Vejo flores em você

O projeto Vejo flores em você, do Movimento Proparque, foi pensado em um momento que poderia ser classificado como de desalento. Na época, por volta de 2002, o parque estava em situação crítica: 52 famílias ocupavam parte da sua área, havia uma total desordem no uso, sendo frequentes cenas de vandalismo e desrespeito ao bem público.

Antigas habitações irregulares caracterizadas pela precariedade. Ao serem removidos pelo poder público muncipal, os moradores ganharam casa com infraestrutura adequada.


Queimadas, animais soltos pastando, pessoas jogando lixo e entulho nos leitos dos riachos, entre outras agressões, eram cenas diárias.
Às vezes, quando nos vemos diante de uma situação muito difícil, somos obrigados a nos transportar, por via da esperança, ao futuro, pois é certo que não há mal que dure sempre. O projeto Vejo flores em você foi uma espécie de oração para nós mesmos não cairmos em desânimo.

Vejo flores em você é, acima de tudo, a não-aceitação de uma realidade. É a crença de que “nós podemos muito, nós podemos mais...”.
...E assim aconteceu: do esforço de muitas mãos surgiu a paisagem sonhada. Se é certo que ainda há muito a ser feito para o parque estar no ponto ideal, é fato também que hoje já é possível distinguir pelo verde o ontem e o hoje.


Situação atual do Parque Rio Branco.

Movimento Proparque retoma atividades de 2011

Manhã Verde: trilha guiada.


Após recesso de um mês, o Movimento Proparque reiniciou suas atividades, no dia 3 de fevereiro. Na pauta, encaminhamento de requerimentos à Emlurb, à PM e à Guarda Municipal para solucionar o problema da falta de vigilância no parque, entre outros destaques.

Desde janeiro de 2010 o parque se encontra sem vigilância. Esporadicamente a ronda da Guarda Municipal faz incursões pela área, e isso é válido, porém não é bastante para dar a sensação de segurança a que os usuários têm direito.

Atualmente há uma boa frequência de pessoas no parque: coopistas, grupo do Tai Chi, crianças e adolescentes do projeto Crescer com Arte, trabalhadores em função no parque e jogadores, entre outros, além de transeuntes que se deslocam indo ou vindo do trabalho ou de outros compromissos. Aos domingos uma igreja evangélica do bairro faz estudos bíblicos debaixo das árvores com crianças, jovens e adultos. Se for adotada a ação preventiva pela Guarda e a PM, com certeza mais pessoas virão se beneficiar do imenso potencial do parque.

É consenso entre a comunidade médica que certas doenças degenerativas podem ser evitadas com a adoção de hábitos saudáveis, entre os quais se incluem as caminhadas, a convivência, a exposição aos primeiros raios solares e a contemplação da natureza.


Trilha guiada durante Manhã Verde: explicações sobre o parque.


O poder público precisa fazer a sua parte e garantir que mais pessoas se animem a cuidar do corpo e da mente e, ao mesmo tempo, com a sua presença, fazer com que o nosso bem público tenha a visibilidade que merece ter.

A ação do Proparque em 2011 será, essencialmente, de exercer pressão sobre o poder público para que ele faça a sua parte e garanta as condições de uso e sustentabilidade do parque.

A finalidade do parque é ser parque

A sociedade utilitarista em que vivemos impõe o uso econômico de tudo o que existe na Terra e, assim, rios são canalizados para o fluxo de veículos, lagoas são aterradas para a construção civil, mangues são devastados para dar lugar à criação de camarão em cativeiro, entre tantas outras destruições feitas em nome do progresso.

Neste contexto em que tudo precisa se converter em lucro, muitas “iniciativas” têm surgido aqui no Parque Ecológico Rio Branco. De repente aparecem pessoas com projetos que visivelmente se chocam com a sustentabilidade do parque como área verde, como, por exemplo, construção de pistas de bicicross, restaurantes e campo profissional para torneios interbairros, entre outros. O discurso é sempre o de que o parque está “ocioso” e que tais equipamentos trariam a solução para os problemas de insegurança, além de melhorar a qualidade de vida dos moradores do bairro.

Uma área verde é útil por si só, principalmente quando essa área é receptora de águas pluviais, como é o caso do Parque Ecológico Rio Branco. Em dia de chuva é possível observar o volume de água que se dirige para os córregos existentes no parque. Impermeabilizar essa área seria uma irresponsabilidade do poder público e um risco para os moradores adjacentes. Registro que a atual administração tem se comportado de forma correta, não cedendo a essa pressão.



O parque é utilizado pelos coopistas, pelas crianças e adolescente do projeto Crescer com Arte, da Prefeitura de Fortaleza, pelos que participam das aulas de Tai Chi da Prefeitura, pelos jogadores amadores, além das pessoas que vão ao parque contemplar o verde e descansar.

Diariamente, de 5h até as 22h, pelo menos mil pessoas usam o parque. Mas, além do uso humano, o parque é habitat de pássaros, anfíbios, répteis e outras espécies que são importantes para o equilíbrio do seu ecossistema. Atualmente o parque tem plantas que representam o bioma Mata Atlântica e Caatinga, além de plantas nativas ou mesmo espécies de outras regiões, todas igualmente importantes para a produção de oxigênio e alívio do calor na cidade de Fortaleza. Poderia haver uma utilidade maior que essa?