Vamos lá fazer o que será"
Ademir Costa
A Nossa Causa
NÃO BASTA QUE SEJA PURA E JUSTA
A NOSSA CAUSA.
É NECESSÁRIO QUE A PUREZA E A JUSTIÇA
EXISTAM DENTRO DE NÓS.
DOS QUE VIERAM
E CONOSCO SE ALIARAM
MUITOS TRAZIAM SOMBRAS NO OLHAR,
INTENÇÕES ESTRANHAS.
PARA ALGUNS DELES A RAZÃO DA LUTA
ERA SÓ ÓDIO: UM ÓDIO ANTIGO
CENTRADO E SURDO
COMO UMA LANÇA.
PARA ALGUNS OUTROS ERA UMA BOLSA
BOLSA VAZIA (QUERIAM ENCHÊ-LA)
QUERIAM ENCHÊ-LA COM COISAS SUJAS,
INCONFESSÁVEIS.
OUTROS VIEMOS.
LUTAR PARA NÓS É VER AQUILO
QUE O POVO QUER REALIZADO.
É TER A TERRA ONDE NASCEMOS.
É SERMOS LIVRES PARA TRABALHAR.
É TER PARA NÓS O QUE CRIAMOS.
LUTAR PARA NÓS É UM DESTINO -
É UMA PONTE ENTRE A DESCRENÇA
E A CERTEZA DO MUNDO NOVO.
NA MESMA BARCA NOS ENCONTRAMOS.
TODOS CONCORDAM - VAMOS LUTAR.
LUTAR PRA QUE?
PRA DAR VAZÃO AO ÓDIO ANTIGO?
OU PRA GANHARMOS A LIBERDADE
E TER PRA NÓS O QUE CRIAMOS?
NA MESMA BARCA NOS ENCONTRAMOS.
QUEM HÁ DE SER O TIMONEIRO?
AH! AS TRAMAS QUE ELES TECERAM!
AH! AS LUTAS QUE AÍ TRAVAMOS!
MANTIVEMO-NOS FIRMES: NO POVO
BUSCÁRAMOS A FORÇA E A RAZÃO,
INEXORAVELMENTE.
COMO UMA ONDA QUE NINGUÉM TRAVA,
VENCEMOS.
O POVO TOMOU A DIREÇÃO DA BARCA.
MAS A LIÇÃO LÁ ESTÁ, FOI APRENDIDA:
NÃO BASTA QUE SEJA PURA E JUSTA A NOSSA CAUSA.
É NECESSÁRIO QUE A PUREZA E A JUSTIÇA EXISTAM DENTRO DE NÓS.
Agostinho Neto,
Líder da Frente Nacional para a Libertação de Angola
sábado, 31 de janeiro de 2009
domingo, 4 de janeiro de 2009
Grupos Reagem a Agressões ao Meio Ambiente
Autoridades interrogam os responsáveis por desmonte de dunas
A Polícia Federal e o MPF interrogarão os responsáveis por desmonte de dunas, vegetação e recursos hídricos no Parque do Cocó, pois há possibilidade das empresas Unit e Flora, tidas como proprietárias do terreno e construtoras do loteamento, serem apenas laranjas de um grande e conhecido grupo econômico do Ceará. As novidades serão postadas no blog dos Amigos do Cocó cujo endereço é http://amigosdococo.blogspot.com.
O crime ocorreu dia 20 de dezembro, em área pertencente ao Parque Ecológico Cocó. Juíza, Procuradores da República, advogados manifestaram-se contra, na hora, e moradores dos concomínios das imediações postaram-se frente às máquinas. A mobilização dos cidadãos continua, para desespero dos agressores. (Com informações da advogada Nayanna Freitas)
PRESERVAÇÃO DA FOZ DO RIACHO MACEIÓ
O movimento ecológico luta há 20 anos para preservar a foz do Riacho
Maceió, na Beira-Mar, e vem conseguindo. A última grande luta em relação a
isso foi conseguir minar o projeto da NORPAR (do Grupo Pinheiro Landim),
de operação consorciada com a PMF, para construir edifícios residencias e
flats na área. Essa última luta, há 5 anos, teve o apoio importante
da então deputada Luizianne Lins.
Agora, surpresa!!!! O projeto volta, envolto na mais completa aceitação da
Prefeotira Municipal de Fortaleza, e a população já foi inclusive expulsa do local. (Com informações da Profa. Vanda Claudino Sales).
A Polícia Federal e o MPF interrogarão os responsáveis por desmonte de dunas, vegetação e recursos hídricos no Parque do Cocó, pois há possibilidade das empresas Unit e Flora, tidas como proprietárias do terreno e construtoras do loteamento, serem apenas laranjas de um grande e conhecido grupo econômico do Ceará. As novidades serão postadas no blog dos Amigos do Cocó cujo endereço é http://amigosdococo.blogspot.com.
O crime ocorreu dia 20 de dezembro, em área pertencente ao Parque Ecológico Cocó. Juíza, Procuradores da República, advogados manifestaram-se contra, na hora, e moradores dos concomínios das imediações postaram-se frente às máquinas. A mobilização dos cidadãos continua, para desespero dos agressores. (Com informações da advogada Nayanna Freitas)
PRESERVAÇÃO DA FOZ DO RIACHO MACEIÓ
O movimento ecológico luta há 20 anos para preservar a foz do Riacho
Maceió, na Beira-Mar, e vem conseguindo. A última grande luta em relação a
isso foi conseguir minar o projeto da NORPAR (do Grupo Pinheiro Landim),
de operação consorciada com a PMF, para construir edifícios residencias e
flats na área. Essa última luta, há 5 anos, teve o apoio importante
da então deputada Luizianne Lins.
Agora, surpresa!!!! O projeto volta, envolto na mais completa aceitação da
Prefeotira Municipal de Fortaleza, e a população já foi inclusive expulsa do local. (Com informações da Profa. Vanda Claudino Sales).
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Esgoto no Parque Ecológico Rio Branco causa mau cheiro
Há 8 dias de se completarem três anos da denúncia, quem caminha no Parque Ecológico Rio Branco permanece incomodado por esgotos lançados naquele logradouro. O mau cheiro é grande e pode ser constatado hoje. A denúncia foi feita pelo Movimento Proparque em 26.dez.2005, na Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam). Na Célula de Controle Ambiental a denúncia foi protocolada como Ocorrência 544. O fone da Célula é 3452.6925. O geral da Semam é 3452.1910.
O Movimento Proparque suspeita de que algum condomínio das imediações do parque libera fossas para a galeria pluvial que atravessa o parque. A Semam alega que há um convênio com a Cagece para que esta fiscalize ligações de esgotos para galerias pluviais. O Movimento Proparque exige que a Semam faça valer o convênio e que as galerias não sejam poluídas. Estas águas que passam pelo parque vão para a Avenida Aguanambi e seguem pelo Lagamar até o rio Cocó.
NOTÍCIAS POSITIVAS SOBRE O PARQUE
Conquistas do Movimento Proparque em 13 anos de atividades:
Começamos nossas atividades em 1995. Motivo: construtura estava jogando entulho no Parque Ecológico Rio Branco, ao que tudo indicava, com apoio da prefeitura municipal de Fortaleza. De lá para cá, após muito chá de cadeira, abaixo-assinados, manifestações pacíficas no parque e inúmeras denúncias via imprensa, CONSEGUIMOS:
MAIOR circuito de caminhada no parque
NOVO piso nas alamedas
BRINQUEDOS para as crianças
PROJETO Crescer com Arte, para crianças e adolescentes em situação de risco
GUARDA Municipal no parque, durante o dia
SEGURANÇA pela Polícia Militar (prometeu dia 25.NOV.08, intensificar presença)
PLANTIO de mais mudas e sua aguação
VARRIÇÃO diária do parque
FESTAS e reuniões são feitas no parque, com tranquilidade, nunca houve problema
PASSEIOS ecológicos a ambientes de praia, serra e sertão. Desta atividade, fica algum dinheiro para custeio de faixas, cartazes, impressos. Não cobramos taxas de nossos sócios.
