Diz-se, com pessimismo, que "agosto é o mês do desgosto". Fico pensando que a sentença tenha muito a ver com as nossas condições climáticas, pois é neste mês que o nosso ar fica mais pesado, a temperatura aumenta e o sol castiga com mais rigor, principalmente em ano de seca. Aqui no parque este foi, de fato, o mês do desgosto, especialmente para quem tem apreço por esse espaço. Já nos primeiros dias do mês vândalos devastaram a vegetação da nascente do riacho Rio Branco. Na sequência de mais ou menos vinte dias atearam fogo em dois trechos do parque. Para completar, uma empresa terceirizada pela prefeitura fez capina e levou no eito muitas plantas ornamentais, sem contar com a destruição de várias plantas em pontos diferentes do parque. Esquisito é saber que os malfeitores não foram vistos por ninguém...
Iguanas, cobras e saguis foram capturados por pessoas, pássaros foram embora com seu canto talvez para sempre...
Dor e revolta encheram meu coração na segunda, dia 26. A paisagem do parque foi afetada drasticamente. Havia no ar uma nuvem de poeira e fuligem, um misto de morte e de dor. Para completar o quadro, os trabalhadores da empresa terceirizada amolavam suas enxadas para capinar a vegetação rasa, deixando o solo exposto.
Encontrei D. Juraci (quarta foto da sequência) que, após longa enfermidade voltara ao parque para fazer caminhada. Diante da poluição do ar ela usava uma fralda para proteger a boca e o nariz. Pedi-lhe permissão para fazer este registro. Nós que usamos o parque exigimos respeito. Não é justo o que estão fazendo.
(Luísa Vaz)