segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

É a Treva: Rumo ao Desastre

Leonardo Boff
Teólogo


Uma jovem e talentosa atriz de uma novela muito popular, Beatriz Drumond, sempre que fracassam seus planos, usa o bordão:”É a treva”. Não me vem à mente outra expressão ao assistir o melancólico desfecho da COP 15 sobre as mudanças climáticas em Copenhague: é a treva! Sim, a humanidade penetrou numa zona de treva e de horror. Estamos indo ao encontro do desastre. Anos de preparação, dez dias de discussão, a presença dos principais líderes políticos do mundo não foram suficientes para espancar a treva mediante um acordo consensuado de redução de gases de efeito estufa que impedisse chegar a dois graus Celsius. Ultrapassado esse nível e beirando os três graus, o clima não seria mais controlável e estaríamos entregues à lógica do caos destrutivo, ameaçando a biodiversidade e dizimando milhões e milhões de pessoas.

O Presidente Lula, em sua intervenção no dia mesmo do encerramento, 18 de dezembro, foi a único a dizer a verdade:”faltou-nos inteligência” porque os poderosos preferiram barganhar vantagens a salvar a vida da Terra e os seres humanos.

Duas lições se podem tirar do fracasso em Copenhague: a primeira é a consciência coletiva de que o aquecimento é um fato irreversível, do qual todos somos responsáveis, mas principalmente os paises ricos. E que agora somos também responsáveis, cada um em sua medida, do controle do aquecimento para que não seja catastrófico para a natureza e para a humanidade. A consciência da humanidade nunca mais será a mesma depois de Copenhague. Se houve essa consciência coletiva, por que não se chegou a nenhum consenso acerca das medidas de controle das mudanças climáticas?

Aqui surge a segunda lição que importa tirar da COP 15 de Copenhague: o grande vilão é o sistema do capital com sua correspondente cultura consumista. Enquanto mantivermos o sistema capitalista mundialmente articulado será impossível um consenso que coloque no centro a vida, a humanidade e a Terra e se tomar medidas para preservá-las. Para ele centralidade possui o lucro, a acumulação privada e o aumento de poder de competição. Há muito tempo que distorceu a natureza da economia como técnica e arte de produção dos bens necessários à vida. Ele a transformou numa brutal técnica de criação de riqueza por si mesma sem qualquer outra consideração. Essa riqueza nem sequer é para ser desfrutada mas para produzir mais riqueza ainda, numa lógica obsessiva e sem freios.

Por isso que ecologia e capitalismo se negam frontalmente. Não há acordo possível.O discurso ecológico procura o equilíbrio de todos os fatores, a sinergia com a natureza e o espírito de cooperação. O capitalismo rompe com o equilíbrio ao sobrepor-se à natureza, estabelece uma competição feroz entre todos e pretende tirar tudo da Terra, até que ela não consiga se reproduzir. Se ele assume o discurso ecológico é para ter ganhos com ele.

Ademais, o capitalismo é incompatível com a vida. A vida pede cuidado e cooperação. O capitalismo sacrifica vidas, cria trabalhadores que são verdadeiros escravos “pro tempore” e pratica trabalho infantil em vários países.

Os negociadores e os líderes políticos em Copenhague ficaram reféns deste sistema. Esse barganha, quer ter lucros, não hesita em pôr em risco o futuro da vida. Sua tendência é autosuicidária. Que acordo poderá haver entre os lobos e os cordeiros, quer dizer, entre a natureza que grita por respeito e os que a devastam sem piedade?

Por isso, quem entende a lógica do capital, não se surpreende com o fracasso da COP 15 em Copenhague. O único que ergueu a voz, solitária, como um “louco” numa sociedade de “sábios”, foi o presidente Evo Morales: “Ou superamos o capitalismo ou ele destruirá a Mãe Terra”.

