sábado, 29 de março de 2008

COERÊNCIA DESCONCERTANTE

Por
Ademir Costa

# A velocidade pode chegar a 200km/h, mas o sinal só permite 80km/h.
# O asfalto perfeito convida para a corrida de Fórmula 1, porém a barreira indica velocidade máxima de 80km/h.
# O código proíbe matar, mas ninguém cumpre pena por ter matado enquanto dirigia. A classe média adquiriu o direito de matar.
# Todos exaltam a importância do transporte público, mas governos de todas as instâncias deixam de investir nele. Cresce, entretanto, a produção de automóvel, para consumo interno e para exportação. Exaltada em nome do aumento do Pib. Cresce o Pib, na mesma proporção do desconforto para quem anda de ônibus e para quem pena nos engarrafamentos quilométricos.
# Há comentário geral sobre a gravidade da elevação da temperatura global. Poucos plantam uma árvore ou deixam o carro em casa ou cuidam de um parque.
# É concenso a necessidade de se usar energia de fontes naturais, mas se planeja o desenvolvimento futuro com base na queima de carvão mineral em todo o Brasil.

Há coerência em tudo isso, pois todos querem ir pro céu, mas ninguém quer morrer, ou, dito de outra forma, a lei do menor esforço é mais obedecida que a lei da gravidade.

terça-feira, 25 de março de 2008

Presidente da Emlurb Visita o Parque

Foi seu primeiro contato direto com o Movimento Proparque. Eveline Ferreira viu plantas mal cuidadas, obras inacabadas, a erosão do parque e a nascente do riacho Rio Branco sendo sufocada. Constatou, também, o plantio de pelo menos 150 mudas feito pela ong em parceria com o poder público e ouviu um relato dos 13 anos de atividades do Movimento.

A visita ocorreu dia 25, pela manhã. Hora de trabalho para a maioria dos membros da entidade, apenas Ademir Costa pôde receber a presidente da Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb) da Prefeitura de Fortaleza. No final, positivamente impressionada, a secretária comprometeu-se a articular-se com os secretários da SER II, Humberto Filho, e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam), Daniela Valente, para a elaboração do plano de manejo para aquela unidade de conservação, conforme determina a lei do Snuc -- Sistema Nacional de Unidades de Conservação. A visita será analisada na reunião da entidade, amanhã.

O Movimento Proparque demonstrou para a presidente o quanto é necessário o plano de manejo, para se determinar: como cuidar do parque (varrição e podas, por exemplo), de modo a não aumentar a erosão e embelezar mais o parque; a necessidade de reflorestar com plantas nativas; a experiência de proteger as mudas com pneus usados; a importância de se roçar o mato, porém conservando plantas nativas como a Chanana, que protege o solo e embeleza com flores. O Movimento Proparque reforçou a idéia de que o poder público e a ong, em conjunto, podem conseguir a adesão de maior número de moradores para cuidar do parque e usá-lo sem depredação.

quarta-feira, 19 de março de 2008

NEGOCIAÇÕES DO MOVIMENTO PROPARQUE COM A PREFEITURA DE FORTALEZA

Prosseguem as negociações do Movimento Proparque no sentido de conseguir melhor qualificação do Parque Ecológico Rio Branco. O ritmo das decisões é lento demais.

Por
Ademir Costa

O Movimento Proparque abriu negociação com o novo titular da Secretaria Executiva Regional II da Prefeitura de Fortaleza, Francisco Humberto de Araújo Filho. O comandante da Guarda Municipal garante marcar uma audiência com autoridades da Polícia Militar com vistas a ação conjunta no parque. A presidente da Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb) concorda com a mudança da sede da administração do Parque Ecológico Rio Branco e agenda visita ao parque para o próximo dia 25, às 9 h.

A conversa com o secretário SER II é natural, dado que ele acaba de assumir a pasta. Houve, entretanto, um fator adicional: a série de notícias negativas sobre o parque, durante e após o carnaval, quando um grupo ameaçou retornar ao parque e ali construir casebres como moradias. O secretário disse desejar negociação direta e franca, sem olhar para o passado. Não se comprometeu, porém, com uma data para o reinício das obras, paralisadas desde outubro 2007.

Humberto Filho ficou de analisar a proposta do Movimento Proparque para o projeto arquitetônico. A ong alertou para a irregularidade de uma alameda no terreno de alagamento do Riacho Rio Branco, por ser área de preservação permanente. Sobre esta área de preservação, o movimento encaminhou posteriormente para o secretário e para as arquitetas uma argumentação minuciosa e uma alternativa para a alameda, em "caminho" já aberto pelo uso popular, a quatro ou cinco metros do ponto previsto inicialmente. O movimento espera resposta.

