segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Alfredo Sena, o voluntário

Nosso Parque Ecológico Rio Branco tem vários "anjos da guarda" e um deles é o Sr. Alfredo Sena (Foto). Com dois baldes ele aguou as plantas na época seca de 2011 e com vários instrumentos que ele traz em seu carro, ele poda árvores, revolve e aduba a terra. Sempre distribuindo bom-humor nas conversas com a gente. Ele é o responsável por muitas mudas terem sobrevivido no último ano. Enquanto o pessoal da Emlurb agua as plantas dia sim, dia não, ele colocava água todos os dias. Sem se queixar da falta de pontos de água da empresa pública, sem exigir mangueiras nem se queixar do sol. Sem ganhar um tostão. Voluntário espontâneo, chegou aqui sem que lhe pedíssemos nada. Outro dia queixei-me do administrador por estarem morrendo várias das mudas plantadas em novembro 2011 pela Secretaria de Meio Ambiente [Semam] de Fortaleza. Ele disse que não tinha água, não tinha mangueira, não tinha homens -- mas informou serem 8 funcionários cada dia. Foi quando eu retruquei, perguntando: -- E como o seu Alfredo agua as plantas todos os dias? O administrador ficou sem palavras. Continuei: Rapaz, com oito homens, o seu Alfredo deixaria este parque como um verdadeiro jardim! Além do Sr. Alfredo, outros também cuidam das plantas: Erisvaldo, Graça, Onias, um que não quer o nome citado e eu. A gente planta a semente ou muda de lugar plantas que nascem espontaneamente, coloca água nos tempos de seca, tira as ervas daninhas de perto das mudas e coloca ao seu redor pedras marcá-las. Isso, para que elas não sejam cortadas pelos trabalhadores da capina nem se tornem invisíveis quando chove e a ramagem cresce ao seu redor, encobrindo-as. Dá um trabalho, cansa, faz suar. Grande, porém, é o prazer de vê-las grandes, fazendo sombra e tornando o parque mais bonito. Sim, voltando ao Alfredo. Ele despediu-se de nós. Seguiu para Salvador, chamado por uma empresa. Apesar de aposentado, disse-nos que vai passar um ano trabalhando por lá. Espero que outros sigam o exemplo dele. As plantas já estão com saudades. Que ele volte logo! Ademir Costa

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O beija-flor

A metáfora do beija-flor encontra nova versão no Parque Ecológico Rio Branco através do senhor Alfredo Sena. Quem caminha todo dia ali se surpreende com o gesto desse senhor quase idoso que, com sua ação, demonstra amor especial pelas plantas. Baldes nas duas mãos, ele faz várias visitas a espécies ameaçadas de morte por falta de aguação. Empolgado com o verde que ressurge de galhos retorcidos, ele quis conhecer as plantas, descobrir seus segredos. Foi à internet e viu com alegria que uma planta que ele conseguira salvar é conhecida popularmente como Mulungu, cujo nome científico é Erytrina Velutina.
Essa planta é típica da Mata Atlântica e tem propriedades curativas. Muito usada também em artesanato, é uma das espécies ameaçadas de extinção. Seu Alfredo nos contou que plantou muitas mudas de abacate, ipê roxo e até um pé de chuchu. “Eu comprei uns abacates e fiquei com pena de jogar os caroços fora. Então fiz as mudas e trouxe para o parque. O chuchu eu encontrei no lixo e plantei aqui”, diz mostrando a planta já crescida. O amor pelas plantas é herança de seu pai, conta seu Alfredo. E é tanto amor que num dia de sábado estava eu em casa quando ouvi barulho de enxada no parque. Valha-me Deus, é gente querendo fazer barraco. Corri para ver e qual não foi minha surpresa de ver seu Alfredo todo equipado: tesoura de podar, enxada e, é claro, os baldes cheios de água! Seu Alfredo, é o senhor? “É, eu vim afastar o mato do pé das plantas”. Traduzindo, seu Alfredo não é só de plantar, mas é também de cuidar. Seu Alfredo nos ensina que vale a pena sair do comodismo e agir.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Aniversário-piquenique do Dudu no parque

Familiares e amigos do Dudu se reuniram hoje, no parque, para comemorar seus nove anos de vida.
Alegre e comunicativo, Dudu é uma criança que se destaca das demais pela sua facilidade de comunicação. Contador exímio de causos e piadas, o garoto conquista a simpatia de todas as gerações. Por isso mesmo, fomos conferir o aniversário dele hoje. A mãe, Fabíola, trouxe guloseimas e muitos amigos que estiveram no parque hoje pela primeira vez.

O aniversário-piquenique mostrou o potencial do parque para reuniões e eventos como o aniversário do Dudu. Mostra, também, um novo jeito de comemorar aniversário sem o aparato dos bifês e suas sofisticações. Um jeito simples e ao mesmo tempo simbólico de quem cultiva outros valores na vida, como é o caso da família do Dudu. Parabéns, Dudu, Fabíola, Lucas e Milena! Vida plena e feliz para vocês!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Sem impedimentos, jogadores põem seus carros dentro do parque



Populares e pessoas da administração pública municipal arrancaram os impedimentos dos portões e jogadores estão entrando no parque de carro, conforme fotos feitas hoje, dia 21 de janeiro, às 17h35min.

Os impedimentos dos portões, colocados por sugestão do Movimento Proparque na última reforma do parque, em 2008, tinham como finalidade evitar carros e outros meios de transporte circulando nas alamedas e trazendo risco de acidentes às pessoas que fazem caminhadas, além de quebrar o piso entretravado que, por ser frágil, não suporta o peso dos carros, conforme os engenheiros e arquitetos da Regional II responsáveis pela reforma de 2008.