Gostemos ou não gostemos, esta é a pura verdade. Copenhague tirou a máscara do capitalismo, incapaz de fazer consensos porque pouco lhe importa a vida e a Terra mas antes as vantagens e os lucros materiais.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Ato pelo Parque Rachel de Queiroz


Leonardo Sampaio (de branco) explica a história da luta aos presentes














Ecologistas na frente da casa de Rachel de Queiroz








Fortaleza poderá ter o Parque Rachel de Queiroz, se as autoridades se sensibilizarem com a campanha da sociedade civil de 15 bairros. Uma rubrica de R$ 7,5 milhões está no Plano Plurianual da Prefeita Luizianne Lins e poderá concretizar-se nos próximos três anos. Hoje foi o primeiro de uma série de atos até o dia 17 de novembro de 2010, data do centenário de nascimento de Raquel, a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. Ela nasceu em Quixadá, interior cearense, mas veio estudar em Fortaleza e, na casa da foto, escreveu O Quinze, seu principal livro.

O ato de hoje começou com café da manhã no Espaço Cultural Frei Tito Alencar (Escuta) e prosseguiu com uma caminhada até a casa de Rachel de Queiroz, no Pici, imóvel tombado dia 20 de outubro último pela Prefeitura de Fortaleza. Leonardo e Lúcia Sampaio explicaram a origem da luta, que data de 1983, ainda na gestão do prefeito César Cals Neto. Disseram que as manifestações vão prosseguir até novembro 2010, sempre nos dias 17. A próxima será no bairro Presidente Kennedy, dia 17 de janeiro, domingo, atrás do Colégio Santa Isabel, começando às 17h.

Os ambientalistas presentes comprometeram-se a apoiar a luta do Movimento Pró-Parque Rachel de Queiroz no que estiver a seu alcance. Estiveram presentes Arnaldo Fernandes e Josael Jario como representantes da Frente Popular Ecológica, Ademir Costa e François Boesmans em nome do Movimento Proparque, e representações de alguns dos 15 bairros a serem beneficiados pelo parque.

Entre os militantes, surgiu a ideia de fazerem uma manifestação durante os três dias de carnaval 2010, chamando a atenção dos moradores e das autoridades de Fortaleza para os problemas ambientais da cidade.

Lençóis Maranhenses: juiz manda demolir casas

Enquanto S. Paulo sofre com terras inundáveis cheias de construções, o Maranhão tenta impedir a depredação do Parque dos Lençóis

Segundo o jornal Folha de São Paulo, a Justiça Federal do Maranhão mandou demolir cinco casas de alto padrão e quatro pousadas construídas irregularmente na margem do rio Preguiças, em Barreirinhas (252 km de São Luís).Trata-se de área de preservação ambiental permanente, na zona de amortecimento do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, importante ponto turístico do Estado. Não havia licença do Ibama. Um dos imóveis tem 22 suítes. Alguns têm campo de futebol e ancoradouros. A vegetação original da margem do rio foi totalmente modificada com a criação de jardins com espécies exóticas, segundo perícia do Ibama.
Outro lado
O advogado que representa alguns dos donos dos imóveis afirmou que vai recorrer porque os imóveis foram erguidos em locais sem vegetação e tiveram autorização da prefeitura. Ele disse que questionou na Justiça a superficialidade da perícia. Um dos proprietários disse ter todas as licenças ambientais necessárias.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Exposição Fogo-Fátuo com Ruth Vaz

Vamos lá? Minha filha Ruth é uma das expositoras...

Contra a Criminalização do Movimento Social

Ambientalistas e defensores dos direitos humanos preparam vigília contra a criminalização do movimento social. A idéia é um ato para sensibilizar as autoridades do Judiciário, Executivo e Legislativo. As mensagens a seguir mostram algumas perseguições aos movimentos no Ceará.