APOIO dos usuários do parque, em todas as nossas atividades.
REUNIÕES do Movimento Proparque abertas a todos. Na R. Castro Alves, 180, Joaquim Távora, atrás do parque, se você está na Av. Pontes Vieira. Quintas-feiras, 19h. Junte-se a nós.
OBSERVAÇÃO: O Movimento Proparque não recebe dinheiro de seus sócios, de políticos nem de órgãos públicos, nem de ongs (inter)nacionais. Também não é filiado a religião ou partido específico. Não se submete a qualquer esfera de governo. Nossa atuação é política em sentido amplo, mas não, partidária. Isso não significa rejeição a religiões ou partidos, ou órgãos públicos. Significa, apenas, que o nosso espaço é o espaço da livre expressão dos cidadãos, pressionando por nossos direitos. Agimos dentro da legalidade e entendemos que aos partidos e órgãos públicos cabe atender nossas reivindicações. Sem favor. Por justiça.
O Movimento Proparque suspeita de que algum condomínio das imediações do parque libera fossas para a galeria pluvial que atravessa o parque. A Semam alega que há um convênio com a Cagece para que esta fiscalize ligações de esgotos para galerias pluviais. O Movimento Proparque exige que a Semam faça valer o convênio e que as galerias não sejam poluídas. Estas águas que passam pelo parque vão para a Avenida Aguanambi e seguem pelo Lagamar até o rio Cocó.
NOTÍCIAS POSITIVAS SOBRE O PARQUE
Conquistas do Movimento Proparque em 13 anos de atividades:
Começamos nossas atividades em 1995. Motivo: construtura estava jogando entulho no Parque Ecológico Rio Branco, ao que tudo indicava, com apoio da prefeitura municipal de Fortaleza. De lá para cá, após muito chá de cadeira, abaixo-assinados, manifestações pacíficas no parque e inúmeras denúncias via imprensa, CONSEGUIMOS:
MAIOR circuito de caminhada no parque
NOVO piso nas alamedas
BRINQUEDOS para as crianças
PROJETO Crescer com Arte, para crianças e adolescentes em situação de risco
GUARDA Municipal no parque, durante o dia
SEGURANÇA pela Polícia Militar (prometeu dia 25.NOV.08, intensificar presença)
PLANTIO de mais mudas e sua aguação
VARRIÇÃO diária do parque
FESTAS e reuniões são feitas no parque, com tranquilidade, nunca houve problema
PASSEIOS ecológicos a ambientes de praia, serra e sertão. Desta atividade, fica algum dinheiro para custeio de faixas, cartazes, impressos. Não cobramos taxas de nossos sócios.
APOIO dos usuários do parque, em todas as nossas atividades.
REUNIÕES do Movimento Proparque abertas a todos. Na R. Castro Alves, 180, Joaquim Távora, atrás do parque, se você está na Av. Pontes Vieira. Quintas-feiras, 19h. Junte-se a nós.
OBSERVAÇÃO: O Movimento Proparque não recebe dinheiro de seus sócios, de políticos nem de órgãos públicos, nem de ongs (inter)nacionais. Também não é filiado a religião ou partido específico. Não se submete a qualquer esfera de governo. Nossa atuação é política em sentido amplo, mas não, partidária. Isso não significa rejeição a religiões ou partidos, ou órgãos públicos. Significa, apenas, que o nosso espaço é o espaço da livre expressão dos cidadãos, pressionando por nossos direitos. Agimos dentro da legalidade e entendemos que aos partidos e órgãos públicos cabe atender nossas reivindicações. Sem favor. Por justiça.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Sucesso no Passeio à Casa de Rachel
O passeio ecológico do Movimento Proparque, dia 7 de dezembro para Quixadá, foi um sucesso. Visitamos o sítio Não Me Deixes, da Rachel, hoje reserva onde o Ibama solta pássaros apreendidos em poder dos criminosos. Em seguida, almoçamos na Serra do Estêvão, no mosteiro de São José, local onde Castello Branco dormiu a última noite de sua vida. Após o repouso e o café das 15h, seguimos até o Açude do Cedro, de onde seguimos para o Santuário Rainha do Sertão. Ali fruimos uma vista maravilhosa, às 18h.
A descontração na viagem, o café-surpresa ainda no ônibus, à base de frutas, o local onde Rachel escreveu O Quinze, deitada no chão, foram motivos de alegria e emoção para os 51 participantes do passeio. A viagem ecológica foi organizada pelo Movimento Proparque. No café da tarde, todos cantaram os parabéns pelos aniversários de Luísz Vaz, coordenadora, e do próprio Movimento Proparque, a entidade que há 13 anos luta pelo Parque Ecológico Rio Branco, em Fortaleza. Saimos às 6h30min e retornamos às 21h a Fortaleza.
O próximo passeio ecológico será dia 1º de fevereiro, para Guaramiranga.
A descontração na viagem, o café-surpresa ainda no ônibus, à base de frutas, o local onde Rachel escreveu O Quinze, deitada no chão, foram motivos de alegria e emoção para os 51 participantes do passeio. A viagem ecológica foi organizada pelo Movimento Proparque. No café da tarde, todos cantaram os parabéns pelos aniversários de Luísz Vaz, coordenadora, e do próprio Movimento Proparque, a entidade que há 13 anos luta pelo Parque Ecológico Rio Branco, em Fortaleza. Saimos às 6h30min e retornamos às 21h a Fortaleza.
O próximo passeio ecológico será dia 1º de fevereiro, para Guaramiranga.
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Mudanças Climáticas: Carta de Fortaleza
II SEMINÁRIO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS: IMPLICAÇÕES PARA O NORDESTE
Carta de Fortaleza
26 de novembro de 2008
1. Introdução
O “Segundo Seminário sobre Mudanças Climáticas: Implicações para o Nordeste” reuniu pesquisadores, técnicos, especialistas e representantes da sociedade civil, entre 24 e 26 de novembro de 2008, na cidade de Fortaleza, Ceará. Os participantes tomaram conhecimento das constatações e previsões hoje disponíveis sobre mudanças climáticas e discutiram as implicações dessas mudanças para a região Nordeste e especialmente para o Semi-árido.
Alertados e conscientizados sobre a gravidade das expectativas de mudanças climáticas e de suas conseqüências, os participantes resolveram escrever esta “Carta de Fortaleza” e apresentá-la aos dirigentes de governo e representantes da sociedade durante a “Primeira Conferência Regional sobre Mudanças Climáticas e o Nordeste” e instalação da “Comissão Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos das Secas”, em 26 de novembro de 2008.
2. O Desafio
Mudanças climáticas causadas pela atividade humana no planeta estão acontecendo e maiores mudanças estão por vir. O Semi-árido é a região mais vulnerável frente a possíveis mudanças, em virtude do clima existente e da pobreza de boa parte de sua população. Ao mesmo tempo, são os pobres que têm menos capacidade de adaptação. O desafio é como a sociedade e os governos vão enfrentar os impactos dessas mudanças.
Estamos chamando a atenção urgente dos dirigentes dos governos, dos planejadores, das lideranças do setor privado e da sociedade civil, bem como da mídia e da população em geral para este desafio enorme que o Nordeste e as áreas susceptíveis a desertificação terão que enfrentar.