Os impedimentos foram colocados pela Regional II, portanto trata-se de uma medida adotada pelo poder público. Infelizmente, esse mesmo poder público, via Emlurb, desrespeitou a proteção há cerca de oito meses, quando alegando necessidade de limpar uma fosse da Zona Geradora de Lixo instalada no parque, o gerente da referida ZGL mandou quebrar os blocos de cimento da entrada pela Avenida Visconde do Rio Branco para que o carro limpa-fossa entrasse no parque. A promessa era depois recolocar os blocos de cimento, o que não aconteceu até hoje. Seguindo a ideia da ZGL, pessoas não identificadas quebraram também a proteção do portão da rua Capitão Gustavo e o resultado é o que mostra esta foto.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Manhã verde de Natal


No dia primeiro de dezembro, de 7h às 8h30min, no anfiteatro do Parque Ecológico Rio Branco, foi realizada a Manhã Verde de Natal Proparque.

O cantor e compositor Pingo de Fortaleza cantou músicas do seu novo CD Axé de Luz, os coopistas doaram alimentos não perecíveis que foram entregues à Paróquia São João do Tauape e o Proparque serviu um lanche ecológico aos presentes.

Entre as presenças, Secretário da Semam, Deodato Ramalho, que prometeu notificar os moradores do entorno do parque que jogam esgotos na nascente do riacho Rio Branco. Ele viu, inclusive, as manchas de óleo que sinalizam poluição de empresa de transportes rodoviários que também polui o parque com o lançamento de esgotos.

O que causa maior indignação é saber que o bairro já conta com o Projeto Sanear. De que adianta uns destinarem corretamente seus dejetos se outros insistem em ser sujões?

Limpeza da nascente já!


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Informativo Proparque


O Movimento Proparque informa aos coopistas e demais usuários do Parque Ecológico Rio Branco que está aprovada verba para manutenção e paisagismo do parque para o exercício de 2012, através do Orçamento Participativo, cuja assembleia aconteceu no dia 3 de outubro de 2011.

O Orçamento Participativo compreende várias etapas, sendo as mais importantes a assembleia para votação de prioridades, que é a apresentação das demandas dos bairros, e a assembleia dos resultados, que é quando se fica sabendo se a demanda votada passou, ou não, como viável pelos técnicos da prefeitura.

O Orçamento Participativo (OP) é um instrumento democrático que destaca a cidadania e retira a figura do atravessador, do político ou cabo eleitoral, e fortalece a participação popular organizada em movimentos reivindicatórios. A votação de prioridades ajuda a gestão pública a prestar um melhor serviço à comunidade, que escolhe pelo voto como e onde devem ser empregados os recursos públicos.

Foi graças ao Orçamento Participativo que o Movimento Proparque alcançou a grande vitória de sua atuação em quinze anos: a ampliação das pistas de caminhada, a construção do anfiteatro, o parque infantil, os equipamentos de musculação e as demais melhorias concluídas em 2008. Infelizmente, as depredações já são visíveis e por isso recorremos ao OP mais uma vez para conseguir verba para consertar as pontes, recuperar os bancos de alvenaria que estão quebrados, recuperar e ampliar os equipamentos de musculação e fazer a melhoria paisagística nos canteiros e nas alamedas do parque.

A atuação do Movimento Proparque é feita com o princípio da cidadania. Sabemos que o mais prático é recorrer aos políticos, principalmente em ano pré-eleitoral, quando tudo se promete em troca de voto, mas nós optamos por construir a nossa história reforçando a democracia, a participação e o interesse público. Por isso, nosso movimento é independente de partidos e de políticos. Agimos como voluntários e não recebemos verba pública nem privada. Para custear nossos projetos no parque nós temos outro projeto denominado Passeios Ecológicos Proparque, com o qual formamos um pequeno caixa para despesas como aluguel de som, confecção de cartazes e outros materiais de divulgação.

Nosso movimento é aberto e toda participação é bem-vinda. Reuniões ordinárias: toda quinta-feira, de 7h às 8h, no anfiteatro do parque.

domingo, 30 de outubro de 2011

Demandas do Movimento Ambiental por Áreas Verdes em Fortaleza

Por Luísa Vaz
A militância de mais de vinte anos em questões ambientais incentivou Ademir Costa a voltar à Universidade Federal do Ceará, onde havia colado grau em Comunicação Social nos anos 80, desta vez para o mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

Com o desafio de trabalhar e estudar ao mesmo tempo, Ademir conseguiu defender a dissertação “Demandas do movimento ambiental por áreas verdes em Fortaleza”, no dia 30 de setembro de 2011, após fazer o registro de mais de vinte movimentos em Fortaleza. Com a metodologia da história oral, ele percorreu por vários bairros de Fortaleza ouvindo as histórias de pessoas e movimentos em suas lutas por áreas verdes.

Segundo Ademir, “é importante fazer o registro desses movimentos cuja tendência é caírem no esquecimento. Para se ter uma ideia do quanto as lutas populares são esquecidas, o Parque da Maraponga, que foi uma conquista do movimento ambiental do qual fizemos parte, no início dos anos 90, em menos de uma década, ao ser revitalizado na administração de Luizianne Lins, não foi dita uma única palavra em torno daquela luta vitoriosa e da qual muitos que hoje estão no poder também participaram”.