Manifesto do Movimento Proparque durante a Manhã Verde no Parque Ecológico Rio Branco, em Fortaleza (CE, Brasil), dia 20.09.09.
Se a vida não tem valor, o que mais é valor? Desde 1995, nós, moradores de toda a Fortaleza, mas em particular dos bairros Joaquim Távora, Tauape e Fátima, exigimos das autoriedades tratamento digno à vida no Parque Ecológico Rio Branco.
Entregamos requerimentos e abaixo-assinados às secretarias da Prefeitura Municipal de Fortaleza e ao Gabinete da atual prefeita Luizianne Lins, do ex-prefeito Juraci Magalhães e ao ex-prefeito Antonio Cambraia. Entregamos requerimentos a órgãos do Estado como a Cagece e a Secretaria de Serviços Urbanos. Também fomos a órgãos federais como o Ibama. Temos os comprovantes carimbados e assinados desses documentos entregues e alguns deles estão expostos aqui nesta Manhã Verde.
Este parque é um ambiente agradável que nós desejamos sempre esteja a serviço da felicidade humana. Queremos este ambiente cheio de árvores e de pássaros. Para nossa convivência, caminhadas e outros exercícios físicos que nos preservam a saúde. Entretanto, as plantas estão sendo quebradas. O patrimônio construído é depredado. Lamentamos as violências que nestes últimos 11 meses resultaram em três mortes.
Isso é inadmissível. Principalmente por já termos alertado todas as autoridades encarregadas. Se a vida não tem valor, o que mais é valor? Depois que cercaram o Parque Cocó e colocaram ali vigilância permanente, caiu a violência lá. Depois que fecharam o Parque das Crianças e colocaram vigilância lá, cessou a depredação. Portanto, as autoridades, cada uma em sua área de atuação, podem ser responsabilizadas pela depredação do patrimônio verde e do patrimônio construído aqui no Parque Ecológico Rio Branco. As autoridades podem ser responsabilizadas por não terem garantido vigilância 24 horas no parque e disso ter resultado as três mortes até agora ocorridas.
Registramos aqui, também, as péssimas condições de trabalho dos servidores da Emlurb, da Guarda Municipal e da Polícia Militar aqui no parque. É uma situação de indignidade: péssimo banheiro, sala sem uma lâmpada, sem um telefone e o vigilante dorme cercado de instrmentos de trabalho usados durante o dia. Enquanto isso, o começo da R. Frei Vidal, que poderia ser usado para aumentar a administração do parque, é ocupada por famílias e revenda de carro. E há outras ocupações irregulares na Av. Visconde do Rio Branco e na R. Castro Alves. E mais: os banheiros públicos não são disponibilizados para o público, falta sinalização no parque.
Deixamos aqui nosso veemente protesto. Como coletividade, estamos fazendo o posso papel. Exigimos que o Estado e a Prefeitura cumpram também o seu papel. Este manifesto e as assinaturas por vigilância 24 horas serão entregues à prefeita de Fortaleza, aos órgãos de segurança do Estado e do Município e ao Ministério Público Estadual.
Não pedimos. Exigimos vigilância 24 horas. Exigimos nosso direito de usar o Parque Ecológico Rio Branco como ambiente saudável e fator de felicidade humana.
Fortaleza, 20 de setembro de 2009.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
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