Há algum tempo, Maria Amélia apresentou aos colegas do movimento ambiental de Fortaleza a ideia de que façamos a vigília em solidariedade aos movimentos sociais,especialmente dos indígenas que ela acompanha mais de perto. A ideia toma corpo e está sendo discutida. As mensagens a seguir são parte dos diálogos que travamos em torno da proposta.
Eu acredito na publicização do problema como forma de levar para a sociedade o absurdo da criminalização de quem defende o meio ambiente, os índios, a vida. Talvez a forma mais adequada de sensibilizar o Judiciário que decide em última instância, mas também os demais poderes. Abordaríamos na vigília questões gerais do ambiente da cidade, com ênfase para a criminalização dos movimentos sociais: aqui entrariam todos os que sofreram e sofrem ameaças e ações diretas ou indiretas, incluído o MST. O caso do Movimento Salvem as Dunas do Cocó seria o de maior destaque no campo ambiental.
Sugeri a vigília ser feita em janeiro, a partir do dia 15, no Parque Ecológico Rio Branco, das 17 às 21h. Na forma de ato-show, com momento de caráter interreligioso em que várias lideranças e grupos de religiões de A a Z fizessem preces e manifestações conforme seus rituais. Acredito no poder de sensibilização tanto da arte como das fés. A fé move montanhas, está provado (como está provado, também que ela pode cegar as pessoas, quando manipulada por gente inescrupulosa).
Proponho o Parque Ecológico Rio Branco por uma questão prática: favorece a participação de quem vem de ônibus. Tem um anfiteatro maravilhoso. A hora proposta facilita a participação da mídia. As estações de tv podem fazer coberturas ao vivo, dentro de seus noticiários. O Parque Rio Branco seria ideal por sua posição geográfica de centro da cidade, para onde convergem todas as linhas de ônibus. A hora do término é boa quem se deslocar de ônibus até sua residência.
Participação importante neste ato seria a da OAB, citada pelo vereador João Alfredo Melo, além de tantas outras que convidaríamos, ligadas ao movimento social, religiões, partidos políticos. Creio que artistas locais dariam total apoio. A causa vale a participação, como em tantos outros momentos dessa nossa grande luta.
Eu, como membro do Movimento Proparque, ajudarei no que estiver ao meu alcance.

Ademir Costa
Jornalista/Movimento Proparque


Mensagem de Maria Amélia em resposta:

Ademir, amigas(os),

Vi as mensagens de vocês, de apelos muito justos, por sinal.
Foi bem oportuna a lembrança do Ademir, sobre a nossa proposta de uma vigília para um momento de força espiritual entre nós e com a proposta de adesão de mais apoiadores, maior compromisso de pessoasda sociedade civil organizada, a partir inclusive desse ato na defesa da vida e dos nossos direitos.
Como não tivemos quase nenhuma manifestação acerca da proposta de uma vigília há alguns dias, por conta da situação que alguns de nós estamos vivenciando, atualmente, estamos articulando junto das lideranças indigenas e alguns apoiadores dessa luta, para a vigília acontecer sem muito retardo.
Recentemente os Tremembé que vivem na região da Barra do Rio Mundaú, em Itapipoca, tiveram sua situação muito agravada, novas investidas com tentativas de embargos diversos. E para nós está muito claro que a defesa judicial é importante demais, mas também precisamos apelar para as forças espirituais, atendendo ao convitee a promessa do nosso Deus tantas vezes manifestada através da palavra de Seu Filho, Jesus, dos apostolos que O seguiram e O seguem ainda hoje. Nas inumeras comunicações espirituais com os Encantados em suas manifestações junto com os Tremembé, essa promessa é uma constante e reforça a luta de resistência deles e de topos os povos no Ceará.
A nossa idéia é um ato mais próximo, inclusive aproveitando o momento de força espiritual que permeia o tempo do Natal. Entendo que a idéia do Ademir passa pela facilidade de dispor de um local muito especial, como é na verdade o Parque Rio Branco. A gente teria que avaliar bem a escolha do local, a data, tendo em vista o tipo de proposta que essa idéia supõe. Nas diversas vezes que realizamos um gesto nessa linha, sempre o fizemos num local próximo das pessoas, de fácil acesso à chegada e saída das pessoas que desejamos atingir.
Na verdade vivemos mais exatamente no outro lado da cidade, que é o mundo mais próximo de nós. Talvez pudesse ser realizado em dois momentos, duas datas distintas. E também, Ademir, a vigilia como temos costume dura a noite inteira. Também teve umn ano que nos reunimos na Praça do Ferreira, junto com a Pastoral Operária, nos velhos tempo em que essa Pastoral tinha uma efetiva ação na cidade. Foi na época do Natal e foi um momento muito lindo, emocionante, teve umna boa repercussão. Não foi
uma Vigilia, foi uma apresentação da Vida, da Cultura, da própria existência e resistência dos trabalhadores, dos povos indígenas. Quem sabe poderiamos realizar algo assim ? É verdade que o tempo está quase vencido, uma pena.
Nós chegamos a pensar numa vigilia durante a Assembléia dos Povos Indígenas que deveria realizar-se na próxima semana, em Caucaia, na terra dos Anacé. Mas foi adiada para janeiro. São vários povos criminalizados, enfrentando momentos de grandes dificuldades. Vamos ver o que eles propõem. Seria bom, certamente, realizarmos um ato conjunto, considerando toda essa situação atual, mas entendo que a realidade dos nossos grupos é bem diversificada. Embora o motivo da nossa criminalização passa exatamente pela resistência à vida com dignidade sobretudo por parte dos que estão alijados da "sociedade".