3. Cenários de Mudanças de Clima
- Cenários Globais
Existe consenso na ciência e em número crescente de tomadores de decisão sobre estar-se diante de um problema gravíssimo. Na realidade, o aquecimento global já é um fenômeno aceito pela comunidade científica.
A temperatura média da Terra aumentou meio grau centígrado nos últimos 50 anos. Os resultados da maioria dos modelos de circulação global coincidem em prever um aquecimento entre 2 e 6 ºC até o final do século XXI. Há consenso, no âmbito do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, de que essas mudanças se estão acelerando e decorrem de atividades humanas.
Muitos dos impactos antecipados pela ciência, a partir das mudanças globais, já estão sendo observados, superando os piores prognósticos. As geleiras no Ártico, no Antártico e nas montanhas da África, das Américas, da Europa e da Ásia estão descongelando. Em conseqüência, o nível do mar já começa a subir em algumas regiões e poderá elevar-se em cerca de 40 centímetros até o final do século.
Mais grave ainda, as terras congeladas, no norte da Europa, Ásia e América, estão descongelando, com o agravante de que esse processo libera gases adicionais para a atmosfera.
As previsões incluem também maior freqüência de eventos extremos em todos os continentes, como secas, enchentes, ondas de calor e furacões. Globalmente, as regiões semi-áridas, onde vive a maior parte das pessoas mais pobres do planeta, são as mais vulneráveis.
Esses processos terão um forte impacto sobre a disponibilidade de recursos hídricos no planeta, afetando bilhões de pessoas.
- Cenários para o Nordeste e o Semi-árido
Os modelos de mudanças climáticas convergem sobre a ocorrência de temperaturas mais altas na Região Nordeste. Isto implica maior evaporação de água e transpiração das plantas e, portanto, em aumento do déficit hídrico, menor umidade do solo e maiores índices de aridez.
As secas e as enchentes serão mais freqüentes e mais intensas. Haverá maior ocorrência de veranicos, e estes podem ser de duração mais longa. Certas áreas hoje caracterizadas como “sub-úmidas secas” podem passar a semi-áridas, e as semi-áridas a áridas. Algumas sub-regiões do Semi-árido onde se pratica hoje agricultura de subsistência não permitirão mais esse tipo de atividade.
O aumento do nível do mar afetará as costas do Nordeste, incluindo cidades, mangues, e lugares de importância turística.
4. Impactos
As mudanças do clima terão severos impactos sobre uma região que já vem sofrendo repetidos transtornos climáticos e é caracterizada pela pobreza de boa parte da população urbana e rural. As mudanças tenderão a aumentar os problemas de clima, solo e água, e dificultarão a vida da população, especialmente dos pobres, que são mais vulneráveis. Se o acesso à água já era altamente desigual, a maior escassez de água pode exacerbar esta desigualdade.
Já é possível apontar uma série de impactos ambientais, econômicos e sociais. Degradação ambiental e desertificação ocorrerão de forma mais ampla e intensa. Perda de solos, seja física, química ou biológica, e perda de biodiversidade serão aceleradas. A capacidade de suporte dos ecossistemas será ainda mais comprometida, e a oferta de água sofrerá deterioração em termos de quantidade, qualidade e regularidade.
Atividades econômicas serão afetadas em vários setores, dos quais vale destacar a agricultura e a pecuária, a mineração, indústria, hidroenergia e turismo. As áreas aptas para culturas de subsistência serão reduzidas, as culturas irrigadas precisarão de mais água, o espaço para a agroindústria será diminuído e a produtividade de culturas e pastagens em geral será afetada. Áreas desertificadas serão abandonadas, aumentando a pressão sobre as áreas restantes, comprometendo ainda mais a qualidade ambiental dos ecossistemas e dos recursos naturais.
Na ausência de esforços eficazes para adaptação ao novo clima, o abastecimento de água limpa para consumo humano tanto no meio rural quanto nas cidades sofrerá impactos severos. Certos vetores de doença se expandirão em conseqüência. Enchentes ameaçarão vidas e propriedades com maior freqüência.
O êxodo rural para as cidades aumentará e ampliará o leque de problemas sociais associados. Aumentará a pobreza em geral, incluindo a fome. No interior, haverá impactos sobre a cultura tradicional e sobre a auto-estima dos que ficam no campo.
Tudo isto ocorrerá em uma região já muito flagelada pelas secas e enchentes e pela pobreza. O Nordeste, e em particular o Semi-árido, é a área mais vulnerável do Brasil frente aos impactos das mudanças climáticas. É previsível que a população pobre sofrerá as conseqüências mais do que outros grupos, e ao mesmo tempo estará menos preparada a adaptar-se às mudanças.
5. Como enfrentar o desafio?
As mudanças climáticas e seus impactos não ocorrerão todos de imediato, embora alguns efeitos já possam ser percebidos. É preciso adotar uma visão de longo prazo, iniciando desde já o planejamento sobre o curto, médio e longo prazo. As atitudes, estruturas, hábitos e tecnologias atuais dos atores e da sociedade não mudarão rapidamente. Portanto, não há tempo a perder para explorar as estratégias necessárias e colocá-las na prática. O custo de não agir imediatamente será muito alto.
- Conhecimento e Informação
Paralelamente a ações concretas, é preciso melhorar o conhecimento das mudanças, de seus impactos e das políticas de adaptação e mitigação. É preciso avançar nas pesquisas, nos estudos e no monitoramento do clima, meio ambiente e recursos naturais.
- Políticas Públicas
As ameaças das mudanças climáticas reforçam a necessidade de fomentar o desenvolvimento sustentável no Nordeste. A gestão dos recursos naturais - água, solos, cobertura vegetal, etc. – e do meio ambiente em geral ganha uma tremenda importância adicional. Se a gestão dos recursos hídricos no Semi-árido já era um desafio, torna-se agora mais urgente ainda. Se a desertificação já era uma preocupação séria no Semi-árido, as mudanças climáticas demandam que se multipliquem os esforços para combatê-la.
Serão exigidos grandes esforços de adaptação, sobretudo dos pobres. É primordial fortalecer sua capacidade de adaptação através da educação e da capacitação profissional.
Para enfrentar os impactos das mudanças climáticas, são necessárias instituições públicas fortes, começando pela capacidade de pesquisar e planejar, continuando com a gestão dos recursos hídricos e dos outros recursos naturais, serviços de saúde eficazes, e educação de qualidade que inclua todos e capacite os jovens a participar com sucesso no mercado de trabalho.
- Informação e Conscientização
É necessário promover o conhecimento, a produção e disseminação de informação sobre o tema e suas implicações, dar destaque ao desafio para a região, e apontar as necessidades para enfrentá-lo. Para isto, o envolvimento da mídia é fundamental.
6. Apelo
Os participantes do 2º Seminário sobre Mudanças Climáticas e o Nordeste apelam aos dirigentes políticos, às lideranças da sociedade civil e do setor privado, e à mídia, que tomem conhecimento e dêem maior atenção aos cenários emergentes e dos impactos graves das mudanças climáticas que ameaçam as condições de vida na Região Nordeste.
Convocam a todos a empregarem o melhor dos seus esforços e recursos para planejar e implementar ações, que levem ao desenvolvimento sustentável da Região, fortalecendo a capacidade de adaptação da sociedade, da economia e do meio ambiente e contribuindo, ao mesmo tempo, com os esforços de mitigação voltados para reduzir as causas dessas mudanças.
Lembram a necessidade de implementar, de maneira integrada, programas já existentes, voltados para promover a sustentabilidade regional, tais como o Plano Nacional de Combate a Desertificação e o Plano Nacional de Recursos Hídricos.
