Todo dia, há mais de dois anos, é a mesma coisa na entrada
do Parque Ecológico Rio Branco que fica no final da rua João Cordeiro: a toda
hora os carroceiros chegam com entulhos de
construção, galhos de árvores, cascas e sementes de frutas,
armários e sofás velhos, vasos
sanitários, papéis, eletrodomésticos imprestáveis e até animais mortos, além de
restos de comida estragada. Infelizmente, nessa triste tarefa de sujar os
carroceiros não estão sós. Pessoas da rua Castro Alves e da Vila São Gabriel
desconsideram a coleta sistemática e também jogam lá o lixo produzido em suas
casas.
Parceiros da rotina dos sujões, os caminhões de empresas
terceirizadas a serviço da Emlurb chegam todo dia, quase sempre entre 6h e 8h e
recolhem penosamente toda a sujeira. Tudo estaria “certo” se em pouco tempo não
recomeçasse a descarga de tudo que é imundície, principalmente entulhos resultantes
de reformas e construções.
Maior vítima dessa deplorável situação é quem mora mais
próximo do local, no caso a família do senhor François Wellimin, que fez de
tudo para impedir essa prática, mas foi vencido pela omissão do poder público.
No início ele tentou argumentar com os carroceiros mostrando que aquilo estava
errado, mas as reações eram sempre de grosserias do tipo “a rua não é sua” ou,
sendo ele francês, eles diziam “volte para o seu país.”
O Movimento Proparque alertou a Emlurb ainda no início dessa
“ocupação”, que na época, em 2010, era feita apenas por um carroceiro. Na
tentativa de chamar a atenção do poder público e conscientizar a população foi
feita uma Manhã Verde, quando alunos do curso de Artes Plásticas do IFET-CE fizeram
uma grafitagem com a temática do meio ambiente saudável. Nós do Proparque
distribuímos material impresso com informações sobre a coleta sistemática e
advertências dos agravos à saúde que o lixo pode causar.
A Emlurb colocou fiscais no local, mas estes se diziam ameaçados
pelos carroceiros, que rapidamente cresceram em número diante da facilidade de
ganhar dinheiro de pessoas inescrupulosas que não se responsabilizam pelo lixo
produzido em suas empresas ou residências. Hoje não se veem mais fiscais no
local nem se pode lamentar a ausência deles, pois de fato eles não resolvem o
problema.
Um comentário:
Mudará alguma coisa a partir do ano que vem ou tudo será canalizado para os mares -- de dinheiro -- da Copa do Mundo?
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