Minha Reação às Opiniões de Maria Amélia:

Maria Amélia, demais EcoAmigos,

Acho legal "a vigilia acontecer sem muito retardo." Também no caso de Nayanna e demais perseguidos, quanto mais rápido, melhor. Pode ser entre Natal e Ano Novo, na atmosfera de passagem (que todos desejamos para melhor) para o novo ciclo de vida marcado pela chegada de 2010.
Compreendo a premência da questão indígena, suas dificuldades de mobilização; é compreensível a dificuldade de todos nós até para comparecermos, qualquer que seja o dia, local e hora, epsecialmente do pessoal do MST, se "toparem" fazer junto com o movimento urbano.
Quanto ao local, vou a qualquer um, porém mesmo correndo o risco de parecer intransigente, quero acrescentar alguns motivos para fazermos o ato em conjunto e para ser no Parque Ecológico Rio Branco:
1. Está comprovado que a união faz a força. Todos os perseguidos juntos terão maior visibilidade que um de cada vez. Ou um sozinho e não se fazer nada mais, porque não temos "pernas" para fazer tantos atos quantos são os perseguidos do movimento social;
2. Poderia ser na praça, qualquer praça do centro, mas aumenta a burocracia para conseguir a licença. A gente fica de pé, precisa alugar palco (além do som), a despeza cresce;
3. Poderia ser na catedral, mas ali agora há uma cerca de ferro. A gente fica sentado nos degraus, é menos confortável;
4. Em qualquer lugar é difícil levar gente. No parque, o desafio é o mesmo, porém passamos o semestre em uma espécie de "formação de platéia" aqui no Parque Ecológico Rio Branco. Para nossos luaus-show, levamos "até" 160 pessoas! Para nós, isso equivale a um Castelão cheio.
5. Sugeri ato-show pela nossa capacidade de mobilizar dentro deste tempo de 17 às 21h. Dada a experiência de insegurança da população, acho difícil as pessoas ficarem em uma vigília a noite toda. Entretanto, poderemos ficar com o "grande público" até o fim do show e a vigília prosseguir garantida mais por nós dos grupos e movimentos. O "grande público" é importante, por comunicar apoio da sociedade. Apoio a ser transmitido pela mídia. Sem mídia não se sensibiliza a insensibilidade das autoridades.
6. Para a parte do ato-show, garanto o Movimento Proparque convidar e levar umas 100 pessoas que moram nas imediações do parque. Trabalhadores que no dia seguinte vão estar no "batente", não podem ficar na vigília a noite toda. Ao redor das praças centrais e da catedral mora pouca gente e se trata de gente com a qual não temos relacionamento a ponto de convencer para comparecerem a nosso ato. Aqui, esse relacionamento já existe.
Agora, pessoal, se fizermos ato-shou ou vigília, ou as duas coisas juntas como no item 5, precisamos levar gente também de outros bairros. Daí minha referência ao fato de o Parque Rio Branco ficar em um cruzamento de linhas nos sentidos Antonio Bezerra-Messejana e Parangaba-Mucuripe. O esforço deve ser grande. Convidar também a rede de direitos humanos de Fortaleza.
Desculpe tanta redundância nesta memsagem. Mal de jornalista que começou pelo rádio. Fique claro: estes esclarecimentos são só para se tomar uma decisão a mais acertada possível. Posso não estar vendo detalhes relevantes que outros enxergam. Então, que os outros "falem". Os outros com a palavra.