Apelam as lideranças governamentais e da sociedade que à temática aqui discutida, pela gravidade dos cenários apresentados.
(Texto e arquivo distribuído aos participantes, no final do seminário)
Carta de Fortaleza
26 de novembro de 2008
1. Introdução
O “Segundo Seminário sobre Mudanças Climáticas: Implicações para o Nordeste” reuniu pesquisadores, técnicos, especialistas e representantes da sociedade civil, entre 24 e 26 de novembro de 2008, na cidade de Fortaleza, Ceará. Os participantes tomaram conhecimento das constatações e previsões hoje disponíveis sobre mudanças climáticas e discutiram as implicações dessas mudanças para a região Nordeste e especialmente para o Semi-árido.
Alertados e conscientizados sobre a gravidade das expectativas de mudanças climáticas e de suas conseqüências, os participantes resolveram escrever esta “Carta de Fortaleza” e apresentá-la aos dirigentes de governo e representantes da sociedade durante a “Primeira Conferência Regional sobre Mudanças Climáticas e o Nordeste” e instalação da “Comissão Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos das Secas”, em 26 de novembro de 2008.
2. O Desafio
Mudanças climáticas causadas pela atividade humana no planeta estão acontecendo e maiores mudanças estão por vir. O Semi-árido é a região mais vulnerável frente a possíveis mudanças, em virtude do clima existente e da pobreza de boa parte de sua população. Ao mesmo tempo, são os pobres que têm menos capacidade de adaptação. O desafio é como a sociedade e os governos vão enfrentar os impactos dessas mudanças.
Estamos chamando a atenção urgente dos dirigentes dos governos, dos planejadores, das lideranças do setor privado e da sociedade civil, bem como da mídia e da população em geral para este desafio enorme que o Nordeste e as áreas susceptíveis a desertificação terão que enfrentar.
3. Cenários de Mudanças de Clima
- Cenários Globais
Existe consenso na ciência e em número crescente de tomadores de decisão sobre estar-se diante de um problema gravíssimo. Na realidade, o aquecimento global já é um fenômeno aceito pela comunidade científica.
A temperatura média da Terra aumentou meio grau centígrado nos últimos 50 anos. Os resultados da maioria dos modelos de circulação global coincidem em prever um aquecimento entre 2 e 6 ºC até o final do século XXI. Há consenso, no âmbito do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, de que essas mudanças se estão acelerando e decorrem de atividades humanas.
Muitos dos impactos antecipados pela ciência, a partir das mudanças globais, já estão sendo observados, superando os piores prognósticos. As geleiras no Ártico, no Antártico e nas montanhas da África, das Américas, da Europa e da Ásia estão descongelando. Em conseqüência, o nível do mar já começa a subir em algumas regiões e poderá elevar-se em cerca de 40 centímetros até o final do século.
Mais grave ainda, as terras congeladas, no norte da Europa, Ásia e América, estão descongelando, com o agravante de que esse processo libera gases adicionais para a atmosfera.
As previsões incluem também maior freqüência de eventos extremos em todos os continentes, como secas, enchentes, ondas de calor e furacões. Globalmente, as regiões semi-áridas, onde vive a maior parte das pessoas mais pobres do planeta, são as mais vulneráveis.
Esses processos terão um forte impacto sobre a disponibilidade de recursos hídricos no planeta, afetando bilhões de pessoas.
- Cenários para o Nordeste e o Semi-árido
Os modelos de mudanças climáticas convergem sobre a ocorrência de temperaturas mais altas na Região Nordeste. Isto implica maior evaporação de água e transpiração das plantas e, portanto, em aumento do déficit hídrico, menor umidade do solo e maiores índices de aridez.
As secas e as enchentes serão mais freqüentes e mais intensas. Haverá maior ocorrência de veranicos, e estes podem ser de duração mais longa. Certas áreas hoje caracterizadas como “sub-úmidas secas” podem passar a semi-áridas, e as semi-áridas a áridas. Algumas sub-regiões do Semi-árido onde se pratica hoje agricultura de subsistência não permitirão mais esse tipo de atividade.
O aumento do nível do mar afetará as costas do Nordeste, incluindo cidades, mangues, e lugares de importância turística.
4. Impactos
As mudanças do clima terão severos impactos sobre uma região que já vem sofrendo repetidos transtornos climáticos e é caracterizada pela pobreza de boa parte da população urbana e rural. As mudanças tenderão a aumentar os problemas de clima, solo e água, e dificultarão a vida da população, especialmente dos pobres, que são mais vulneráveis. Se o acesso à água já era altamente desigual, a maior escassez de água pode exacerbar esta desigualdade.
Já é possível apontar uma série de impactos ambientais, econômicos e sociais. Degradação ambiental e desertificação ocorrerão de forma mais ampla e intensa. Perda de solos, seja física, química ou biológica, e perda de biodiversidade serão aceleradas. A capacidade de suporte dos ecossistemas será ainda mais comprometida, e a oferta de água sofrerá deterioração em termos de quantidade, qualidade e regularidade.
Atividades econômicas serão afetadas em vários setores, dos quais vale destacar a agricultura e a pecuária, a mineração, indústria, hidroenergia e turismo. As áreas aptas para culturas de subsistência serão reduzidas, as culturas irrigadas precisarão de mais água, o espaço para a agroindústria será diminuído e a produtividade de culturas e pastagens em geral será afetada. Áreas desertificadas serão abandonadas, aumentando a pressão sobre as áreas restantes, comprometendo ainda mais a qualidade ambiental dos ecossistemas e dos recursos naturais.
Na ausência de esforços eficazes para adaptação ao novo clima, o abastecimento de água limpa para consumo humano tanto no meio rural quanto nas cidades sofrerá impactos severos. Certos vetores de doença se expandirão em conseqüência. Enchentes ameaçarão vidas e propriedades com maior freqüência.
O êxodo rural para as cidades aumentará e ampliará o leque de problemas sociais associados. Aumentará a pobreza em geral, incluindo a fome. No interior, haverá impactos sobre a cultura tradicional e sobre a auto-estima dos que ficam no campo.
Tudo isto ocorrerá em uma região já muito flagelada pelas secas e enchentes e pela pobreza. O Nordeste, e em particular o Semi-árido, é a área mais vulnerável do Brasil frente aos impactos das mudanças climáticas. É previsível que a população pobre sofrerá as conseqüências mais do que outros grupos, e ao mesmo tempo estará menos preparada a adaptar-se às mudanças.
5. Como enfrentar o desafio?
As mudanças climáticas e seus impactos não ocorrerão todos de imediato, embora alguns efeitos já possam ser percebidos. É preciso adotar uma visão de longo prazo, iniciando desde já o planejamento sobre o curto, médio e longo prazo. As atitudes, estruturas, hábitos e tecnologias atuais dos atores e da sociedade não mudarão rapidamente. Portanto, não há tempo a perder para explorar as estratégias necessárias e colocá-las na prática. O custo de não agir imediatamente será muito alto.
- Conhecimento e Informação
Paralelamente a ações concretas, é preciso melhorar o conhecimento das mudanças, de seus impactos e das políticas de adaptação e mitigação. É preciso avançar nas pesquisas, nos estudos e no monitoramento do clima, meio ambiente e recursos naturais.
- Políticas Públicas
As ameaças das mudanças climáticas reforçam a necessidade de fomentar o desenvolvimento sustentável no Nordeste. A gestão dos recursos naturais - água, solos, cobertura vegetal, etc. – e do meio ambiente em geral ganha uma tremenda importância adicional. Se a gestão dos recursos hídricos no Semi-árido já era um desafio, torna-se agora mais urgente ainda. Se a desertificação já era uma preocupação séria no Semi-árido, as mudanças climáticas demandam que se multipliquem os esforços para combatê-la.