A entidade recebeu a visita de dois assessores do Secretário de Governo da prefeitura, Valdemir Catanho. Eles queriam saber o porquê de as obras do parque não recomeçarem e das insatisfações da entidade. O Movimento Proparque solicitou uma audiência com o secretário Catanho, para mostrar a ele a necessidade de um decreto da prefeita para repor o parque nos limites de 1992. Para isso, os assessores saíram municiados de documentos que comprovam a necessidade de preservar os limites originais do parque.

O Movimento Proparque enviou para Eveline de Sousa Ferreira, presidente da Emlurb, proposta de encontro para discutir a arborização e um plano de manejo do parque. Isso porque, a nosso ver, as plantas não são bem cuidadas, as podas são desastradas e as mudas sofrem por falta d'água. Em resposta a nossa solicitação, a presidente da Emlurb vem ao parque dia 25 próximo.

Movimento Proparque Inicia Planejamento 2008

A priorização dos objetivos e das ações será feita nas próximas reuniões da entidade.

O Movimento Proparque iniciou dia 16 seu planejamento 2007. Seus membros passaram o dia todo na Casa de José de Alencar, em Messejana, Fortaleza. Após diagnóstico da situação atual da entidade, baseado na avaliação de 2007, o grupo iniciou a formulação de objetivos para o corrente ano. Até aqui, o Movimento Proparque trabalha com a possibilidade de adotar três objetivos: qualificar o Parque Ecológico Rio Branco é o objetivo principal; para isso, fortalecer a ong e agir com a comunidade.
Para atingir cada um destes objetivos, foram apontados vários projetos. Não houve tempo para selecionar os melhores nem para detalhar alguns prioritários. Essa priorização será feita nas próximas reuniões, quintas-feiras, 18h, na R. Castro Alves, 180, Joaquim Távora. Qualquer pessoa poderá comparecer e dar opiniões. Também por este blog o internauta poderá dar sua opinião e nos ajudar a decidir sobre objetivos prioritários e as ações necessárias para atingir esses objetivos.

terça-feira, 18 de março de 2008

DIA DA ÁGUA: PROTESTO EM FORTALEZA


A manifestação Águas de Março, em frente à Semam mostrou a indignação de entidades ecológicas de Fortaleza frente à política da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano.

Lavagem simbólica da calçada da secretaria, entrega de documentos mediante discurso indignado e denúncia da situação dos espelhos d'água em Fortaleza, pelos meios de comunicação. Estes foram os pontos fortes da manifestação Águas de Março, na manhã de hoje, 18 de março, na sede da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam).


O ato marcou, por antecipação, o Dia Mundial das Águas (22 de março), criado pela ONU. Contou com a participação de representantes do Movimento Pró-Parque Lagoa de Itaperaoba, Movimento SOS Cocó, Movimento Pró-Parque Sargento Hermínio, Frente Popular Ecológica e Movimento Proparque. Às 10 horas, os participantes lavaram simbolicamente (sem água) as calçadas da Semam, para demonstrar que aquela secretaria não desenvolve políticas "limpas" para manter sadio o meio ambiente de Fortaleza, mas autoriza obras que o destróem. Também é omissa diante de agressões aos rios, riachos e lagoas da cidade.


Dentre as obras autorizadas que prejudicam os recursos naturais os manifestantes citaram a "Torre Iguatemi" e a Av. Juarez Barroso, ambas depredadoras do Parque Ecológico Cocó. A invasão das margens da lagoa de Itaperaoba e o descaso para com Parque Ecológico Rio Branco, cortado por três riachos também foram debitados à inoperância da Semam.


A manifestação Águas de Março foi coordenada pelo Movimento SOS Cocó, criado na década 1980 e reativado ano passado. As entidades presentes levaram bandeiras, faixas, bonecos e esculturas com motivos ecológicos. A secretária Daniela Valente não recebeu os manifestantes. Deixou recado de que estava em compromisso. Mara Calvis, Coordenadora de Políticas Ambientais da Semam, recebeu um manifesto de repúdio à falta de políticas ambientais ou a políticas equivocadas e o dossiê elaborado pela Jornada pelas Áreas Verdes, documento que revela locais degradados e carentes de cuidados para preservar a vegetação e as águas.