quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A finalidade do parque é ser parque



A sociedade utilitarista em que vivemos impõe o uso econômico de tudo o que existe na Terra e, assim, rios são canalizados para o fluxo de veículos, lagoas são aterradas para a construção civil, mangues são devastados para dar lugar à criação de camarão em cativeiro, entre tantas outras destruições feitas em nome do progresso.

Neste contexto em que tudo precisa se converter em lucro, muitas “iniciativas” têm surgido aqui no Parque Ecológico Rio Branco. De repente aparecem pessoas com projetos que visivelmente se chocam com a sustentabilidade do parque como área verde, como, por exemplo, construção de pistas de bicicross, restaurantes e campo profissional para torneios interbairros, entre outros. O discurso é sempre o de que o parque está “ocioso” e que tais equipamentos trariam a solução para os problemas de insegurança, além de melhorar a qualidade de vida dos moradores do bairro.

Uma área verde é útil por si só, principalmente quando essa área é receptora de águas pluviais, como é o caso do Parque Ecológico Rio Branco. Em dia de chuva é possível observar o volume de água que se dirige para os córregos existentes no parque. Impermeabilizar essa área seria uma irresponsabilidade do poder público e um risco para os moradores adjacentes. Registro que a atual administração tem se comportado de forma correta, não cedendo a essa pressão.



O parque é utilizado pelos coopistas, pelas crianças e adolescente do projeto Crescer com Arte, da Prefeitura de Fortaleza, pelos que participam das aulas de Tai Chi da Prefeitura, pelos jogadores amadores, além das pessoas que vão ao parque contemplar o verde e descansar.

Diariamente, de 5h até as 22h, pelo menos mil pessoas usam o parque. Mas, além do uso humano, o parque é habitat de pássaros, anfíbios, répteis e outras espécies que são importantes para o equilíbrio do seu ecossistema. Atualmente o parque tem plantas que representam o bioma Mata Atlântica e Caatinga, além de plantas nativas ou mesmo espécies de outras regiões, todas igualmente importantes para a produção de oxigênio e alívio do calor na cidade de Fortaleza. Poderia haver uma utilidade maior que essa?

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns pelo movimento Proparque, é muito bom saber que ainda existem pessoas que se mobilizam em prol do bem estar coletivo, "Quem sabe faz a hora não espera acontecer". Fiquei animada para participar da viagem a Canidé, manterei contato.