Serão exigidos grandes esforços de adaptação, sobretudo dos pobres. É primordial fortalecer sua capacidade de adaptação através da educação e da capacitação profissional.
Para enfrentar os impactos das mudanças climáticas, são necessárias instituições públicas fortes, começando pela capacidade de pesquisar e planejar, continuando com a gestão dos recursos hídricos e dos outros recursos naturais, serviços de saúde eficazes, e educação de qualidade que inclua todos e capacite os jovens a participar com sucesso no mercado de trabalho.
- Informação e Conscientização
É necessário promover o conhecimento, a produção e disseminação de informação sobre o tema e suas implicações, dar destaque ao desafio para a região, e apontar as necessidades para enfrentá-lo. Para isto, o envolvimento da mídia é fundamental.
6. Apelo
Os participantes do 2º Seminário sobre Mudanças Climáticas e o Nordeste apelam aos dirigentes políticos, às lideranças da sociedade civil e do setor privado, e à mídia, que tomem conhecimento e dêem maior atenção aos cenários emergentes e dos impactos graves das mudanças climáticas que ameaçam as condições de vida na Região Nordeste.
Convocam a todos a empregarem o melhor dos seus esforços e recursos para planejar e implementar ações, que levem ao desenvolvimento sustentável da Região, fortalecendo a capacidade de adaptação da sociedade, da economia e do meio ambiente e contribuindo, ao mesmo tempo, com os esforços de mitigação voltados para reduzir as causas dessas mudanças.
Lembram a necessidade de implementar, de maneira integrada, programas já existentes, voltados para promover a sustentabilidade regional, tais como o Plano Nacional de Combate a Desertificação e o Plano Nacional de Recursos Hídricos.
Apelam as lideranças governamentais e da sociedade que à temática aqui discutida, pela gravidade dos cenários apresentados.
(Texto e arquivo distribuído aos participantes, no final do seminário)
terça-feira, 25 de novembro de 2008
POPULAÇÃO RESSALTA MAIS SEGURANÇA NO PARQUE
O Capitão Carlos Araújo disse que a Polícia Militar garantirá a segurança no período do dia, em esquema de revezamento de policiais. O parque receberá sinalização advertindo ser proibido circular de bicicleta, moto ou automóvel, ou adulto usar os brinquedos infantis. Estas são as principais conclusões da reunião de hoje da Comissão de Revitalização do Parque Ecológico Rio Branco. A Secretaria Executiva Regional II vai analisar a situação global do parque e apresentar dia 9 de dezembro um plano de ação para enfrentar os problemas apresentados na reunião do último dia 4 (Veja relatório abaixo).
Participaram do encontro de hoje: Joacy da Silva Leite, secretário da SER II; Emiliana Araújo Gifoni, da AMC; Marcos Antonio Silva dos Santos, da Secretaria de Esporte e Lazer; Eudes Costa, da Emlurb; Walber de Oliveira Souza, José Valcélio de Vasconcelos, Weilla Gonçalves Bello, e Débora Cristina Reis Braga da Silva, da Gaurda Municipal; Antonia Sousa Oliveira, Luísa Vaz e Ademir Costa, pelo Movimento Proparque; Maria Elizabete Ferreira do Nascimento e Carmelita do Nascimento Mateus, do Projeto Crescer com Arte.
A coordenadora do Movimento Proparque, Luísa Vaz, presidiu a reunião. No inídio dos trabalhos, ela convidou os presentes para a missa de abertura do mês do natal, dia 2 de dezembro, às 18h, no anfiteatro do parque. Várias pessoas falaram, dizendo já sentir melhorias na segurança do parque, após a reunião do início do mês, com maior presença dos policiais PM. Cada representante de órgão público falou sobre aspectos de seu trabalho, esclarecendo os presentes. Alguns falaram da dificuldade de já trazer decisões concretas, o que trarão em próximos encontros. A reunião começou às 8h20min e terminou às 9h40min. Por sugestão do titular da Regional II, a próxima será 9.12.08, começando às 8h, na sede do Projeto Crescer com Arte, mesmo local do encontro de hoje.
RELATÓRIO DA REUNIÃO DE 4 DE NOVEMBRO DE 2008
Movimento Proparque
O futuro da Terra em suas mãos
Encontro do Movimento Proparque, usuários, Órgãos Municipais e Estaduais para elaboração de Proposta de uso e manutenção do Parque Ecológico Rio Branco
Reunião de 4 de novembro de 2008
Relatório Independente
Preliminares
Ao instalar o Projeto Fortaleza Bela no Parque Ecológico Rio Branco, dia 27 de fevereiro de 2005, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, criou uma Comissão para Elaborar a Proposta de Término da Urbanização do Parque Ecológico Rio Branco, integrada pelo Gabinete da Prefeita, SER II (coordenação), Semam, Emlurb, Guarda Municipal, Fundação Habitafor, Projeto Semear Adolescente Rio Branco, da Fundação da Família e da Criança Cidadã (Funci) e Movimento Proparque.
Das reuniões realizadas, para as quais toda a comunidade do bairro foi convidada pelo Movimento Proparque, saíram as decisões sobre o projeto arquitetônico que se encontra em fase de conclusão.
A reunião do dia 4 de novembro
Dando prosseguimento à tarefa da comissão formada pela prefeita, e diante dos acontecimentos de violência causados pelo tráfico de drogas na área do parque, o Movimento Proparque convocou a reunião para, juntos, comunidade e poder público, encontrarem a solução.
Estavam presentes à reunião: Joaci da Silva Leite (Secretário da SER II), Eudes Costa e Francisco José Cidrão (Emlurb), Marcos, Moacir, Josué, e Erivaldo (Secretaria de Esporte e Lazer), Gabriel (AMC), Carmelita Mateus e Elizabeth (Funci/Projeto Crescer com Arte), Major Douglas (Comando da Polícia Militar), Luciano Monteiro (Departamento de Esporte e Lazer da SER II), Weilla, Ramos, Mônica, e sub-inspetora Débora (Guarda Municipal), Tânia Naum e Patrícia Coelho (Agência Reguladora de Fortaleza-AFOR), Luísa Vaz, Ademir Costa, Francisca Malveira e Maria José Holanda (Movimento Proparque), Júlia, Lúcia, Antonio José, Graça e Lúcia (usuários do parque).
A coordenadora do Movimento Proparque , Luísa Vaz, fez a abertura dos trabalhos, deu as boas-vindas e falou da origem da entidade que dia 1º de novembro completou 13 anos de atividades.
Passou em seguida a palavra para Ademir Costa, que ressaltou:
* Permanecemos fiéis a nossa origem: a promoção de melhorias no Parque Ecológico Rio Branco.
* Continuamos tão independentes como no primeiro dia. Sem vinculação a partido, a político individualmente, a religião. E a todos recorrendo para conserguir as melhorias que têm vindo. Nem sempre na mesma proporção das reivindicações, mas têm vindo, graças à nossa independência.
* Conseguimos: iluminação, novos equipamentos, aumento no percurso da pista de cooper, o campo de futebol, área para projetos sociais (hoje com o Projeto Crescer com Arte), as entradas da Av. Pontes Vieira e da R. Castro Alves, a retirada dos casebres e casas para as famílias em lugares sadios, mais brinquedos para as crianças, o anfiteatro, novas grades e portões, plantio de mudas, diversos eventos de educação ambiental, modificar o projeto original que tinha até quadra de tênis, adaptando-o à realidade dos usuários moradores nas imediações do parque e cujos equipamentos estão agora em término de sua instalação.