Abração.
Ademir Costa

COMUNICAÇÃO DE MARIA AMÉLIA:

Amigas e amigos, todas(os),

Que bom Nayanna, que você concorda com a vigília ser realizada agora. Gosto também da idéia de ser entre Natal e Ano Novo.
É o mesmo tempo. Só não gosto muito da vigília/ato show, por uma questão muito simples - pela nossa experiência na defesa dos povos indígenas, certamente que não rezamos nem oramos. Uma das vigílias mais lindas e concorridas que fizemos nos
anos 1994 mais ou menos, foi uma vigília pela "Arte e pela Vida", em defesa do Povo Yanomami, quando eles sofreram uma chacina em sua própria terra. Foi em frente à catedral (ainda não tinha as grades atuais). Talvez vocês nem acreditem mas essa vigilia foi visitada a partir das 18 horas até às 06 horas do dia seguinte - por mais ou menos oitenta grupos de musica, de teatro, bonecos, e nem sei mais que outros artístas. Foi tão bonito e tão forte! Não fizemos discursos, não rezamos, nem oramos. Cantamos, recitamos, declamamos, merendamos (vários de nós levamos algo para ceiar), dançamos o torém, o toré... e a presença da imprensa local a partir das 18 horas e até às 06 horas do dia seguinte. Era difícil acreditar!
Na minha cabeça tenho algumas ideias mas estamos aguardando as sujestões das lideranças indígenas com quem nos contatamos. E se vamos realizar esse ato conjuntamente, as idéias de vocês, dos amigos e amigas todas (os). Estou de pleno acordo que não devemos nos dividir, fazer dois atos, duas vigílias. Mesmo que a questão indígena não perpasse nas propostas de todos nós. Eles (os povos indígenas, suas lideranças) nunca são mencionados quando se trata de dizer os nomes dos criminalizados... Apesar de eu estar sempre mencionando os Tremembé lá em Itapipoca. E agora soube dos Anacé, dos Pitaguary. E é preciso que eles ocupem esses espaços também, sejam vistos, conhecidos, respeitados e fortalecidos, sobretudo por nós do movimento ambientalista, popular, de trabalhadores, todos nós, enfim. Eles e outros, vários outros grupos, são os protagonistas dessas lutas e nós seus apoiadores. Alguns sofrem as consequências da sua ousadia ao apoiá-los. Mas eles devem estar juntos, sempre. Desculpem de eu dizer isso mas é porque é difícil demais, além da dificuldade em si mesma, resultado do enfrentamento com as elites, o poder do capital.
Penso que esse movimento de força em favor de todos nós, criminalizados, deveria levar em conta as famílias lá do Serviluz e imediações, da luta pela ocupação da terra na Praia do Futuro, o "Raízes da Praia". O MST também, naturalmente.
A reunião poderia ser mais próxima, para a gente se encontrar, combinar. Estou livre à noite, na próxima semana. Infelizmente estamos sem dinheiro e nem temos carro. Isto complica muito a nossa participação. E certamente não somos só nós nessa dificuldade. Mas vamos ver o que outros companheiros vão dizer, sugerir. E nos somarmos desde a reunião, a programação.
Entendo que quando falamos em vigília muitos ficam sem saber como dar opinião. É tudo muito simples mas com garra e beleza. Há vários anos fizemos uma onde hoje está a avenida Leste-Oeste – onde está localizado o hotel, ali atrás da Praça da Estação, em apoio às mulheres do velho e extinto "Curral", logo abaixo da Estação Central. A maioria de vocês nem sabe o que é isso. Foi no ano 1960, 1961, penso. Nós nos juntamos com essas santas mulheres e uma delas levou seu nenem, o seu pequeno Jesus Menino. Era o tempo do Natal. Foram momentos de muita sensibilização, de muita união e força, apesar da fragilidade das famílias (as mulheres e suas crianças) que estavam sendo expulsas, perseguidas, humilhadas.
Mais ou menos recente fizemos uma outra também a noite inteira (não é para todos ficarem a noite toda) em defesa dos Povos do Rio São Francisco, jejum (alguns) e vigília a noite toda. É uma expressão simbólica da luta de resistência por algo muito importante e que precisa ser partilhado com outros.
Desculpem que escrevo demais, mas são lembranças de atos que fortaleceram e animaram lutas conjuntas, através de gestos simples mas profundos e capazes de sensibilizar a humanidade das pessoas pelas causas que são de todos nós. Gostaria de animar vocês para realizarmos um gesto semelhante.
Vamos aguardar as manifestações que vão ajudar a direcionar essas nossas ações solidárias. Vamos cuidar, pois o tempo voa!

