As duas conferências demonstraram o quanto ainda é necessário a sociedade civil se mobiliar para aprovar decisões de caráter transformador na área ambiental.
As duas reuniões deixam um rastro de desorganização, de preparação precária e de dois espaços nos quais ainda é clamorosa a necessidade de radicalizar a democracia. Não faltou ônibus para conduzir pessoas. Nem café, merenda e almoço. A Conferência Municipal, dias 7 e 8 de dezembro, foi antecedida de pré-conferências. A dos movimentos sociais tinha até crianças e adolescentes (Estes não votavam, claro!) cujos pais não podiam deixar sós em casa. Bom para os pais a oportunidade de participar, não há dúvida. Mas eram tantas as pessoas sem maior preparação, levadas em ônibus que saíram de comunidades, que deu a impressão de que foram mal selecionadas.
Deu para notar a ausência de fortes lideranças do movimento ecológico local, mesmo na conferência. Aliás, o movimento ecológico de Fortaleza praticamente foi eliminado pela administração Luizianne Lins, tantas são as lideranças agora "empregadas" na prefeitura de Fortaleza. Quem não está no município foi absorvido pelo Estado, com a ascensão de Cid Gomes ao poder. O arrefecimento das lutas pelo meio ambiente é flagrante. A novidade que constitui uma promessa é a Frente Popular Ecológica que acaba de realizar o Mutirão pelas Áreas Verdes (veja matérias neste blog) e programa outras iniciativas.
A conferência estadual, dias 13 a 15 de dezembro, contou com uma preparação à base de conferências regionais. Na estadual, a perda de tempo foi flagrante: por desorganização no credenciamento, pela programação de show, por falhas até na instalação de aparelhos de projeção de imagem em em local invadido pela luz. A discussão foi prejudicada por isso e pelo regimento que truncava aperfeiçoamento de propostas na plenária. A forma como os temas foram dispostos e discutidos levou, de certa forma, a que o Estado não fosse responsabilizado pelas causas nem comprometido com a transformação. As soluções foram jogadas, em vários pontos, para a esfera federal.
Estas constatações são frustrantes, na medida em que projetos ditos de esquerda estão dominando as três esferas de poder. As conclusões das conferências e outros comentários serão postados aqui, na seqüência.
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