Os presentes concordaram em ouvir uma síntese dos problemas do diagóstico do parque elaborado pelo Movimento Proparque. Em seguida, quem quisesse complementava o diagnóstico e seria marcada nova reunião para cada órgão presente apresentar as soluções estudadas para cada caso.
Eis a síntese do diagóstico:
1. Combate ao tráfico de drogas dentro do parque, fato conhecido, embora ninguém tenha coragem de denunciar vendedores, mas até morte no parque mostra a necessidade de uma ação da polícia especializada.
2. A reinclusão dos terrenos excluídos do parque pelos projetos de 2000 e 2002, de modo que a Unidade de Conservação volte a ter os limites originais de 1992, pois um decreto não pode desrespeitar uma lei;
3. Iluminação direcionada para o chão, em respeito às necessidades de aves que pernoitam no parque (as copas das árvores precisam ficar no escuro) e não exija corte de galhos;
4. Espaço para o Centro Popular de Cultura e Meio Ambiente Lauro Maia, para ser local de reunião da comunidade e referência em educação ambiental. Para isso, sugerimos a desapropriação de imóveis cujos muros limitam com o parque;
5. Bancos em círculo, que favoreçam o encontro e a conversa em pequenos grupos (Excelentes para serem usados também – não exclusivamente – durante cursos e trabalhos de educação ambiental, discussões da comunidade, cursos e treinamentos). A disposição atual dos bancos sugere apenas a contemplação, não a conversa.
6. Espaço para instalação de lonas ou pequenos circos de projetos educativos, oficiais ou de ONGs;
7. Arborização, dando preferência à vegetação nativa, abatendo somente as árvores cujos problemas não possam ser corrigidos com correto manejo e que ameacem causar acidentes.
8. Áreas para feirinhas e exposições da comunidade. (Em construção)
9. Administração permanente no Parque, em três turnos e sete dias da semana, que possa prevenir, detectar e corrigir problemas, antes que se agravem. O parque tem 7 vigilantes e 10 trabalhadores de varrer o terreno e cuidar as plantas.
10. A retirada da ocupação irregular conhecida como “Vila Manduca” e transferência das famílias para desafogar a nascente do riacho. Essas residências foram construídas muito próximas à (ou sobre a) nascente do Riacho Rio Branco.
11. Sanitários para o Público. Por incrível que pareça, os sanitários construídos pela Administração Municipal dentro do parque não são disponibilizados para a população usuária, constituída também por pessoas hipertensas que, durante as caminhadas, sentem necessidades fisiológicas que não podem ser atendidas e se vêem em situação vexatória.
12. Sede digna para a administração. Falta um espaço propício à convivência e ao descanso de funcionários do parque. O existente, próximo à entrada da Av. Pontes Vieira, é pequeno, desconfortável e conta com banheiro e sanitário precários.
13. É freqüente flagrar pessoas trafegando nas alemedas do parque de animal, automóvel, moto, carroça ou bicicleta. Funcionários da prefeitura entram de carro no parque, apesar de haver estacionamento na Av. Visconde do Rio Branco. Donos de cavalos e jumentos soltam no logradouro seus animais a pastar. Pessoas levam cachorros até de raças ferozes para passeios ali, sem equipamentos de proteção como focinheira.
14. É constante a quebra de grades, colunas, brinquedos, árvores, pontes e bancos, além da pichação de muros e colunas, bem como a queima de lixo e entulho.
15. Famílias, igrejas e empresas localizadas em terrenos próximos ao parque direcionam para ele suas águas pluviais, o que provoca erosão constante das margens dos rios.
16. Nas podas e capinas, empresas terceirizadas eliminam espécies nativas propícias à arborização e ornamentação, quebram galhos de árvores antigas e matam suas mudas. É o caso das palmeiras de Macaúba e da planta Xanana (nome popular). Esta última é uma pequena planta endêmica, muito resistente, cuja flor creme desabrocha todas as manhãs.
17. Necessidade de Perícia Técnica. As observações e sugestões aqui apresentadas partem do olhar popular, portanto, não-especializado. Trata-se, porém, de uma visão essencial, por ser baseada no saber vivencial. Urge que a Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam) da Prefeitura de Fortaleza faça uma perícia técnica no Parque Ecológico Rio Branco, a fim de que sejam identificados estes e possivelmente outros problemas, para posterior correção, mediante projetos elaborados pela própria Semam ou por outros órgãos e secretarias do Município, para execução pela Secretaria Executiva Regional II (SER II) e Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb).
18. Persiste, entretanto, uma confusão quanto às atribuições dos órgãos da Prefeitura de Fortaleza em relação ao parque. Semam, SER II e Emlurb formam uma tríade que não fala a mesma linguagem. Guarda Municipal, Habitafor, Afor, Funcet, Funci e AMC são órgãos mais específicos sobre cujas atribuições inexistem dúvidas
Debate e Sugestões
Nesta fase da reunião, surgiram as seguintes idéias:
• Garantir a segurança no parque
• Levar para o Dr. Arimá Rocha, Comandante da Guarda Municipal, a necessidade de mais guardas no parque;
• Solicitar a entrada da Polícia Civil na investigação de venda de drogas no parque;
• Retirada dos impedimentos da entrada do parque pela R. Cap. Gustavo para permitir a entrada de policiais e de veículos de manutenção;
• Deixar o campo de futebol nas dimensões oficiais. O Movimento Proparque esclareceu que há decisão contrária, do Ministério Público Estadual, de 2003, e que a solução acordada pelos times é o atual campo ser dividido em dois de futebol society;
• Limpeza dos córregos;
• Varrição que provoca erosão e expõe as raízes das árvores;
• Necessidade de informações e frases educativas em placas ao longo do parque;
• A varrição do parque causa erosão;
• Criar o parque, oficialmente, conforme a Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc). Com isso, o parque passará a ter proteção institucional mais ampla, plano de manejo e comitê gestor integrado pelo governo e sociedade civil;
• Colocar vigilância armada no parque no intervalo compreendido entre as 23 e as 5 horas.
Decisões
• Major Douglas vai colocar policiais militares no parque, das 6h30min às 23 horas. Ele vai analisar a melhor tática: se os guardas estarão de moto ou a pé;
• O Projeto Crescer com Arte vai garantir o almoço dos policiais;
• A SER II vai estudar a melhor forma de resolver o acesso de veículos da segurança ao parque, sem que isso signifique a liberação para automóveis e motos de particulares;
• A sub-inspetora Débora lembrará ao Comandante da Guarda o compromisso de ele articular com a Polícia Civil o combate ao tráfico no bairro;
• A Afor analisará a forma de retirar do começo da R. Frei Vidal os particulares que usam o espaço como locadora de automóveis, para ali instalar a administração do parque;
• Cada órgão ali presente vai escolher a melhor solução para os problemas do parque relacionados com sua pasta, a partir de critérios profissionais. As sugestões apresentadas pelas pessoas ali presentes dão o sentimento delas acerca do caso, mas a solução deve ser técnica; e
• A próxima reunião, para a comunicação das decisões de cada órgão será dia 25 de novembro, às 8h, naquele mesmo local.
Participaram do encontro de hoje: Joacy da Silva Leite, secretário da SER II; Emiliana Araújo Gifoni, da AMC; Marcos Antonio Silva dos Santos, da Secretaria de Esporte e Lazer; Eudes Costa, da Emlurb; Walber de Oliveira Souza, José Valcélio de Vasconcelos, Weilla Gonçalves Bello, e Débora Cristina Reis Braga da Silva, da Gaurda Municipal; Antonia Sousa Oliveira, Luísa Vaz e Ademir Costa, pelo Movimento Proparque; Maria Elizabete Ferreira do Nascimento e Carmelita do Nascimento Mateus, do Projeto Crescer com Arte.