Maria Amélia

domingo, 6 de dezembro de 2009

Audiência Discute Espaços para as Bicicletas



Os ciclistas da cidade exigem mais espaço para sua locomoção.
Querem:
* mais respeito dos motoristas de automóveis, ônibus e caminhões;
* o direito de usufruir a cidade, pedalando por esporte;
* poder ir para o trabalho e dele voltar, sem problemas;
* ciclovias bem mantidas, em toda a cidade;
* logo, querem mais ciclovias;
* deixar de poluir o planeta com as emissões provocadas por automóveis, ônibus e caminhões.

Tudo isso será objeto do debate na audiência. O vereador João Alfredo vestiu a camisa desta reivindicação. Vá lá!

sábado, 5 de dezembro de 2009

Centro sobre Saúde do Trabalhador

Existe em Fortaleza o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador. Inaugurado em novembro de 2008, seu objetivo é atender a População Economicamente
Ativa (PEA) da capital na promoção e proteção da saúde do trabalhador. Tem como ações o acolhimento ao trabalhador doente ou que tenha sofrido acidente de trabalho, o atendimento para diagnóstico e a avaliação da relação saúde-doença com o processo de trabalho, além da educação e pesquisa em saúde do trabalhador e da capacitação para os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para atender os trabalhadores fortalezenses, o Cerest dispõe de uma equipe
formada por médico e enfermeiro do trabalho, técnicos em enfermagem e em
segurança do trabalho, assistente social, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e
psicólogo.
Centro de Referência em Saúde do Trabalhador e Vigilância em Saúde
Ambiental - Cerest Regional Fortaleza José Ferreira de Alencar - Endereço:
Rua Conselheiro Galvão, 420 – Parangaba. Telefones: (85)3105.3332/3334/3335
Mais informações com a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal
de Saúde (SMS), falar com Lena Ximenes, através dos telefones (85)
3452.6609 ou 8899.0160.

Fonte: texto de Lena Ximenes (04.12.2009)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Planejamento 2010

O Movimento Proparque programou suas atividades do próximo ano em dia de convivência, domingo último, na serra de maranguape. Analisamos como muito boas as ações desenvolvidas este ano e resolvemos manter a Festa da Vida e intensificar as Manhãs Verdes, o Projeto Vejo Flores em Você, as gestões para institucionalização do parque e o Projeto Luau Literário.

O dia de reflexão ocorreu no sítio de um apoiador que garantiu: "de agora em diante esta é a sede de campo do Movimento Proparque".

Luau com Lançamento do CD Prata 950



O Parque Ecológico Rio Branco recebeu Pingo de Fortaleza para o lançamento de seu CD Prata 950, ontem, durante o Luau Literário do Movimento Proparque. 10 cópias do CD foram sorteada entre as pessoas presentes ao show. O CD está disponível no blog http://pingo de fortaleza.blogspot.com para quem quiser baixar todas as músicas. É o primeiro cantor cearense a deixar suas músicas disponíveis para acesso direto na internet. Pingo de Fortaleza, à direita na foto, foi acompanhado do quitarrista Carlança.

Quanto ao lançamento, ocorreu em 2 horas de show bem ameno, com interpretação das músicas novas e de composições dos anteriores 17 CDs. O público, animado, reagia com aplausos. O Movimento Proparque disponibilizou comidas típicas "devoradas" pelos presentes, mediante pagamento. Uma forma de apoio à ong. Foram oferecidas as camisetas. Várias pessoas deixaram seus contatos, para a remessa de mensagens com as notícias do movimento. O apresentador esclareceu que a entidade vive com seus próprios recursos com os quais custea o show, por exemplo. E que tais recursos são provenientes da adesão das pessoas aos Passeios Ecológicos, à venda de produtos como as camisetas e os alimentos, em oportunidades como aquela. O próximo passeio foi anunciado para Guaramiranga, na segunda quinzena de janeiro.