A coordenadora do Movimento Proparque, Luísa Vaz, presidiu a reunião. No inídio dos trabalhos, ela convidou os presentes para a missa de abertura do mês do natal, dia 2 de dezembro, às 18h, no anfiteatro do parque. Várias pessoas falaram, dizendo já sentir melhorias na segurança do parque, após a reunião do início do mês, com maior presença dos policiais PM. Cada representante de órgão público falou sobre aspectos de seu trabalho, esclarecendo os presentes. Alguns falaram da dificuldade de já trazer decisões concretas, o que trarão em próximos encontros. A reunião começou às 8h20min e terminou às 9h40min. Por sugestão do titular da Regional II, a próxima será 9.12.08, começando às 8h, na sede do Projeto Crescer com Arte, mesmo local do encontro de hoje.
RELATÓRIO DA REUNIÃO DE 4 DE NOVEMBRO DE 2008
Movimento Proparque
O futuro da Terra em suas mãos
Encontro do Movimento Proparque, usuários, Órgãos Municipais e Estaduais para elaboração de Proposta de uso e manutenção do Parque Ecológico Rio Branco
Reunião de 4 de novembro de 2008
Relatório Independente
Preliminares
Ao instalar o Projeto Fortaleza Bela no Parque Ecológico Rio Branco, dia 27 de fevereiro de 2005, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, criou uma Comissão para Elaborar a Proposta de Término da Urbanização do Parque Ecológico Rio Branco, integrada pelo Gabinete da Prefeita, SER II (coordenação), Semam, Emlurb, Guarda Municipal, Fundação Habitafor, Projeto Semear Adolescente Rio Branco, da Fundação da Família e da Criança Cidadã (Funci) e Movimento Proparque.
Das reuniões realizadas, para as quais toda a comunidade do bairro foi convidada pelo Movimento Proparque, saíram as decisões sobre o projeto arquitetônico que se encontra em fase de conclusão.
A reunião do dia 4 de novembro
Dando prosseguimento à tarefa da comissão formada pela prefeita, e diante dos acontecimentos de violência causados pelo tráfico de drogas na área do parque, o Movimento Proparque convocou a reunião para, juntos, comunidade e poder público, encontrarem a solução.
Estavam presentes à reunião: Joaci da Silva Leite (Secretário da SER II), Eudes Costa e Francisco José Cidrão (Emlurb), Marcos, Moacir, Josué, e Erivaldo (Secretaria de Esporte e Lazer), Gabriel (AMC), Carmelita Mateus e Elizabeth (Funci/Projeto Crescer com Arte), Major Douglas (Comando da Polícia Militar), Luciano Monteiro (Departamento de Esporte e Lazer da SER II), Weilla, Ramos, Mônica, e sub-inspetora Débora (Guarda Municipal), Tânia Naum e Patrícia Coelho (Agência Reguladora de Fortaleza-AFOR), Luísa Vaz, Ademir Costa, Francisca Malveira e Maria José Holanda (Movimento Proparque), Júlia, Lúcia, Antonio José, Graça e Lúcia (usuários do parque).
A coordenadora do Movimento Proparque , Luísa Vaz, fez a abertura dos trabalhos, deu as boas-vindas e falou da origem da entidade que dia 1º de novembro completou 13 anos de atividades.
Passou em seguida a palavra para Ademir Costa, que ressaltou:
* Permanecemos fiéis a nossa origem: a promoção de melhorias no Parque Ecológico Rio Branco.
* Continuamos tão independentes como no primeiro dia. Sem vinculação a partido, a político individualmente, a religião. E a todos recorrendo para conserguir as melhorias que têm vindo. Nem sempre na mesma proporção das reivindicações, mas têm vindo, graças à nossa independência.
* Conseguimos: iluminação, novos equipamentos, aumento no percurso da pista de cooper, o campo de futebol, área para projetos sociais (hoje com o Projeto Crescer com Arte), as entradas da Av. Pontes Vieira e da R. Castro Alves, a retirada dos casebres e casas para as famílias em lugares sadios, mais brinquedos para as crianças, o anfiteatro, novas grades e portões, plantio de mudas, diversos eventos de educação ambiental, modificar o projeto original que tinha até quadra de tênis, adaptando-o à realidade dos usuários moradores nas imediações do parque e cujos equipamentos estão agora em término de sua instalação.
Os presentes concordaram em ouvir uma síntese dos problemas do diagóstico do parque elaborado pelo Movimento Proparque. Em seguida, quem quisesse complementava o diagnóstico e seria marcada nova reunião para cada órgão presente apresentar as soluções estudadas para cada caso.
Eis a síntese do diagóstico:
1. Combate ao tráfico de drogas dentro do parque, fato conhecido, embora ninguém tenha coragem de denunciar vendedores, mas até morte no parque mostra a necessidade de uma ação da polícia especializada.
2. A reinclusão dos terrenos excluídos do parque pelos projetos de 2000 e 2002, de modo que a Unidade de Conservação volte a ter os limites originais de 1992, pois um decreto não pode desrespeitar uma lei;
3. Iluminação direcionada para o chão, em respeito às necessidades de aves que pernoitam no parque (as copas das árvores precisam ficar no escuro) e não exija corte de galhos;
4. Espaço para o Centro Popular de Cultura e Meio Ambiente Lauro Maia, para ser local de reunião da comunidade e referência em educação ambiental. Para isso, sugerimos a desapropriação de imóveis cujos muros limitam com o parque;
5. Bancos em círculo, que favoreçam o encontro e a conversa em pequenos grupos (Excelentes para serem usados também – não exclusivamente – durante cursos e trabalhos de educação ambiental, discussões da comunidade, cursos e treinamentos). A disposição atual dos bancos sugere apenas a contemplação, não a conversa.
6. Espaço para instalação de lonas ou pequenos circos de projetos educativos, oficiais ou de ONGs;
7. Arborização, dando preferência à vegetação nativa, abatendo somente as árvores cujos problemas não possam ser corrigidos com correto manejo e que ameacem causar acidentes.
8. Áreas para feirinhas e exposições da comunidade. (Em construção)
9. Administração permanente no Parque, em três turnos e sete dias da semana, que possa prevenir, detectar e corrigir problemas, antes que se agravem. O parque tem 7 vigilantes e 10 trabalhadores de varrer o terreno e cuidar as plantas.
10. A retirada da ocupação irregular conhecida como “Vila Manduca” e transferência das famílias para desafogar a nascente do riacho. Essas residências foram construídas muito próximas à (ou sobre a) nascente do Riacho Rio Branco.
11. Sanitários para o Público. Por incrível que pareça, os sanitários construídos pela Administração Municipal dentro do parque não são disponibilizados para a população usuária, constituída também por pessoas hipertensas que, durante as caminhadas, sentem necessidades fisiológicas que não podem ser atendidas e se vêem em situação vexatória.
12. Sede digna para a administração. Falta um espaço propício à convivência e ao descanso de funcionários do parque. O existente, próximo à entrada da Av. Pontes Vieira, é pequeno, desconfortável e conta com banheiro e sanitário precários.
13. É freqüente flagrar pessoas trafegando nas alemedas do parque de animal, automóvel, moto, carroça ou bicicleta. Funcionários da prefeitura entram de carro no parque, apesar de haver estacionamento na Av. Visconde do Rio Branco. Donos de cavalos e jumentos soltam no logradouro seus animais a pastar. Pessoas levam cachorros até de raças ferozes para passeios ali, sem equipamentos de proteção como focinheira.
14. É constante a quebra de grades, colunas, brinquedos, árvores, pontes e bancos, além da pichação de muros e colunas, bem como a queima de lixo e entulho.
15. Famílias, igrejas e empresas localizadas em terrenos próximos ao parque direcionam para ele suas águas pluviais, o que provoca erosão constante das margens dos rios.
16. Nas podas e capinas, empresas terceirizadas eliminam espécies nativas propícias à arborização e ornamentação, quebram galhos de árvores antigas e matam suas mudas. É o caso das palmeiras de Macaúba e da planta Xanana (nome popular). Esta última é uma pequena planta endêmica, muito resistente, cuja flor creme desabrocha todas as manhãs.
17. Necessidade de Perícia Técnica. As observações e sugestões aqui apresentadas partem do olhar popular, portanto, não-especializado. Trata-se, porém, de uma visão essencial, por ser baseada no saber vivencial. Urge que a Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam) da Prefeitura de Fortaleza faça uma perícia técnica no Parque Ecológico Rio Branco, a fim de que sejam identificados estes e possivelmente outros problemas, para posterior correção, mediante projetos elaborados pela própria Semam ou por outros órgãos e secretarias do Município, para execução pela Secretaria Executiva Regional II (SER II) e Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb).
18. Persiste, entretanto, uma confusão quanto às atribuições dos órgãos da Prefeitura de Fortaleza em relação ao parque. Semam, SER II e Emlurb formam uma tríade que não fala a mesma linguagem. Guarda Municipal, Habitafor, Afor, Funcet, Funci e AMC são órgãos mais específicos sobre cujas atribuições inexistem dúvidas
Debate e Sugestões
Nesta fase da reunião, surgiram as seguintes idéias:
• Garantir a segurança no parque
• Levar para o Dr. Arimá Rocha, Comandante da Guarda Municipal, a necessidade de mais guardas no parque;
• Solicitar a entrada da Polícia Civil na investigação de venda de drogas no parque;
• Retirada dos impedimentos da entrada do parque pela R. Cap. Gustavo para permitir a entrada de policiais e de veículos de manutenção;
• Deixar o campo de futebol nas dimensões oficiais. O Movimento Proparque esclareceu que há decisão contrária, do Ministério Público Estadual, de 2003, e que a solução acordada pelos times é o atual campo ser dividido em dois de futebol society;
• Limpeza dos córregos;
• Varrição que provoca erosão e expõe as raízes das árvores;
• Necessidade de informações e frases educativas em placas ao longo do parque;
• A varrição do parque causa erosão;
• Criar o parque, oficialmente, conforme a Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc). Com isso, o parque passará a ter proteção institucional mais ampla, plano de manejo e comitê gestor integrado pelo governo e sociedade civil;
• Colocar vigilância armada no parque no intervalo compreendido entre as 23 e as 5 horas.
Decisões
• Major Douglas vai colocar policiais militares no parque, das 6h30min às 23 horas. Ele vai analisar a melhor tática: se os guardas estarão de moto ou a pé;
• O Projeto Crescer com Arte vai garantir o almoço dos policiais;
• A SER II vai estudar a melhor forma de resolver o acesso de veículos da segurança ao parque, sem que isso signifique a liberação para automóveis e motos de particulares;
• A sub-inspetora Débora lembrará ao Comandante da Guarda o compromisso de ele articular com a Polícia Civil o combate ao tráfico no bairro;
• A Afor analisará a forma de retirar do começo da R. Frei Vidal os particulares que usam o espaço como locadora de automóveis, para ali instalar a administração do parque;
• Cada órgão ali presente vai escolher a melhor solução para os problemas do parque relacionados com sua pasta, a partir de critérios profissionais. As sugestões apresentadas pelas pessoas ali presentes dão o sentimento delas acerca do caso, mas a solução deve ser técnica; e
• A próxima reunião, para a comunicação das decisões de cada órgão será dia 25 de novembro, às 8h, naquele mesmo local.
domingo, 23 de novembro de 2008
Reúne-se Comissão de Revitalização; Passeio Ecológico; Natal no Parque
1. No próximo dia 25, às 8 da manhã, faremos reunião com autoridades no Parque Ecológico Rio Branco, na sede do Projeto Crescer com Arte, para discussão sobre segurança, projeto de revitalização, reflorestamento, manutenção do patrimônio, segurança noturna e outros assuntos. Estão sendo convidadas autoridades do município e da Secretaria de Segurança do Ceará.
Foram convidados para a reunião os titulares dos seguintes órgãos: Secretaria Regional II, Semam, Emlurb, Guarda Municipal, Agência Reguladora de Fortaleza, Gabinete da Prefeita Luizianne Lins, Fundação Habitafor, Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços e Cidadania (AMC), Projeto Crescer com Arte e administração do parque. Do Estado, está convidado o Comando da Polícia Militar. O principal tópico da reunião é: cada órgão informar que medidas em favor do parque tomou desde a última reunião, dia 4 de novembro.
2. Venha organizar conosco o PASSEIO ECOLÓGICO à casa de Rachel de Queiros em Quixadá. Será dia 7 de dezembro. Roteiro: Fazenda Não Me Deixes (reserva ecológica de Rachel), santuário N. Sra. Rainha do Sertão, açude do Cedro e serra do Estêvão. No convento das irmãs, na serra, será servido o almoço. Preço da passagem: R$ 50,00.
3. Estamos programando o NATAL NO PARQUE COM MISSA DIA 2 de dezembro, às 18 horas, no anfiteatro. Será a abertura do Mês da Vida. Nas ofertas, as pessoas entregarão alimentos que a Paróquia de São João vai doar a famílias carentes. e outras atividades. Junte-se a nós.
Quem quiser pode participar das reuniões preparatórias, na sede do Movimento Proparque, quintas-feiras, às 19h. Endereço: R. Castro Alves, 180 (atrás do parque, se você está na Av. Pontes Vieira), Fortaleza, Ceará. Fone 3254.1203. Mais informações: movimentoproparque@bol.com.br
Foram convidados para a reunião os titulares dos seguintes órgãos: Secretaria Regional II, Semam, Emlurb, Guarda Municipal, Agência Reguladora de Fortaleza, Gabinete da Prefeita Luizianne Lins, Fundação Habitafor, Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços e Cidadania (AMC), Projeto Crescer com Arte e administração do parque. Do Estado, está convidado o Comando da Polícia Militar. O principal tópico da reunião é: cada órgão informar que medidas em favor do parque tomou desde a última reunião, dia 4 de novembro.
2. Venha organizar conosco o PASSEIO ECOLÓGICO à casa de Rachel de Queiros em Quixadá. Será dia 7 de dezembro. Roteiro: Fazenda Não Me Deixes (reserva ecológica de Rachel), santuário N. Sra. Rainha do Sertão, açude do Cedro e serra do Estêvão. No convento das irmãs, na serra, será servido o almoço. Preço da passagem: R$ 50,00.
3. Estamos programando o NATAL NO PARQUE COM MISSA DIA 2 de dezembro, às 18 horas, no anfiteatro. Será a abertura do Mês da Vida. Nas ofertas, as pessoas entregarão alimentos que a Paróquia de São João vai doar a famílias carentes. e outras atividades. Junte-se a nós.
Quem quiser pode participar das reuniões preparatórias, na sede do Movimento Proparque, quintas-feiras, às 19h. Endereço: R. Castro Alves, 180 (atrás do parque, se você está na Av. Pontes Vieira), Fortaleza, Ceará. Fone 3254.1203. Mais informações: movimentoproparque@bol.com.br
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